FOCO NA REGIÃO

Turquia, uma das mais ricas cozinhas do mundo

Nesta série especial sobre a Turquia, você já pôde conhecer mais a fundo sobre a história da região, suas implicações culturais, e as diferentes atrações turísticas do país (confira aqui e aqui os textos anteriores). Agora você vai descobrir como é o lado prático gastronômico resultante dessa grande diversidade histórica.

Obviamente, há muito ecletismo na culinária turca. Isso porque, durante os mais ricos períodos dos Impérios Bizantino e Otomano, os reis e sultões permitiram que as cidades absorvessem o melhor da cultura das civilizações sob seu domínio; eles também facilitaram o intercâmbio de informações entre as caravanas mercantis que vinham de todos os cantos, da Europa Central, da Ásia, dos Balcãs, do Oriente Médio e da África. Não à toa a cozinha turca é considerada uma das melhores e mais ricas do mundo, ao lado da francesa e chinesa.

Assim, não é estranho que pratos típicos sejam feitos à base de peixes ou carnes; de legumes ou cereais. Por exemplo, as cozinhas das cidades mais próximas do Mediterrâneo são ricas em saladas (salada turca), peixes, frutos do mar com muito azeite de oliva, e temperos. Atenção especial aos temperos, pois as especiarias eram sempre um dos itens mais comercializados, e portanto mais agregado à cultura local.

Dentre as carnes, as mais utilizadas são o borrego (nome dado ao cordeiro com menos de um ano de idade), vitela e frango. Já dentre os vegetais, as leguminosas, como feijão branco e lentilha, são protagonistas; e os legumes, como beringela e abobrinha, também são muito comuns na cozinha local de diversas regiões turcas. Se em Portugal existem mil e uma maneiras de preparar o bacalhau, na Turquia existem mil e uma maneiras de preparar a beringela (confira o especial sobre cozinha portuguesa aqui).

Apesar de serem histórias cheias de controvérsia, os turcos alegam serem os inventores do iogurte, presente em diversos pratos, e também do café. O que é certo é que eles criaram a yufka, ou massa phyllo, que é a massa folhada fininha que deu origem ao strudel, ao doce mil-folhas, e a diversas receitas de sobremesas.

Kebab não é só fast-food

Na Turquia, kebab é o nome dado a qualquer cozido no espeto, seja de carne, de peixe, frango ou de legumes. O termo é bem genérico, portanto esqueça a noção que você tem deste prato. Na verdade, o que chamamos geralmente de kebab fast-food é, para eles, o döner kebab, ou seja, um wrap com carnes, legumes e vegetais que lembra o churrasco grego. A Grécia é sua vizinha, portanto, qualquer semelhança não é coincidência.

O kebab pode ser servido de diversas maneiras: em espetos (kebab de rua), em guisados (tas kebab), em rolinhinhos com pão sírio e salada (urfa kebab e adana kebab), e até cozidos no jarro, uma espécie de tajini marroquino, chamado na Anatólia de testi kebab, prato típico da região central da Turquia. Ou seja, kebab não é só comida rápida.

Portanto, se você quer saber como se chamam as comidas rápidas mais tradicionais da Turquia, além do döner kebab, procure por:

  • *símit, rosca de massa de pão com gergelim;
  • *dürüm, uma espécie irmã do döner kebab;
    ou tantuni, que é como uma tortilla, bem apimentada;
  • *balik-ekmek, sanduíches de peixe comuns à beira do mar;
  • *lahmacun: a pizza turca, no pão sírio com carne moída e muito bem temperada;
  • *midye dolma, espécie de ostra e molusco servido na concha com arroz;
  • *kokoreç, para os fortes, é o intestino de ovelha cozida no espeto com temperos (mas, neste caso, procure redes confiáveis, como a Şampiyon Kokoreç);
  • *kumpir, a batata assada cujas opções de recheio são infinitas;
  • *tavuk pilav, que parece um prato de restaurante (arroz com frango), mas que é muito comum ser vendido e consumido nas ruas;
  • *e börek, que nada mais é que uma massa com queijo, comida como snack.

Bebidas turcas

Dizem os turcos que o iogurte foi inventado por eles. O fato é que uma de suas principais bebidas geladas, o ayran, é feito à base de iogurte (ou coalhada), água e sal. É uma bebida bem refrescante no verão.

O raki, destilado de anis, é para muitos turcos a única bebida alcoólica permitida, já que no Islã o consumo é proibido.

Não se iniba diante dos vendedores de sucos que passam com tanques às costas. Os sucos de frutas geralmente são de boa qualidade, e frescos; o consumo dessas bebidas na rua é bastante comum.

Mas, de longe, a bebida mais consumida é o chá, ou çay. Trata-se do chá preto à moda turca, consumido em qualquer hora do dia, do café da manhã ao jantar, na entrada da refeição à recepção em lojas tradicionais.

Já o café tem uma história interessante. Ele foi disseminado na Europa em partes por causa do cerco otomano feito à Vienna (final do século XVII). Depois que os invasores abandonaram o posto, os vienenses descobriram sementes de café no local de acampamento inimigo. Foi a partir de seu cultivo e consumo que a vida intelectual da Europa Ocidental nunca mais foi a mesma.

Histórias à parte, o café turco tem uma forma interessante de ser consumido. O café é concentrado, vindo de uma moagem com consistência de farinha, algumas vezes misturado com cardamomo. Depois de servido, deve-se esperar um minuto, para que a borra decante no fundo do recipiente. Aliás, a leitura de borra é comum na Turquia, e o consumo de café também está ligado algumas práticas divinatórias. Nada mais exótico que um simples cafezinho no local que já foi um dos epicentros culturais do mundo.

Principais pratos turcos

Uma prova que a cozinha turca é diversificada é que os legumes, leguminosas e carnes frequentemente se misturam e são bastantes presentes nas refeições. A começar pelas entradas (mezes): além do pão pita, pode vir com lakerda (atum defumado e em finas fatias), queijos de cabra, legumes, verduras e azeitonas coloridas.

O prato nacional turco é o kurufasuliye, mistura de feijão branco, carne, pimentas secas, servido com pilav e tursu (picles). Um dos melhores locais para experimentar esse prato tradicionalíssimo é próximo ao Mosteiro Sulymaniye. Uma variação é o taze fasulye, cozido com molho de tomate, ou com tomate e cebolas.

Pilav é o nome dado ao arroz cozido com especiarias. Um prato típico de acompanhamento é o hamsi pilav, que é o arroz com anchovas, comum nas regiões mais próximas ao mar. Outros pratos de acompanhamento são:

  • *o pão pita, de massa fina e crocante (quando frio);
  • *bulgur pilav, que é como o pilav, mas em vez de arroz, é trigo cozido com cebolas, pimenta e hortelã (espécie de tabule);
  • *cacik, que são pepinos com iogurte, alho e hortelã;
  • *mükver, espécie de empanado de beringela, ovos e farinha;

Por falar nisso, a beringela recheada é outra figurinha comum por lá. Os recheios variam, mas geralmente são com arroz e especiarias, ou carnes e temperos, em espeacial a cebola. Seus nomes: imam bayildi e karniyarik, respectivamente. Duas das maiores delícias que você vai encontrar por lá, em termos de especialidade turca.

Outros pratos com base de vegetais são o yaprak sarma, que são rolinhos de folha de uva recheados com arroz, legumes e especiarias; o dolma, vegetais recheados, que são ou assados ou frescos; ou as sopas (çorba), também muito comuns, especialmente a de lentilha servidas com suco de limão, ou as de iogurte, outra especialidade turca.

Outros pratos que valem a pena:

  • *mantis, espécie de raviolis recheados com carne de carneiro, mas com uma massa diferente, à base mais de ovos que farinha, e que são fritos;
  • *kiremitte karides, um cozido feito com uma espécie de camarão comum naqueles mares;
  • *kuzu kaburga, assado feito com costelas de cordeiro;
  • *e as kaftas (köfte), bolinhos de carne picada servidas com arroz, legumes, lentilha ou bulgur (espécie de farelo seco de trigo).

Doces turcos: uma característica marcante

A Turquia é um dos países que contribuiu bastante para as receitas de doces, e eles são muito presentes no dia-a-dia da população em todas as classes sociais. Os turcos inventaram a massa phyllo (que vai no strudel, por exemplo) e outras delícias, como a baklava, que é uma massa folhada com recheio de pistache, nozes ou castanhas.

Já o lokum, ou as “turkish delight” (delícias turcas), são as balas de goma que eram feitas para o prazer dos sultões. São sobremesas de origem na realeza, o portanto muito ligadas ao orgulho nacional e à sua cultura exuberante. Elas podem levar recheio, mas por si só são uma delícia. Também conhecidas na cozinha síria.

O sorvete na Turquia (dondurna) é uma atração. Isso porque o atendente costuma fazer verdadeiros malabarismos com a massa antes de servir. Isso é possível porque o sorvete turco é mais pegajoso, já que é feito à base de leite de cabra. Não deixe de experimentar.

Outros doces que enriquecem a refeição turca:

  • *firin sütlaç, o arroz doce feito com passas (geralmente) de Corinto;
  • *güllaç, muito consumido no Ramadã, é doce de massa de amido, leite e nozes;
  • *kaymak é o manjar artesanal feito com nata de leite e mel turco.

Com tantas atrações gustativas, a cada refeição você terá uma surpresa. Este foi nosso especial de gastronomia turca, preparado especialmente para alimentar seus sonhos de viagem a este país tão rico em cultura. Até a próxima!

 

Fontes:

http://opentravel.com/

http://www.wittistanbul.com/

http://www.timeoutistanbul.com/

http://essemundoenosso.com.br/

FOCO NA REGIÃO

Istambul à Capadócia: os melhores lugares na Turquia

As atrações turísticas da Turquia se dividem em: Istanbul, Capadócia, Ancara, pontos históricos e turismo de natureza. Mas não se engane: em cada atração é possível se encantar com a riqueza cultural que a região tem à vista. Confira agora a segunda parte do especial Turquia da Revista Digital.

Ancara, a capital e seus museus

Com uma população e dimensão comparável a grandes metrópoles mundiais (só perde em tamanho para NY, Las Vegas e Chicago), Ancara é uma capital que reúne elementos da arquitetura de muitos povos: bizantinos, helênicos, hititas, otomanos, persas e romanos. Isso porque ela também fazia parte da rota que ia de Istanbul até o Mediterrâneo, mas com a diferença de ser localizado no centro da Turquia. Uma consequência dessa localização se reflete em seus atrativos: os museus ou atrações étnicas.

Como o Museu Etnográfico, o Museu de Arte e Escultura ou o Museu do Estado da Civilização Anatoliana, que são os principais para conhecer mais a fundo esse mosaico de civilizações que a Turquia representa. Este último é parte importante do castelo de Anatólia, nome dado à grande região turca que também se chamava de Ásia Menor.

O Mosteiro Kacatepe é um dos mais bonitos na Turquia, perdendo talvez somente para os imponentes localizados em Istanbul. Já o Mausoléu de Mustafa Atatürk é uma construção impressionante que leva o nome do primeiro presidente turco, um dos responsáveis pela fundação republicana da Turquia e por sua secularização, já no período entre as duas grandes Guerras Mundiais.

Vale também conhecer a Citadela de Anacara (Hisar). Trata-se de um complexo antiquíssimo de construções dentro de uma fortificação. As estruturas são mostras de como era a antiga arquitetura turca e gálata (povo conhecido biblicamente pela Epístola aos Gálatas).

Istambul, a cidade de dois continentes e mil nomes

Apesar de não ser a capital, Istambul é de longe a cidade com mais atrações na Turquia. Isso porque, como dito no primeiro post da série, lá foi a capital de dois opulentos impérios: o Bizantino (ou o Império Romano do Oriente) e o Otomano. Não é de se estranhar que nesta cidade, fundada no sec. VI a.C., tenha tantos palácios, mosteiros e mansões.

A cidade é justamente a parte turca dividida pelo Estreito de Bósforo, cruzada terrestre e marítima de antigas rotas comerciais, motivo de florescimento na cidade mil anos depois, no século VII D.C., com Bizâncio no poder, e novamente no Império Otomano, sob dois diferentes sultanatos.

O curioso na cidade é que o estreito também separa dois mundos: no lado europeu, a cidade é um centro cosmopolita, metrópole com agitada vida noturna; do outro, uma cidade tipicamente muçulmana, onde se ouvem os chamados para oração sempre às cinco horas da manhã e tarde.

As maiorias dos museus cobram taxa, mas uma parte turística bem considerável de Istanbul acontece de graça; e estas atrações já são suficientes para consumir uns quatro dias de estadia. Por exemplo, a caminhada que vai da Praça Taksim pela Avenida Istiklal até a Ponte de Gálata, uma grande torre medieval de pedra. O caminho é como uma viagem no tempo, passando por consulados, igrejas, vida noturna, vendedores ambulantes, cafés que colorem as ruas com suas músicas. No bairro antigo de Gálata fica o primeiro metrô turco (1875, construído, portanto ainda durante o Império Otomano).

Existem mesquitas e museus que são gratuitos. A Mesquita Sultanahmet (Mesquita Azul), a Mesquita Suleymaniye (construído pelo arquiteto Sinan, um dos mais importantes da história) e Mesquita Prestem Pasa (datada do século XVI, cheia de azulejos e florais). Mas também existem belas igrejas cristãs, como a Catedral de São Jorge e a Igreja de Santo Antônio de Pádua, no bairro Balat.

Outra caminhada é a do Estreito de Bósforo, pelo lado Europeu. Você terá panoramas incríveis de palácios otomanos, das yalis (mansões), do trecho divisório entre o Mar Negro e o Mar Mármara, além da vila Ortakoy, do Forte Rumelihisar e do Parque Bebek. Um dos palácios é o Topkapi, um local com inúmeras salas, saguões, quartos de sultões e, é claro, os locais dos famosos haréns.

Um importante retiro da cidade é a Ilha dos Príncipes, alcançável por balsa a um preço barato. Era um antigo local de exílio no Império Bizantino, e que oferece uma bela paisagem, um mergulho no passado. Lá você conhece o Monastério São Jorge (sec. XII), na Ilha Buyukada; o Monastério da Santíssima Trindade, em Heybehada; e as praias bonitas, mas de mar gelado, de Burgazark.Detalhe: o local não aceita veículos motorizados, portanto uma garantia de sossego.

Uma das principais atrações da Turquia como um todo é o Grande Bazar, ou Kapala Kasipi. Um verdadeiro labirinto com mais de 4.500 lojas em ruas e becos que mantém a grande tradição da cidade que foi rota mercantil mundial: o comércio. E a negociação de preços, claro. Ele começa na Praça Eminonu (sec. XVII) e também passa pela Praça Beyazit (sec. XV), que por si também são cartões postais. Os donos das lojas — que vendem de tapetes a azulejos, de doces a artesanato, de especiarias a roupas, enfim, talvez um dos shoppings mais antigos do mundo — recebem os turistas em até 15 línguas. A maioria das lojas de comida convida o turista a experimentar gratuitamente suas iguarias. Enfim, o lugar que vai render pra você uns quilos a mais em compras na bagagem de volta ao Brasil.

Dentre as atrações pagas, destacam-se o banho turco (Hamam), em Cermberlitas Hamam, e a cisterna subterrânea de Yerebatan Sarayi, mostradas no filme 007: From Russia with Love; são 336 colunas de mármore numa grande galeria subterrânea.

Já dentre os museus, confira o Museu Hagia Sophia, a maior catedral do mundo. Ela tem mais de mil anos, já foi basílica, já foi mosteiro, foi central nos dois grandes impérios, e mostra belíssimas peças de mármore e de caligrafia islâmica. Também vale a pena ir ao Museu de Arte Turca e Islâmica para conhecer tapetes, artesanato, azulejos e muitos artigos que traduzem interessantíssimas e históricas formas de arte.

Capadócia e o famoso passeio de balão

Capadócia é uma região conhecida por suas formações geológicas e as deformações causadas por antigas atividades vulcânicas. O Görene National Park é um local em que se pode apreciar esse tipo de paisagem, único no mundo.

O melhor lugar para se instalar na Capadócia é justamente na cidade de Göreme. Além de, dali mesmo, fornecer uma bela vista das formações geológicas da Anatólia (especialmente no pôr-do-sol), ela contém toda a infraestrutura que um turista pode precisar: hotéis para todos os bolsos, bares, restaurantes, cafés, lojas e empresas de viagens. Isso porque a cidade só tem seis mil habitantes!

O grande trunfo da cidade no turismo é o balonismo. A partir das 5h da manhã já se vêem balões subindo aos céus, que na grande temporada chega a ter dezenas deles voando ao mesmo tempo. O passeio dura em torno de 1h, podendo se estender de acordo com as condições dos ventos. A vista de cima é algo que você não vai ver em nenhum outro lugar, portanto, se vier para a Turquia, venha para a Capadócia e realize este sonho. Os passeios custam a partir de 100 euros por pessoa.

Tempo sobrando? Explore ainda mais.

Se você quer ver o país por todos os ângulos, confira outras atrações que valem a pena o investimento.

Na ala das paisagens e passeios:

 

  • Praias do Mar Egeu e Mediterrâneo. As prinipais são Bodrum, Marmaris, Fethiye e Kas. Existe um cruzeiro que vai de Bodrum a Antalya e passa por lindas baías, cidades antigas, portos agitados e praias famosas (Patara Beach), além do local de nascimento de Santo Nicolau (inspiração do papai Noel).
  • Piscinas termais em ParnuK Kale, em Hierápolis, com formações calcárias em águas que fazem bem à pele, olhos, e tratam asma e reumatismo.
  • O Rio Çoruh e o Monte Nomrut apresentam tanto belas paisagens quanto sítios arqueológicos, guardando, por exemplo, cabeças de gigantes estátuas da Antigüidade.
  • O famoso Monte Ararat é um vulcão inativo cuja vista do topo permite localizar locais de diversas civilizações antigas. Trekking é uma atividade constante (desde que em grupo), e a melhor data para o passeio é no verão, pois no inverno a neve impossibilita a ida, exceto para experientes.
  • Por fim, o Lago Van, um belo cenário que conjuga montanhas, platôs, lagos e muita natureza, com boa infraestrutura para o turista.

Já na categoria sítios históricos:

  • Éfeso, ou Kusadasi. Ali é tanto um local que guarda resquícios do Império Romano, como da civilização helênica: tem o Templo de Ártemis, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo). Também é conhecida pelas passagens do apóstolo Paulo.
  • Resort de Canakkale, em Dardanelos: local que envolveu as batalhas na Guerra de Troia e foi colocada na eternidade em Ilíada, de Homero. Inclusive o cavalo de madeira usado no filme Troia (2004) está lá para ser visto.
  • A península de Gallípoli foi palco de batalhas históricas. Além de belas vistas, está repleta de belos memoriais e cemitérios de guerra. O tour guiado geralmente leva 4 horas, com saídas de Canakkale e Istambul.
  • Amasya é uma cidade que abriga outras construções que mostram bem o que era a arquitetura otomana. Já Mamure Kalesi é um castelo fortificado construído em Anamara, ao sul do país, um ponto próximo ao Chipre, no século III.

Já está mais do que claro que viajar na Turquia é uma viagem no tempo de muitos tempos, passando por resquícios de diversas civilizações e momentos marcantes da história mundial. Agora só falta você saber o que tem de bom na gastronomia. Fique de olho no próximo post, que vai falar justamente sobre as delícias da cozinha turca. Até breve!

 

Fontes:

http://viajeaqui.abril.com.br/paises/turquia

http://essemundoenosso.com.br/

http://g1.globo.com/turismo-e-viagem/

http://opentravel.com/

http://www.wittistanbul.com/

FOCO NA REGIÃO

Turquia: o país que une culturas e continentes

Neste especial de três partes, a Revista Digital traz a você informações sobre este país que é o 6º mais visitado do mundo, e tudo por causa da sua abertura cultural e atrativa mistura de civilizações. Confira abaixo a primeira parte, dedicada a encantar você com os aspectos culturais e gerais desse destino turístico fascinante.

Por que a Turquia é tão importante para a História?

A Turquia é o país que já abrigou civilizações antiquíssimas. Estamos falando de culturas que sedimentaram a humanidade, como os helênicos (hititas e gregos antigos), persas, romanos, bizantinos e otomanos. Estes últimos tiveram importante impacto na história da humanidade, pois o Império Bizantino, potência na Idade Média, chegou a ser sede da Igreja Romana; e o Império Otomano, potência na Era Moderna até 1922, também desempenhou papeis estratégicos no rumo tanto da Europa Ocidental quanto do Oriente Médio e Rússia.

O país, e em especial a cidade de Istambul, é um ponto estratégico no mapa. Fica entre quatro mares (Mediterrâneo, Negro, Egeu e Mármara), liga dois continentes e fica próximo da África. Além de tudo isso, esta cidade, que já foi chamada Constantinopla e também Bizâncio, era parte de uma rota comercial muito antiga, tanto para quem vinha pelo mar  — da Rússia pelo Mar Negro até o Mediterrâneo, que divide África de Europa — quanto por terra, num caminho desde o Danúbio, nos Balcãs, até a Ásia Menor, Síria e Mesopotâmia, antigo trajeto para seguir à Pérsia por terra, ou às Índias por mar.

Ou seja, um destino muitas vezes obrigatório para as caravanas mercantis, o que garantiu importância política e poder econômico aos mandantes que dominavam a região, devido aos impostos cobrados pela travessia. Sua importância é tão grande que a tomada de Constantinopla, no século XV, marca não somente a queda do Império Bizantino, como o fim da Idade Média. Isso sem contar as Cruzadas e também a importância estratégia nas guerras do século XIX e XX que definiram a geopolítica da região ao longo dos séculos.

Por causa disso, os sultões, reis e imperadores que por ali passaram tomaram uma importante decisão de fortificar a cidade e garantir sua preservação. Isso não só garantiu a segurança do trecho, como ainda permitiu conservar aspectos culturais ancestrais, como documentos e escrituras da Antiguidade. Os pensadores e universidades na era do Renascimento, por exemplo, tiveram acesso à cultura grega muito por causa dos registros guardados na região onde hoje é Istambul, a cidade mais cosmopolita da Turquia.

O turismo na Turquia reflete sua abertura

A Turquia nas últimas décadas investiu pesado no turismo, que hoje é importante parcela do PIB turco. É o 6º país mais visitado do mundo, bem alinhado com a União Europeia e com vôos diretos pela Turkish Airlines para importantes cidades fora do eixo europeu, como São Paulo.

O brasileiro, por exemplo, quando chega pelo aeroporto, não precisa de visto (por até 90 dias), nem vacinas especiais, nem de taxas extras; observação: o mesmo não se pode dizer das fronteiras por terra, abertas, porém menos alinhadas sobre os acordos internacionais. Nosso CNH muitas vezes é aceito pelas estradas, e por isso diversos turistas alugam carros para descobrir as praias pelo mar Egeu.

É um país aberto em todos os sentidos. Mesmo que sua população seja 97% muçulmana, a Turquia tem estado laico, sistema parlamentarista, e permite liberdade religiosa. Seu islamismo é progressista, ou seja, adaptado a um mundo multicultural.

Tem leis que são duras aos turcos, mas brandas aos turistas. Por exemplo, a burca é proibida, mas mulheres muçulmanas de outros países são livres para usá-las; o álcool não é consumido no mundo islâmico, mas turistas muitas vezes são flagrados com cerveja pelas ruas (em todo caso, evite confusão). Sem contar que os turcos possuem sua bebida alcoólica branda, o raki, um destilado diluído de anis. Mas fique atento: em seu planejamento de viagem evite as datas do Ramadã, a não ser que você esteja lá justamente para conferir o evento.

Os moradores locais são receptivos, perguntadores, e até convidam turistas para jantar com suas famílias — é normal. Os garçons se sentem à vontade para sentar à mesa, às vezes perguntando até mesmo quanto você ganha; mas eles esperam sempre por gorjeta, entre 10 a 20% do valor da conta. Reserve.

Donos de lojas, especialmente as tradicionais, recebem os clientes servindo o tradicional chá turco, uma espécie de chá preto. O wifi, mesmo fechado, é liberado em muitos estabelecimentos, mesmo a não clientes, bastando perguntar ao dono da loja ou restaurante. Só não se deve aceitar simpatia demais, como ofertas de bebidas, especialmente se fvocê for o turista solitário, geralmente mais suscetível a golpes.

É um país seguro para turistas. As crises do Oriente Médio não afetam o país mesmo sendo vizinho; não confundir com os ataques recentes na Tunísia, que não é Turquia, mas têm bandeiras muito parecidas. Cigarro e narguilê são permitidos, mas o consumo de drogas é proibido e punido com prisão, sem exceção.

Curiosidades culturais da Turquia

Não se deixe enganar pelo nome: o “banheiro turco” (buraco no chão com dois apoios para o pé) é raridade. A maioria dos estabelecimentos conta com os tradicionais vasos sanitários. Mas o “banho turco”, este sim você deve encontrar (e experimentar) por lá. Trata-se praticamente de um spa, onde os clientes, separados por sexo, usufruem de serviços como saunas, esfoliação e massagem.

Uma lei curiosa proíbe que artigos de antiguidade sejam levados da Turquia. Ou seja, caso você passe por algum sítio arqueológico, como em Éfeso, ou adquira algum tapete, o vendedor terá que dar um certificado dizendo que o objeto não é um item antigo.

Por falar em tapetes, falemos de compras. Se você gosta de trazer itens da cultura local, reserve um espaço para tapetes de kilins, cerâmicas otomanas de Avanos, narguilês, artigos de couro de Malatya, peças de vitrais em mosaico e, é claro, temperos e doces, muito clássicos na Turquia.

Última dica: se você aprecia artes performáticas, ou manifestações religiosas típicas, ou ambos, não deixe de ver uma dança dos Dervishes. É um espetáculo de cores e espiritualidade. Trata-se de uma dança cerimonial sufi em que bailarinos/devotos giram sem parar até atingir um êxtase controlado. O melhor local para conferir a atração é em Galata Mevlevihanesi.

No próximo artigo você vai saber não só sobre os mercados e bazares famosos na Turquia para essas compras, como os locais religiosos, culturais e naturais que você deve conhecer. Isso e muito mais informações sobre as cidades e pontos turísticos da Turquia você confere no próximo post que o blog da Spicy preparou. Até lá!

Fontes:

http://essemundoenosso.com.br/

http://opentravel.com/