PRIMEIROS PASSOS

Especial Utensílios de Cozinha: Os Essenciais

Continuando o especial sobre utensílios de cozinha, o foco da semana agora será: os itens essenciais seu arsenal culinário. É claro que a variedade de utensílios varia principalmente de acordo com o quanto que você cozinha, o tipo de prato que costuma preparar, quanto tempo você dispõe no fogão, além, é claro, de seus próprios caprichos. Mas existem objetos que devem estar sempre à mão, pois, além de servirem para funções que só eles fazem, economizam um precioso tempo durante o preparo da refeição.

Só para ver como a lista pode ser imensa, fazendo uma breve pesquisa (*) você descobrirá que, para quem cozinha em nível básico ou amador, a quantidade de itens já é bem grandinha. Confira:

abridor de garrafa de vinho, abridor de lata, batedor de ovos (fouet), cafeteira, conjunto de copos medidores, conjunto de colheres medidoras, cortador de pizza, descascador de legumes, espremedor de batatas, espremedor de laranjas, faca de chef grande, faca de pão, faca pequena, forma de bolo redonda, forma de pudim com furo no meio, frigideira ou grelha grande, jogo de panelas de inox, liquidificador, martelo de cozinha, moedor de alho, moedor de pimenta do reino, moedor de sal, panela de pressão, pinça grande para pegar alimentos quentes, pincel de silicone, ralador comum triangular, ralador de queijo de cilindro (daquele que vai à mesa), rolo de massa, sanduicheira, tesoura de cozinha, torradeira, duas peneiras de inox, tábuas de plástico, assadeiras de tamanhos variados, tigelas para misturar alimentos, espátulas de silicone, forminhas para bolachinhas, ítens para pia (escorredor, apoiador de detergente e esponja, rodo), jarras e garrafa térmica, potes com tampa para armazenar alimentos prontos na geladeira, potes herméticos para guardar alimentos secos na dispensa, refratários de diversos tamanhos.

UFA! E isso foi só o nível básico. Para quem vai morar sozinho pela primeira vez e não conta com ajuda de alguém para aconselhar, existem sites bem didáticos que ensinam o quê e em que ordem ir comprando as coisas básicas, como o blog Bbel. Conforme o tempo você vai descobrindo as necessidades e aumentando seu rol de utensílios. Fuçar na variedade de produtos da OXO no site da Spïcy também vai te encher de ideias para transformar a cara da sua cozinha. Link da marca:http://www.spicy.com.br/oxo

A título de curiosidade, aqui vai a lista de itens que os chefs em geral acham prioridade numa cozinha gourmet. Lembre-se que isso depende do tipo de experiências você gosta de fazer no seu laboratório culinário:

balança digital para receitas de confeitaria e panificação, batedeira planetária ou profissional, bico de confeiteiro, chaira e uma pedra de afiar facas, faca de sushi, faca elétrica, forma de cheesecake com lateral removível, forma de pão retangular, forma de torta com fundo falso para fazer quiche, frigideira grande, frigideira pequena, antiaderente para panquecas, maçarico, mandolin, paelleira, panela alta de capacidade mínima de 5 litros, processador de alimentos, ralador específico para raspas de cítricos, secador de salada, termômetro para medir temperatura interna de cortes de carnes inteiras, bandejas de gelo para congelar caldos, barbante culinário, formas de bolo diversas, formas individuais diversas, mini ramequins para suflês, panelas especiais para macarrão (tipo Le Creuset), pedaços de pano ou gaze para fazer sachets de temperos.

Itens que não são considerados essenciais, mas deveriam

Não vale a pena falar aqui da importância das panelas, copos, talheres e itens óbvios, não é mesmo? Em vez disso, que tal saber um pouco mais de itens que você, depois de ler, vai se perguntar: por que é que eles também não são itens obrigatórios em toda cozinha?

Por exemplo, a colher de bambu. Diferente da colher de pau, que prolifera bactérias, a colher de bambu naturalmente é autodesinfetante (!) e não deve em nada aos benefícios da madeira comum, como o fato de não riscar a panela e ser resistente ao fogo. Além disso, é ecologicamente correta. O mesmo vale para a tábua de bambu, que não retém cheiro, como as de polietileno, e não desgasta as lâminas das facas, como as tábuas de vidro. A única diferença é que os utensílios de bambu devem ser untados com óleo mineral, que é vendido em qualquer farmácia, a cada seis meses.

pilão, no post anterior, foi dado como um utensílio que caiu em desuso. Na verdade, devemos a ele uma errata: além de útil no preparo de molho pesto, o pilão também vai servir para quebrar nozes e outras oleaginosas, como castanhas e amêndoas; também é bom para macerar ervas e frutas, além de triturar alho como ninguém. Deu até pra sentir o gostinho da pizza áleo e óleo, não? Ele só não substitui o processador de alimentos, essencial para purês e temperos, um batedor (fouet) para o preparo de caldas, claras em neve e misturas, e oliquidificador, que dispensa comentários.

descascador de legumes não só economiza seu tempo comparando com o uso da faca, como também tem uma grande vantagem: ele raspa a casca de frutas e legumes bem fininho. Também serve para tirar lasquinhas de queijo e vegetais. E por falar em lasquinhas, não deixe faltar na sua bancada uma faca própria para cortar pão (para

fiambre), para não detonar aquela baguete ou ciabata da padaria que você mais gosta.

Uma faca de chef também deve constar na sua cozinha, pois corta alimentos maravilhosamente bem. Você deve tomar cuidado na hora de comprar: ela deve ter um bojo para proteger seus dedos, e deve ser de lâmina única ou de lâmina que entra no cabo (as lâminas que não entram no cabo quebram fácil).

Tigelas, tigelas! Tenha uma grande, de vidro, bem bonita, para servir saladas, e outras de tamanhos variados em inox, que é um material bem mais leve que o vidro na hora de preparar alimentos, e não pega cheiro como as tigelas de plástico. Ainda na ala dos utensílios grandes, quem gosta de fazer bolos e tortas deve ter fôrmas de fundo falso (removível), pois ajuda a desenformar sua obra-prima sem perigo de quebrar.

Apesar de muita gente não estar muito aí para a precisão, um conjunto medidor padrão pode fazer a diferença na sua receita. Afinal, colher de chá não é colher de açúcar, e caneca não é xícara. Em todo caso, guarde os números: uma colher de chá tem 16 mL e uma xícara tem 240 mL. Outras medias costumam ser variação dessas proporções.

Tenha na gaveta um pincel de cozinha, que pode ser tanto de silicone quanto de cerdas comuns. Além de distribuir o óleo na superfície do alimento muito mais uniformemente, o pincel de cozinha ajuda a reduzir no mínimo pela metade a quantidade de óleo utilizado (ou pasta, manteiga, margarina etc.). Aposto que você já pensou na dieta. Nota:escumadeiras também ajudam a tirar o excesso de óleo das frituras e a água dos cozidos. E já que falamos no material da moda, as espátulas de silicone estão cada vez mais em voga: além de não riscarem o fundo da panela na hora de raspar o tacho, elas aguentam bem as altas temperaturas; você só precisa fazer uma forcinha extra com cuidado, já que o material é flexível.

Por fim, um espremedor de laranja. Para quem mora em três ou mais pessoas, é um grande economizador de tempo no preparo do suco que é o preferido do brasileiro. E não tem nada melhor que uma laranjada feita na hora pela manhã, não é mesmo?

Utensílios que ajudam a decorar a cozinha

Existem objetos que, por ficarem sempre à mostra, também fazem parte dos itens de decoração da cozinha. O porta-papel (alumínio, plástico ou toalha), por exemplo, deve estar num lugar estratégico, visível e de fácil alcance, e em cores e material que combinem com os móveis e eletrodomésticos. O mesmo vale para os panos de copa e cozinha e seus devidos penduradores. Os utensílios de copa (geralmente de mesa, café da manhã e servidor de alimentos) também são valorizados pelo design, apesar de aparecer apenas nas refeições e em outro ambiente, dependendo do formato da cozinha.

Você já pensou como um saleiro pode dar um charme para o cantinho de condimentos ou o centro da mesa? Pense nisso quando for pesquisar o seu na Spïcy. Já na pia, os utensílios de guardar detergente, sabão, esponja e rodinho também podem ser comprados em conjunto, para ornar com o seu arredor.

Porta-facas, escorredor de louça, pendurador de panela, fruteira… muita coisa pode servir para dar ainda mais charme ao reduto dos chefs de sua casa. Portanto, no próximo post você vai saber mais sobre como pensar no design e organização da cozinha através dos utensílios. Até lá!

(*) Fontes:

http://www.dedodemoca.net/

http://gnt.globo.com/

http://bbel.com.br/

PRIMEIROS PASSOS

Especial Utensílios de Cozinha: A História

Este é o primeiro de três textos que a Revista Digital da Spïcy preparou no Especial Utensílios de Cozinha. Neste post você vai saber mais da história do uso dos instrumentos que determinaram ou foram determinados por nossa maneira de se alimentar.

A história da cozinha, e também de sua arquitetura, é praticamente a história da evolução do fogo e do fogão. Já a história dos utensílios são reflexos das dificuldades nutricionais, gostos e necessidades que cada civilização teve ao longo do tempo.

De acordo com os estudos arqueológicos, há evidências de que os recursos naturais que os homens primitivos tinham à mão determinaram a cultura culinária das civilizações. Por exemplo: povos que viviam próximos ao mar utilizavam conchas e cascos de tartaruga como cumbucas primitivas, o que delineou suas preferências alimentares. Os asiáticos, tão bem providos de certos tipos vegetais, utlizavam copos feitos de bambu; da mesma forma, os americanos pré-Colombo tinham diversas tigelas feitas de pedra.

Um dos aspectos mais interessantes da história dos utensílios de cozinha é a prova de que existe um “darwinismo gastronômico”, nas palavras da pesquisadora Bee Wilson. A especialista, em seu livro Consider The Fork, observou que na cozinha a tecnologia só sobrevive quando é útil, ou seja, o que é prático nunca sai de cena. Exemplos: a colher de pau e a própria panela. Estes sobreviventes foram capazes de moldar costumes tanto à mesa quanto no uso do fogão.

No entanto, é possível dizer que a história dos utensílios de cozinha tiveram maior desenvolvimento em três momentos da humanidade:

  • *A descoberta do fogo, graças ao qual foi possível fundir metais e produzir utensílios mais precisos, pois até então a pedra era o principal material culinário;

  • *A descoberta da cerâmica, que possibilitou moldar panelas e recipientes mais resistentes ao calor;

  • *E a primeira Revolução Industrial, que popularizou utensílios metálicos e facilitou a disseminação de hábitos de mesa da nobreza europeia.

O caso da cerâmica é ainda mais interessante. Por ser menos porosa, com este material o homem conseguiu fazer panelas rudimentares e pela primeira vez utilizar a água no preparo dos alimentos, que, até então, era basicamente cereais moídos e carnes assadas. Só para ver o quanto isso impactou na história dos costumes culinários do mundo, pense que foi graças aos primeiros ensopados que o homem conseguiu separar a gordura, utilizada a partir de então para refogar, guisar e fritar carnes e vegetais.

Os utensílios ao longo das Eras

Na Idade Média era comum cozinhar com fogo aberto, e os utensílios eram feitos de barro, ferro ou bronze; na época já existiam as panelas, frigideiras e caldeiras, além de facas, colheres, espetos e tesouras. No Renascimento surgiram as balanças, garfos e grelhas.

No século XVII, com a Revolução Industrial, pela primeira vez houve uma melhora significativa dos materiais e utensílios de cozinha. Nesta era, utensílios de maior qualidade puderam ser produzidos e vendidos por menores preços, o que ajudou a difundir certos costumes pela Europa afora; exemplo: o uso do garfo para comer macarronada. Além disso, graças à melhoria dos meios de transporte, os alimentos perecíveis puderam cruzar maiores territórios. Foi quando o consumo de pescados se intensificou, e novos pratos e modos de preparo foram inventados pelos chefs da época. Acompanhando o surgimento de novos pratos, vieram novos utensílios de corte e preservação.

A partir da Revolução Industrial, as mudanças de costumes e surgimento de novos utensílios seguiram uma cadência exponencial. No século XIX novos materiais figuraram nas cozinhas e mesas: cobre, novos usos do ferro, panelas de alumínio, cerâmicas de maior qualidade. Uma curiosidade: acultura francesa era muito valorizada na Europa e suas colônias, e por isso os utensílios, costumes e pratos de sua cozinha foram copiados mundo afora.

Em relação aos utensílios de cozinha, o século XX foi a era do plástico e seus derivados. Com a descoberta do material (que se deu, na verdade, em 1850, mas só mais tarde foi popularizado), utensílios pesados foram pouco a pouco sendo substituídos. Depois dos anos 1950, os lares foram invadidos por novos e inovadores produtos, impulsionados pela industrialização e da força propagandeada do “sonho americano”.

Curiosamente, apesar de o século XXI possuir muitas opções de materiais, tamanhos etc., há cada vez mais uma nostalgia por utensílios retrô; exemplo: batederias manuais. Uma prova dessa vastidão de oferta é a marca OXO, que possui inúmeros produtos tanto clássicos quanto inovadores. Ela surgiu no fim do século XX e já conquistou o coração dos chefs não só nos Estados Unidos, mas em todos os países onde a marca está presente. Confira a linha completa no site da Spïcy:http://www.spicy.com.br/oxo

Sobreviventes e aposentados

Os utensílios que mais sobreviveram ao tempo são os que vêm à mente toda vez que pensamos em cozinha: garfo, faca, colher e panela. Esta surgiu em 10.000 a.C. na América do Sul e representou uma revolução nutricional à humanidade: se antes os povos utilizavam conchas, cascos de tartaruga e até mesmo estômago de animais para preparar os alimentos, foi graças à panela rudimentar que o homem percebeu que podia usar a água para cozinhar, esquentar e amolecer o consumo de alimentos até então não duros demais para serem consumidos.

faca, de origem etíope, surgiu antes mesmo do fogo. Era multiuso, pois além de servir de arma, cortava em pedaços os alimentos que os dentes não podiam triturar. Curiosidade: algumas das leis da etiqueta à mesa surgiram na França para evitar que acidentes acontecessem no manejo da faca nos banquetes da aristocracia.

colher surgiu provavelmente três séculos antes da era cristã. Antes dela eram utilizados galhos e conchas para se alimentar de líquidos e substâncias pastosas.

garfo seria o caçula deste time de sobreviventes, pois apareceu apenas no século XI, já na Europa. Havia muito preconceito quanto ao seu uso, já que seu formato é análogo ao tridente do diabo, e a Idade Média levava mais a sério os símbolos religiosos. A superstição caiu abaixo quando os italianos passaram a utilizar o garfo para a macarronada, e o costume foi logo associado à nobreza: costumava-se comer macarrão com a mão, o que, após a popularização do garfo, ficou associado às classes baixas.

Mas nos anais da história culinária também há utensílios aposentados, sejam por motivos de obsolescência ou mesmo fracasso. Por exemplo: em 1940, um australiano criou o spork (spoon + fork), uma mistura de colher e garfo. Apesar da boa intenção, na prática o utensílio não cumpria nenhuma das duas funções, e não resistiu ao desuso.

batedor de ovos manual, que surgiu no fim do século XIX nos Estados Unidos e foi popularizado para produzir bolos, claras em neve e outras misturas, teve vida de mais ou menos cem anos, pois em 1971 surgiu a batedeira elétrica. No entanto, o mercado prova que o batedor manual pode voltar à vida, em especial aos amantes nostálgicos da cozinha.

Por fim, o pilão. O utensílio surgiu há 20 mil anos na África com fins de triturar cereais e ervas, o que foi a causa da sensível melhoria nutricional e medicinal das tribos. Nas cozinhas de hoje ele não costuma ser utilizado, a não ser para fazer molho pesto ou servir de decoração, já que os processadores de alimentos cumprem a função em tempo muito inferior.

Não perca na próxima semana a continuação do Especial Utensílios de Cozinha, com mais curiosidades e fatos para você que é apaixonado por gastronomia..

Fontes:

http://www.antiquariocasarao.com.br/

http://revistaepoca.globo.com/

“Memórias Gastronômicas de Todos os Tempos” (Ed. Zahar)