FOCO NA REGIÃO

Grécia: sem crise para o turismo

A Revista Digital está ciente do momento delicado pelo qual a Grécia passa, e também das dúvidas que todo turista tem tido na hora de marcar sua viagem. Mas a crise por lá é de ordem financeira, e não política, portanto o turismo não foi afetado. Ao contrário: está mais barato, e houve um aumento médio de 20% na procura em cias. aéreas, hotéis etc.

Sim, caros leitores, a Grécia mais do que nunca está de braços abertos aos turistas, que, visitando e consumindo, só têm a contribuir à economia local. A gratidão inclusive é bastante notada, visto que o povo grego recebe o turista com efusividade, como se agradecessem por termos escolhido a Grécia neste momento. Portanto, em mais um especial turístico, o blog da Spicy traz informações para você que se interessa por conhecer o berço da civilização ocidental. Vamos lá?

Como a crise afetou o turismo

Nas ilhotas, principal destino turístico na Grécia, a crise não afeta. Seria o mesmo que esperar que a crise no Brasil afetasse Canoa Quebrada, no Ceará. O principal resultado está nos valores cobrados nas viagens e pacotes: está quase tudo mais barato. De estadias a passagens aéreas, passando pelo comércio. Hora de pechinchar!

Mas a mudança mais instrutiva se dá nas cidades. Relatos de viajantes que estiveram na Grécia recentemente mostram que há algo especial pelos ares de Atenas. O turista vai notar que só se fala na crise e na saída da Zona do Euro.

Quer dizer que o clima está pesado? Nem tanto. Relembre que, há pouco tempo, em referendo popular, a população grega foi contra os interesses da União Europeia. Este é um fato histórico para o bloco, pois colocou em cheque aquilo que alemães e franceses estavam chamando de democracia; que, aliás, tem raiz grega: poder (ou lei) que emana da população.

Ou seja, o principal aspecto que o turista vai notar é que a viagem acaba se tornando uma aula de cidadania e participação popular nas decisões governamentais. O que, convenhamos, seria muito útil por aqui.

E se a Grécia sair da Zona do Euro, não será de uma hora para a outra. O viajante não vai perder viagem. No entanto, é válido lembrar que muitos estabelecimentos não aceitam determinados cartões. Isso não tem nada a ver com a crise, pois já acontecia antes e também acontece em outros locais na Europa. Dinheiro em espécie vai evitar dores de cabeça. Como os bancos gregos já reabriram isso também não deverá ser grande problema.

Atenas: uma aula viva de história, só que modernizada.

Atenas é a capital grega e dentre as cidades é a mais visitada. É lá onde fica a Acrópole, que pode ser vista de qualquer ponto da cidade. Na Acrópole você vai conferir monumentos que são testemunhas da civilização helênica: o Parthenon, o Templo de Athena Nike (a deusa, não a marca) e o Teatro de Dionísio.

O metrô ateniense é bem moderno graças às Olimpíadas de 2004 e se torna uma atração em si. Algumas estações, como a Syntagma, são literalmente museus, expondo aos passantes peças de descobertas arqueológicas relevantes para a História. O milenar estádio Panatenaico e o Monte Lykavittos, que oferece o melhor panorama da capital, são outras atrações imperdíveis.

Quer mais da cultura local? Em Atenas você conhecerá as legítimas cantinas gregas, provando pratos consagrados como a moussaka, keftedes (almôndegas) e a salada grega, sempre bem servida em queijo feta. A bebida típica a se experimentar é a ouzo, à base de anis.

Se você quer mais História e agito, visite Thessaloniki. É uma cidade com vida bastante agitada, especialmente à noite, tornando-se a capital cultural grega. Lá se notam resquícios da civilização bizantina, como na Muralha Branca, nos banhos turcos, nos mercados e nos bares, que aqui podem ser tanto clubes noturnos quanto verdadeiras tavernas.

Ainda perto de lá fica Halkidiki, uma península com três partes: a vida noturna de Kassandra, as praias de Sithonia e a comunidade monástica de Athos (aberta somente a peregrinos do sexo masculino).

Bate-volta de Atenas: alguns passeios de barco visitam ilhas famosas ou outros sítios arqueológicos, mas menores. Algumas delas são as seguir:

  • o Cabo Sounion e seu Templo de Poseidon, deus dos mares na mitologia grega;
  • o Peloponeso, península que ainda abriga templos gregos, fortalezas, igrejas bizantinas, palácios e as ruínas de Olímpia, onde a primeira Olimpíada foi sediada;
  • o sítio arqueológico de Delphi, o segundo mais importante do país, ao lado do Monte Parnaso, e famoso pelos oráculos que orientavam governantes em suas decisões políticas e militares;
  • e Meteora, no centro do país, onde duas vilas estão suspensas em um rochedo de mais de mil metros de altura, criada para monges que buscavam isolamento e iluminação.

Ilhas gregas: Creta, Santorini e muito mais

Se não for pela história, o principal motivo que leva o turista à Grécia são suas ilhas e praias. Verdadeiros retiros mediterrâneos, elas muitas vezes oferecem passeios a sítios arqueológicos, praias inesquecíveis e paisagens muito charmosas. As principais são estas:

Santorini — É o cartão postal grego, com suas casinhas brancas em encostas de frente ao mais belo pôr do sol do Mar Egeu. Fica na ilha de Oia, local de uma cratera de um vulcão submerso. A cidadezinha é um labirinto de ruas estreitinhas. Mas não é só isso que a ilha oferece. As praias mais famosas são Perissa e Perivolos, além da Red Beach, que, ao pé de falésias, parece uma paisagem de Marte. Há também na região um sítio arqueológico de uma cidade minóica, destruída por um vulcão há 3.500 anos, mas parcialmente preservada.

Creta — Uma costa bastante bonita que abriga cidades cosmopolitas, mas que abarca vilas bem tranquilas entre campos de olivais. A ilha também oferece uma experiência cultural que mistura as inúmeras civilizações que habitaram no local.

Naxos — Estradinhas pelo interior da ilha vão revelar igrejas ortodoxas, campos de lavanda, um Templo de Apolo e moradores muito simpáticos, apesar de não falarem o inglês. Quem ficar pelas praias verá o interessante movimento do porto.

Paros — A Praia de Santa Maria e os polvos a secar são lembranças comuns do viajante. Mas as calçadas de pedra, suas casinhas impecavelmente brancas e o centrinho (Lefkes) também merecem seu precioso tempo.

Mikonos — Uma sociedade moderna, cosmopolita, mas que ainda mantém os traços de suas casas brancas e ruas em formato de labirinto.

Rhodes — Popular por suas praias e suas importâncias históricas.

Grécia e a civilização ocidental

A relevância grega na História é algo que dispensa apresentações. Os helênicos, em sua era clássica, foram os genitores de ideias e conceitos que são a base da civilização ocidental, vide Sócrates, Aristóteles, Platão, Pitágoras, a lei áurea, a mitologia grega, a política… Conhecimentos que foram reconhecidos posteriormente, como no Império Romano e no Renascimento, e que até hoje são consultados.

Uma das suas maiores influências é na arquitetura. O que primeiramente vêm à mente são os famosos pilares, os tetos triangulares, a escadaria, a porta de entrada… Seja na Casa Branca, na Fontana di Trevi ou nos Palácios da Justiça, os pilares de mármore são um importante legado da arquitetura grega. Mas está longe de ser só isso. Os princípios de simplicidade, proporção, perspectiva e harmonia entre as estruturas de uma construção já eram discutidos há mais de dois mil anos e meio nas pólis gregas. Os mesmos princípios são encontrados nos estádios de futebol, que seguem os preceitos dos stadium gregos, ou dos anfiteatros, com acústica perfeita.

Esse é o lado clássico da influência grega na arquitetura, sempre a principal referência quando se pensa em elegância é uma dose de ostentação. Já quem pensa na Grécia pelo lado rústico, tem nas paredes brancas e na decoração de madeira outra imagem bastante corriqueira. Além de aproveitar a luz do sol, essa combinação remete à tranquilidade das cidades costeiras nas ilhas gregas. Ou seja, uma tendência para se pensar naquele seu retiro que você tanto gosta nos fins de semana e feriado.

É claro que não cabe no artigo da Revista Digital todo o peso da cultura helênica para as artes. É algo tão intrínseco na civilização que até se perde de vista. Para saber mais, nada como conferir isso pessoalmente. Portanto, se você já tinha desejo ou curiosidade de conhecer o país, deixe o medo de lado e mergulhe nesta viagem cinematográfica e edificante.

Fontes:

http://www.folha.uol.com.br/turismo/

http://oglobo.globo.com/boa-viagem/

http://www.360meridianos.com/

http://viajeaqui.abril.com.br/

http://www.ancient.eu/

http://www.houzz.com/

Touropia Travel Experts

FOCO NA REGIÃO

Marrakesh e a cozinha marroquina

Na primeira parte do especial sobre Marrocos, a Revista Digital falou sobre o país, seus principais contrastes, cuidados na viagem e as principais cidades que merecem a visita. Só faltou uma: Marrakesh, a mais incrível de todas pelos aspectos culturais e turísticos. Ainda neste artigo você conhece um pouco mais da cozinha marroquina. Prepare já o chá de menta.

A cidade de Marrakesh

Como toda cidade importante no Marrocos, Marrakesh possui uma medina com ruas tortuosas muito boas para se perder, uma mesquita principal, palácios, diversos minaretes que chamam os muçulmanos para a hora da oração, e, é claro, museus e outras atrações que preservam a história do país e sua tradição. O trânsito dentro da cidade antiga é bem caótico e chega a assustar, mas de alguma forma milagrosa poucos acidentes acontecem.

Dentre as principais atrações para deslumbre de seus olhos estão:

  • Museu de Marrakesh, com obras de arte árabe, joias, cerâmicas etc. No entanto, o maior atrativo mesmo é a arquitetura e decoração deste belíssimo local.
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  • Ben Youssef Madrasa é uma escola fechada para graduados muito qualificados. Outro exemplo em que a decoração será o motivo para pelo menos umas duas horas de caminhadas bem lentas, pois é tudo de mármore italiano, cedro, azulejos zellij etc. Só vendo pra entender.
  • Saadian Tumbs é uma necrópole criada para a família de um antigo sultão, e também é rica em detalhes na decoração. Para fechar a lista de locais de arquitetura impressionate, confira o Palácio Bahia.
  • Jardim Majorelle foi criada nos tempos em que Marrocos era protetorado francês, e fica portanto fora da medina. Trata-se do acervo de Louis Majorelle e sua coleção de plantas e árvores trazidas do mundo todo: China, Brasil, México etc. Um oásis que merece sua visita.
  • a própria medina. Sim, andar pela cidade vai fazer perceber como corre o dia-a-dia dos locais, e você ainda vai se encantar com os diversos tipos de vielas, portas, calçadas, janelas e fachadas típicas.

Bom de barganha? É aqui que você vai descobrir.

O povo árabe em geral tem o comércio no sangue e em Marrakesh isso fica bem evidente. Não só porque ela tem um grande souk com todos os tipos de produtos que você puder imaginar num filme do Alladin, como porque o principal cartão postal da cidade é uma grande praça onde todos se encontram para comprar e vender.

A Praça Jemaa El-Fna funciona a todo o vapor durante boa parte do dia e da noite. São inúmeras tendas e comerciantes que tentam o pão do dia vendendo seus produtos variados por ali. Durante o dia é o melhor momento para tomar um tradicional suco de laranja, comprar ervas, frutos secos e ver malabaristas, artistas de rua, encantadores de serpentes, mágicos e domadores de macacos (ainda que os pobres animais não recebam os melhores tratos). Um alerta: eles esperam receber gorjeta pelas fotos que você tirar, mesmo que seja à distância.

À noite o local fervilha. Parece que todos, de turistas a locais, vão para a praça fazer um social, comer churrasco e festejar. E olha que o muçulmano não ingere bebidas alcoólicas. Muitos restaurantes ficam às margens da praça, e o tempo da refeição é o bastante para observar o quanto que a praça é agitada.

El-Fna fica num ponto estratégico, pois muitas pousadas estão por perto, e a praça ainda liga dois pontos importantes da medina: as entradas dos souks (que aqui é um mercado que se desdobra por inúmeras ruelas semicobertas) e a avenida que leva até a mesquita Koutoubia — que, apesar de muito bela, só permite a entrada de muçulmanos.

Os souks são os mercados compostos por tendas, barracas, estabelecimentos de todos os tamanhos, e que formam um labirinto cheio de gente comprando e vendendo. Tem de tudo: frutas, frutas secas, ervas, especiarias, artesanato em madeira, em couro, em tecido, véus, narguilés, roupas típicas, sapatos, além de souvenires e muitos tipos de quinquilharias. Alguns artesãos confeccionam o produto na hora para provar a habilidade e oferecer um espetáculo a parte. Outra experiência interessante é conhecer uma das farmácias naturais e ter uma aula sobre o poder dos alimentos, ervas e óleos.

Como parte da cultura árabe, os vendedores tentam barganhar sempre, e eles são muito bons nisso, com diversas técnicas de persuasão. Eles vão te empurrar um preço mais alto, você põe um mais baixo, e então pela argumentação (se a comunicação acontecer) vocês vão chegando num preço que esteja justo; para eles, preço justo é o preço que ambos estão de acordo em pagar. É uma experiência divertida, no entanto é aconselhável só barganhar se você estiver mesmo afim de levar o produto. Se não quiser ser abordado por um vendedor negociante, nem perca tempo parado olhando os produtos à mostra.

Passeios extras saindo de Marrakesh

Você pode fazer um bate-volta até Essaouira, uma bela cidade que fica na costa oeste (Atlântico). É um grande atrativo, em especial pelas paisagens.

Uma viagem que nem todos conhecem é a aventura no Saara que parte de Marrakesh. Trata-se de uma excursão de dois dias e uma noite que algumas empresas organizam. O pacote inclui o trajeto de ida e volta e uma noite em plenas dunas do Saara, em tendas criadas por berberes para o evento. Isso inclui o jantar típico, o café da manhã com os nômades e o “transfer” de dromedário que leva os turistas, em 40 minutos, da última parada da van até as tendas no deserto.

São oito horas de viagem sem contar as paradas em cidades menores para as refeições. Os grupos são de 10 a 14 pessoas por van; no acampamento berber dormem de 40 a 50 pessoas. O trajeto passa por lugares incríveis, como:

  • os sets de filmagem de títulos famosos que se passam no deserto, como “Lawrence da Arábia”;
  • a antiga citadela de Ait-Ben-Haddou, feita toda de barro, onde foram gravadas algumas partes de Game of Thrones;
  • lojas de vendedores de tapetes;
  • povoados nômades;
  • e a cordilheira do Atlas, de dar frio na barriga, de tão próximas que as curvas são dos penhanscos.

Durante à noite, já no deserto, os berberes são atenciosos e fazem de tudo para você se sentir seguro e à vontade. Tudo é muito simples e honesto: servem chá verde e tajine no jantar, e à noite os anfitriões preparam uma roda de fogueira em volta da qual todos são convidados a sentar, contar histórias e cantar.

Mas o grande atrativo mesmo são as estrelas. Longe de qualquer civilização, o céu no Saara revela uma quantidade inimaginável de constelações. Ponto alto da viagem para quem tem a alma de poeta.

Todos dormem nas tendas e, logo cedinho, compartilham um café da manhã típico: pão, geleia de damasco, queijo e chá verde. Os turistas montam em seus dromedários novamente e vislumbram a paisagem do deserto com o sol raiando.

A cozinha marroquina

É na alimentação que se notam as influências culturais. No caso do Marrocos isso fico muito evidente, pois tudo é resultado de uma mistura de povos: nômades do deserto; mediterrâneos; árabes; ibéricos; e também os franceses. O resultado é uma culinária única, rica em perfumes e condimentos, numa mistura que não é agressiva, e com destaque para o açafrão, frutas secas (em especial o damasco) e a hortelã.

No café da manhã típico serve-se pão em formato de disco, como um sírio, mas mais grosso; geleias ou frutas em compotas; manteiga e chá de hortelã. O chá, inclusive, é servido em diversos outros momentos do dia, em especial quando a situação é de hospitalidade, como nas lojas de tapete. Fria ou quente, é a bebida mais consumida no país, e parte da tradição local. Uma dica: peça sem açúcar, porque no Marrocos o chá é sempre muito doce.

O tajine é o carro-chefe da sua cozinha. Trata-se de um guisado de frango, vaca, borrego, peixe ou mariscos, e que é servido com legumes cozidos e um fruto cítrico numa panela ou travessa feita de barro (chamada tajine). Existem inúmeras maneiras de preparar o tajine, assim como em Portugal há mil e uma maneiras de fazer bacalhau.

O cuscuz (couscous) é parecido e utiliza os mesmos ingredientes, no entanto não é um ensopado, e sim uma mistura de tudo aquilo com arroz fino, geralmente feito de semolina ou à base de cereais. Este arroz também serve de acompanhamento para a maioria das carnes, como o cordeiro e o frango.

Em geral as carnes são temperadas com mel, açafrão, frutas cítricas e outras especiarias, variando conforme a casa. Não estranhe se o condimento Ras Al Ranout, muito popular, for diferente em cada lugar. Isso porque a tradução literal é “seleção do lojista”, portanto cada um tem seu próprio estilo e receita. Um espetáculo de cheiros e sabores harmonizados numa cozinha bastante simples, mas muito rica.

As sopas também são tradicionais em Marrocos. As mais procuradas são a Harifa (lentilhas, grão-de-bico, cordeiro, tomate e vegetais) e a Bissara (ervilhas ou fava, azeite e muitas especiarias).

Quanto à sobremesas, além do mel, as frutas secas são bem comuns em qualquer hora do dia: amêndoas, castanhas, nozes, figos, ameixas e tâmaras.

Fica a dica da Revista Digital, o blog da Spicy, para sua próxima viagem. E reserve espaço na bagagem, pois você vai voltar cheio de compras do país.

Fontes:

https://viajologoexisto.wordpress.com/

http://www.revistaturismo.com.br/

FOCO NA REGIÃO

Marrocos: a exuberância árabe à beira do Saara

O Marrocos é um país africano, de etnia e língua árabe e que segue o Islã mais flexível (mas nem tanto quanto na Turquia de Istanbul). Mas não se engane com a ficção: a novela O Clone e o clássico dos cinemas Casablanca, de 1942, são mera ficção; o filme sequer foi rodado em Casablanca. O país é muito mais contrastante que o que se viu nas telonas e telinhas, e é um dos países do mundo árabe cujo turismo vale bem a pena. Portanto, embarque nesse artigo da Revista Digital e conheça mais sobre as exuberâncias do Marrocos.

Contrastes para todos os lados

Marrocos fica no extremo noroeste africano, na curva entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo. Pelo Estreito de Gibraltar partem barcas todos os dias indo e vindo da Espanha, num trecho que leva 60 ou 90 minutos de travessia.

Apesar de estar na costa, metade de seu território é parte do deserto do Saara, ao sul. Portanto, seu clima é árido e empoeirado, o que quer dizer que as melhores épocas para viajar por lá são as meias estações, pois no inverno vai chover e esfriar, estragando parte interessante da viagem, e no verão o calor será implacável.

Apesar disso, neva em Marrocos! Isso porque existem montanhas na geografia do país. A cordilheira do Atlas, de 2.000m de altura, e suas estradas estreitas, são um bom passeio para quem tem sangue aventureiro (você confere mais detalhes na parte II do especial).

Mas a geografia não é o único grande contraste que vai atrair sua atenção. A própria língua é outro: além de falar-se árabe, muitos falam o francês. O inglês geralmente é reservado para quem trabalha diretamente com turismo, como hotéis, restaurantes e guias.

É um país que esbanja riqueza em certos pontos e pobreza e muitos deles, em especial nos vilarejos afastados e nos becos da medina. No entanto, é um país potencialmente rico, com grandes reservas minerais e investimentos de famílias milionárias. A final do Mundial de Clubes da FIFA de 2013 aconteceu em Marrakesh, por exemplo, o que mostra o investimento que se faz por lá. Como o turismo tem crescido, pode-se dizer que Marrocos é seguro, um dos melhores nesse sentido entre os países árabes.

Questões culturais e cuidados na viagem

Outro exemplo de contraste é a honestidade do povo, em especial nos estabelecimentos. Não é raro encontrar hotéis, mesmo entre os baratos, que trocam dinheiro por taxas cambiais justas; além de funcionários que realmente se preocupam com seu bem-estar e que farão de tudo para deixar uma boa impressão — mesmo que para isso um atendente corra desesperadamente pela rua gritando em árabe atrás do seu táxi para avisar que você esqueceu seu óculo de sol na recepção.

E por que isso é contrastante? Porque apesar da honestidade dos estabelecimentos, cuidado: onde há turista, há malandro. Falsos guias vão te abordar constantemente, principalmente se você der “sinais de perdido” (e eles farejam bem esses sinais). Eles não vão te levar para becos para te assaltar (um crime punido severamente no islamismo), mas vão te levar a locais errados e tentar extrair uma boa gorjeta sua. Uma perda de tempo que pode ser estressante e cara. O que fazer para espantá-los? Basta na abordagem dizer com firmeza “la shukram”, que significa “não, obrigado”. Eles vão fazer cara feia, mas vão respeitar.

Na hora de pegar o táxi, exija que o motorista ligue o taxímetro, ou combine antes da viagem o preço que será cobrado. Assim você evita extorquimento. Mas não estranhe se, no trajeto, o taxista parar e pegar outra pessoa. Isso é bem comum, mas só acontece se o cliente extra estiver indo para o mesmo destino que o seu. Aliás, é bom que você saiba que o trânsito é caótico, com carros dividindo cruzamentos não sinalizados com pedestres, motos, carroças, bicicletas, charretes, caminhões, galinhas… Só Alá sabe como aquilo funciona.

Quanto ao choque cultural, um recado importante, em especial às mulheres. Os locais ainda estranham pessoas com a pele e corpo muito expostos, mesmo no calor. Seus assovios e secadas vão fazer os brutucus brasileiros parecerem Don Juans, mas pelo menos não chegam, pelos códigos religiosos, à indecência física e verbal que é mais comum no Brasil. Apesar das maiores cidades estarem acostumadas com o turismo, se você prefere evitar constrangimento será melhor andar acompanhada. Isso também vale para o homem, pois turista solitário é o maior atrativo para golpes e abordagens, como a dos falsos guias.

Atrativos comuns das cidades marroquinas

Medina nada mais é que a “cidade antiga”, presente nas principais cidades do país. Trata-se do centro comercial e residencial da cidade. Toda medina tem uma mesquita central, um palácio real, um mullah (bairro judeu), suqis (mercados onde a barganha impera) e medersas (escolas onde se ensina o Alcorão).

As medinas são urbanizadas como labirintos, com ruas tortuosas e bem estreitas. Apesar de serem um tormento para claustrofóbicos, andar pela medina é um dos grandes atrativos das cidades marroquinas, pois é nesse passeio que você terá os maiores e mais interessantes choques culturais. Se você tem bom senso de direção, pode arriscar andar sem guia (mas leve um cartão do hotel no bolso, em todo caso). No entanto, pelo menos no primeiro dia é aconselhável ter um ao lado.

As cidades consideradas estratégicas, próximas do Atlântico ou do Mediterrâneo, eram fortificadas e cercadas por muralhas de pedra para proteger contra invasores. Estas muralhas se chamam kasbahs, um legado dos povos berberes. Aquelas cidades foram também pintadas com cores distintas, para que navios pudessem de longe identificá-las. Casablanca é toda branca e Rabat é branca e azul. Marrakesh é a cidade vermelha, Fez é amarela e Meknes é verde.

Fez é a capital intelectual de Marrocos e uma cidade considerada patrimônio histórico pela UNESCO. Motivo: sua medina é a mais complexa. Um labirinto difícil de ser superado sem um guia. A cidade nova possui um palácio, mas o destaque fora da medina é visitar os tanques de tingimento, uma técnica preservada por seu valor cultural.

Casablanca não tem nada a ver com o cenário do filme de 1942. Ao contrário: Casablanca é uma cidade portuária e industrial, portanto mais moderna e dinâmica. Seu atrativo turístico é histórico: até 1755 era uma cidade bérber, e que foi destruída por um terremoto. Chama-se Casablanca (nome obviamente dado pelos espanhóis) porque, após a tragédia, a primeira casa construída era toda branca, o que serviu de inspiração simbólica para todas as outras que seguiram.

Meknes tem dois bons motivos para visita. A arquitetura de sua kasbah mostra a personalidade megalomaníaca de um antigo sultão, Moulay Ismail, que reinou por 55 anos e é considerado o eterno sultão da cidade devido às suas construções. Para ter uma ideia, a torre do kasbah é um esplendor, e ainda existe um aqueduto construído especialmente para regar os jardins palacianos e para banhar cada uma das suas 500 esposas. Por falar em aqueduto, o outro motivo é que Meknes fica próximo das ruínas de Volubilis, um dos últimos locais de testemunha arquitetônica da presença do Império Romano no norte da África.

Outros pontos interessantes no país:

  • Rabat, a capital, não costuma atrair o turismo, no entanto possui uma medina mais amigável, além de hotéis e restaurantes com gastronomia mais refinada.
  • Tânger é conhecido na literatura pela obra O céu que nos protege. Fica perto do estreito de Gibraltar, portanto muitos turistas europeus serão encontrados por lá. Além disso, a cidade leva a fama de ser aventureira, com mais estilo e menos dinheiro, e por isso atraiu muitos artistas décadas atrás.
  • Essaouira é a cidade litorânea onde muitos europeus vão passar o verão. Por fim, Merzouga é um dos poucos locais com resquícios dos povos nômades de tuaraque.

Marrakesh e sua grande feira de barganhas vai ficar para o próximo especial sobre o Marrocos. A Revista Digital também vai trazer as principais questões da cozinha marroquina e também um passeio imperdível para quem quer se aventurar nos desertos do Saara, com direito a passeio de dromedário e cenários literalmente de cinema. Até lá.

Fontes:

https://viajologoexisto.wordpress.com/

http://www.revistaturismo.com.br/

FOCO NA REGIÃO

Turquia, uma das mais ricas cozinhas do mundo

Nesta série especial sobre a Turquia, você já pôde conhecer mais a fundo sobre a história da região, suas implicações culturais, e as diferentes atrações turísticas do país (confira aqui e aqui os textos anteriores). Agora você vai descobrir como é o lado prático gastronômico resultante dessa grande diversidade histórica.

Obviamente, há muito ecletismo na culinária turca. Isso porque, durante os mais ricos períodos dos Impérios Bizantino e Otomano, os reis e sultões permitiram que as cidades absorvessem o melhor da cultura das civilizações sob seu domínio; eles também facilitaram o intercâmbio de informações entre as caravanas mercantis que vinham de todos os cantos, da Europa Central, da Ásia, dos Balcãs, do Oriente Médio e da África. Não à toa a cozinha turca é considerada uma das melhores e mais ricas do mundo, ao lado da francesa e chinesa.

Assim, não é estranho que pratos típicos sejam feitos à base de peixes ou carnes; de legumes ou cereais. Por exemplo, as cozinhas das cidades mais próximas do Mediterrâneo são ricas em saladas (salada turca), peixes, frutos do mar com muito azeite de oliva, e temperos. Atenção especial aos temperos, pois as especiarias eram sempre um dos itens mais comercializados, e portanto mais agregado à cultura local.

Dentre as carnes, as mais utilizadas são o borrego (nome dado ao cordeiro com menos de um ano de idade), vitela e frango. Já dentre os vegetais, as leguminosas, como feijão branco e lentilha, são protagonistas; e os legumes, como beringela e abobrinha, também são muito comuns na cozinha local de diversas regiões turcas. Se em Portugal existem mil e uma maneiras de preparar o bacalhau, na Turquia existem mil e uma maneiras de preparar a beringela (confira o especial sobre cozinha portuguesa aqui).

Apesar de serem histórias cheias de controvérsia, os turcos alegam serem os inventores do iogurte, presente em diversos pratos, e também do café. O que é certo é que eles criaram a yufka, ou massa phyllo, que é a massa folhada fininha que deu origem ao strudel, ao doce mil-folhas, e a diversas receitas de sobremesas.

Kebab não é só fast-food

Na Turquia, kebab é o nome dado a qualquer cozido no espeto, seja de carne, de peixe, frango ou de legumes. O termo é bem genérico, portanto esqueça a noção que você tem deste prato. Na verdade, o que chamamos geralmente de kebab fast-food é, para eles, o döner kebab, ou seja, um wrap com carnes, legumes e vegetais que lembra o churrasco grego. A Grécia é sua vizinha, portanto, qualquer semelhança não é coincidência.

O kebab pode ser servido de diversas maneiras: em espetos (kebab de rua), em guisados (tas kebab), em rolinhinhos com pão sírio e salada (urfa kebab e adana kebab), e até cozidos no jarro, uma espécie de tajini marroquino, chamado na Anatólia de testi kebab, prato típico da região central da Turquia. Ou seja, kebab não é só comida rápida.

Portanto, se você quer saber como se chamam as comidas rápidas mais tradicionais da Turquia, além do döner kebab, procure por:

  • *símit, rosca de massa de pão com gergelim;
  • *dürüm, uma espécie irmã do döner kebab;
    ou tantuni, que é como uma tortilla, bem apimentada;
  • *balik-ekmek, sanduíches de peixe comuns à beira do mar;
  • *lahmacun: a pizza turca, no pão sírio com carne moída e muito bem temperada;
  • *midye dolma, espécie de ostra e molusco servido na concha com arroz;
  • *kokoreç, para os fortes, é o intestino de ovelha cozida no espeto com temperos (mas, neste caso, procure redes confiáveis, como a Şampiyon Kokoreç);
  • *kumpir, a batata assada cujas opções de recheio são infinitas;
  • *tavuk pilav, que parece um prato de restaurante (arroz com frango), mas que é muito comum ser vendido e consumido nas ruas;
  • *e börek, que nada mais é que uma massa com queijo, comida como snack.

Bebidas turcas

Dizem os turcos que o iogurte foi inventado por eles. O fato é que uma de suas principais bebidas geladas, o ayran, é feito à base de iogurte (ou coalhada), água e sal. É uma bebida bem refrescante no verão.

O raki, destilado de anis, é para muitos turcos a única bebida alcoólica permitida, já que no Islã o consumo é proibido.

Não se iniba diante dos vendedores de sucos que passam com tanques às costas. Os sucos de frutas geralmente são de boa qualidade, e frescos; o consumo dessas bebidas na rua é bastante comum.

Mas, de longe, a bebida mais consumida é o chá, ou çay. Trata-se do chá preto à moda turca, consumido em qualquer hora do dia, do café da manhã ao jantar, na entrada da refeição à recepção em lojas tradicionais.

Já o café tem uma história interessante. Ele foi disseminado na Europa em partes por causa do cerco otomano feito à Vienna (final do século XVII). Depois que os invasores abandonaram o posto, os vienenses descobriram sementes de café no local de acampamento inimigo. Foi a partir de seu cultivo e consumo que a vida intelectual da Europa Ocidental nunca mais foi a mesma.

Histórias à parte, o café turco tem uma forma interessante de ser consumido. O café é concentrado, vindo de uma moagem com consistência de farinha, algumas vezes misturado com cardamomo. Depois de servido, deve-se esperar um minuto, para que a borra decante no fundo do recipiente. Aliás, a leitura de borra é comum na Turquia, e o consumo de café também está ligado algumas práticas divinatórias. Nada mais exótico que um simples cafezinho no local que já foi um dos epicentros culturais do mundo.

Principais pratos turcos

Uma prova que a cozinha turca é diversificada é que os legumes, leguminosas e carnes frequentemente se misturam e são bastantes presentes nas refeições. A começar pelas entradas (mezes): além do pão pita, pode vir com lakerda (atum defumado e em finas fatias), queijos de cabra, legumes, verduras e azeitonas coloridas.

O prato nacional turco é o kurufasuliye, mistura de feijão branco, carne, pimentas secas, servido com pilav e tursu (picles). Um dos melhores locais para experimentar esse prato tradicionalíssimo é próximo ao Mosteiro Sulymaniye. Uma variação é o taze fasulye, cozido com molho de tomate, ou com tomate e cebolas.

Pilav é o nome dado ao arroz cozido com especiarias. Um prato típico de acompanhamento é o hamsi pilav, que é o arroz com anchovas, comum nas regiões mais próximas ao mar. Outros pratos de acompanhamento são:

  • *o pão pita, de massa fina e crocante (quando frio);
  • *bulgur pilav, que é como o pilav, mas em vez de arroz, é trigo cozido com cebolas, pimenta e hortelã (espécie de tabule);
  • *cacik, que são pepinos com iogurte, alho e hortelã;
  • *mükver, espécie de empanado de beringela, ovos e farinha;

Por falar nisso, a beringela recheada é outra figurinha comum por lá. Os recheios variam, mas geralmente são com arroz e especiarias, ou carnes e temperos, em espeacial a cebola. Seus nomes: imam bayildi e karniyarik, respectivamente. Duas das maiores delícias que você vai encontrar por lá, em termos de especialidade turca.

Outros pratos com base de vegetais são o yaprak sarma, que são rolinhos de folha de uva recheados com arroz, legumes e especiarias; o dolma, vegetais recheados, que são ou assados ou frescos; ou as sopas (çorba), também muito comuns, especialmente a de lentilha servidas com suco de limão, ou as de iogurte, outra especialidade turca.

Outros pratos que valem a pena:

  • *mantis, espécie de raviolis recheados com carne de carneiro, mas com uma massa diferente, à base mais de ovos que farinha, e que são fritos;
  • *kiremitte karides, um cozido feito com uma espécie de camarão comum naqueles mares;
  • *kuzu kaburga, assado feito com costelas de cordeiro;
  • *e as kaftas (köfte), bolinhos de carne picada servidas com arroz, legumes, lentilha ou bulgur (espécie de farelo seco de trigo).

Doces turcos: uma característica marcante

A Turquia é um dos países que contribuiu bastante para as receitas de doces, e eles são muito presentes no dia-a-dia da população em todas as classes sociais. Os turcos inventaram a massa phyllo (que vai no strudel, por exemplo) e outras delícias, como a baklava, que é uma massa folhada com recheio de pistache, nozes ou castanhas.

Já o lokum, ou as “turkish delight” (delícias turcas), são as balas de goma que eram feitas para o prazer dos sultões. São sobremesas de origem na realeza, o portanto muito ligadas ao orgulho nacional e à sua cultura exuberante. Elas podem levar recheio, mas por si só são uma delícia. Também conhecidas na cozinha síria.

O sorvete na Turquia (dondurna) é uma atração. Isso porque o atendente costuma fazer verdadeiros malabarismos com a massa antes de servir. Isso é possível porque o sorvete turco é mais pegajoso, já que é feito à base de leite de cabra. Não deixe de experimentar.

Outros doces que enriquecem a refeição turca:

  • *firin sütlaç, o arroz doce feito com passas (geralmente) de Corinto;
  • *güllaç, muito consumido no Ramadã, é doce de massa de amido, leite e nozes;
  • *kaymak é o manjar artesanal feito com nata de leite e mel turco.

Com tantas atrações gustativas, a cada refeição você terá uma surpresa. Este foi nosso especial de gastronomia turca, preparado especialmente para alimentar seus sonhos de viagem a este país tão rico em cultura. Até a próxima!

 

Fontes:

http://opentravel.com/

http://www.wittistanbul.com/

http://www.timeoutistanbul.com/

http://essemundoenosso.com.br/

FOCO NA REGIÃO

Istambul à Capadócia: os melhores lugares na Turquia

As atrações turísticas da Turquia se dividem em: Istanbul, Capadócia, Ancara, pontos históricos e turismo de natureza. Mas não se engane: em cada atração é possível se encantar com a riqueza cultural que a região tem à vista. Confira agora a segunda parte do especial Turquia da Revista Digital.

Ancara, a capital e seus museus

Com uma população e dimensão comparável a grandes metrópoles mundiais (só perde em tamanho para NY, Las Vegas e Chicago), Ancara é uma capital que reúne elementos da arquitetura de muitos povos: bizantinos, helênicos, hititas, otomanos, persas e romanos. Isso porque ela também fazia parte da rota que ia de Istanbul até o Mediterrâneo, mas com a diferença de ser localizado no centro da Turquia. Uma consequência dessa localização se reflete em seus atrativos: os museus ou atrações étnicas.

Como o Museu Etnográfico, o Museu de Arte e Escultura ou o Museu do Estado da Civilização Anatoliana, que são os principais para conhecer mais a fundo esse mosaico de civilizações que a Turquia representa. Este último é parte importante do castelo de Anatólia, nome dado à grande região turca que também se chamava de Ásia Menor.

O Mosteiro Kacatepe é um dos mais bonitos na Turquia, perdendo talvez somente para os imponentes localizados em Istanbul. Já o Mausoléu de Mustafa Atatürk é uma construção impressionante que leva o nome do primeiro presidente turco, um dos responsáveis pela fundação republicana da Turquia e por sua secularização, já no período entre as duas grandes Guerras Mundiais.

Vale também conhecer a Citadela de Anacara (Hisar). Trata-se de um complexo antiquíssimo de construções dentro de uma fortificação. As estruturas são mostras de como era a antiga arquitetura turca e gálata (povo conhecido biblicamente pela Epístola aos Gálatas).

Istambul, a cidade de dois continentes e mil nomes

Apesar de não ser a capital, Istambul é de longe a cidade com mais atrações na Turquia. Isso porque, como dito no primeiro post da série, lá foi a capital de dois opulentos impérios: o Bizantino (ou o Império Romano do Oriente) e o Otomano. Não é de se estranhar que nesta cidade, fundada no sec. VI a.C., tenha tantos palácios, mosteiros e mansões.

A cidade é justamente a parte turca dividida pelo Estreito de Bósforo, cruzada terrestre e marítima de antigas rotas comerciais, motivo de florescimento na cidade mil anos depois, no século VII D.C., com Bizâncio no poder, e novamente no Império Otomano, sob dois diferentes sultanatos.

O curioso na cidade é que o estreito também separa dois mundos: no lado europeu, a cidade é um centro cosmopolita, metrópole com agitada vida noturna; do outro, uma cidade tipicamente muçulmana, onde se ouvem os chamados para oração sempre às cinco horas da manhã e tarde.

As maiorias dos museus cobram taxa, mas uma parte turística bem considerável de Istanbul acontece de graça; e estas atrações já são suficientes para consumir uns quatro dias de estadia. Por exemplo, a caminhada que vai da Praça Taksim pela Avenida Istiklal até a Ponte de Gálata, uma grande torre medieval de pedra. O caminho é como uma viagem no tempo, passando por consulados, igrejas, vida noturna, vendedores ambulantes, cafés que colorem as ruas com suas músicas. No bairro antigo de Gálata fica o primeiro metrô turco (1875, construído, portanto ainda durante o Império Otomano).

Existem mesquitas e museus que são gratuitos. A Mesquita Sultanahmet (Mesquita Azul), a Mesquita Suleymaniye (construído pelo arquiteto Sinan, um dos mais importantes da história) e Mesquita Prestem Pasa (datada do século XVI, cheia de azulejos e florais). Mas também existem belas igrejas cristãs, como a Catedral de São Jorge e a Igreja de Santo Antônio de Pádua, no bairro Balat.

Outra caminhada é a do Estreito de Bósforo, pelo lado Europeu. Você terá panoramas incríveis de palácios otomanos, das yalis (mansões), do trecho divisório entre o Mar Negro e o Mar Mármara, além da vila Ortakoy, do Forte Rumelihisar e do Parque Bebek. Um dos palácios é o Topkapi, um local com inúmeras salas, saguões, quartos de sultões e, é claro, os locais dos famosos haréns.

Um importante retiro da cidade é a Ilha dos Príncipes, alcançável por balsa a um preço barato. Era um antigo local de exílio no Império Bizantino, e que oferece uma bela paisagem, um mergulho no passado. Lá você conhece o Monastério São Jorge (sec. XII), na Ilha Buyukada; o Monastério da Santíssima Trindade, em Heybehada; e as praias bonitas, mas de mar gelado, de Burgazark.Detalhe: o local não aceita veículos motorizados, portanto uma garantia de sossego.

Uma das principais atrações da Turquia como um todo é o Grande Bazar, ou Kapala Kasipi. Um verdadeiro labirinto com mais de 4.500 lojas em ruas e becos que mantém a grande tradição da cidade que foi rota mercantil mundial: o comércio. E a negociação de preços, claro. Ele começa na Praça Eminonu (sec. XVII) e também passa pela Praça Beyazit (sec. XV), que por si também são cartões postais. Os donos das lojas — que vendem de tapetes a azulejos, de doces a artesanato, de especiarias a roupas, enfim, talvez um dos shoppings mais antigos do mundo — recebem os turistas em até 15 línguas. A maioria das lojas de comida convida o turista a experimentar gratuitamente suas iguarias. Enfim, o lugar que vai render pra você uns quilos a mais em compras na bagagem de volta ao Brasil.

Dentre as atrações pagas, destacam-se o banho turco (Hamam), em Cermberlitas Hamam, e a cisterna subterrânea de Yerebatan Sarayi, mostradas no filme 007: From Russia with Love; são 336 colunas de mármore numa grande galeria subterrânea.

Já dentre os museus, confira o Museu Hagia Sophia, a maior catedral do mundo. Ela tem mais de mil anos, já foi basílica, já foi mosteiro, foi central nos dois grandes impérios, e mostra belíssimas peças de mármore e de caligrafia islâmica. Também vale a pena ir ao Museu de Arte Turca e Islâmica para conhecer tapetes, artesanato, azulejos e muitos artigos que traduzem interessantíssimas e históricas formas de arte.

Capadócia e o famoso passeio de balão

Capadócia é uma região conhecida por suas formações geológicas e as deformações causadas por antigas atividades vulcânicas. O Görene National Park é um local em que se pode apreciar esse tipo de paisagem, único no mundo.

O melhor lugar para se instalar na Capadócia é justamente na cidade de Göreme. Além de, dali mesmo, fornecer uma bela vista das formações geológicas da Anatólia (especialmente no pôr-do-sol), ela contém toda a infraestrutura que um turista pode precisar: hotéis para todos os bolsos, bares, restaurantes, cafés, lojas e empresas de viagens. Isso porque a cidade só tem seis mil habitantes!

O grande trunfo da cidade no turismo é o balonismo. A partir das 5h da manhã já se vêem balões subindo aos céus, que na grande temporada chega a ter dezenas deles voando ao mesmo tempo. O passeio dura em torno de 1h, podendo se estender de acordo com as condições dos ventos. A vista de cima é algo que você não vai ver em nenhum outro lugar, portanto, se vier para a Turquia, venha para a Capadócia e realize este sonho. Os passeios custam a partir de 100 euros por pessoa.

Tempo sobrando? Explore ainda mais.

Se você quer ver o país por todos os ângulos, confira outras atrações que valem a pena o investimento.

Na ala das paisagens e passeios:

 

  • Praias do Mar Egeu e Mediterrâneo. As prinipais são Bodrum, Marmaris, Fethiye e Kas. Existe um cruzeiro que vai de Bodrum a Antalya e passa por lindas baías, cidades antigas, portos agitados e praias famosas (Patara Beach), além do local de nascimento de Santo Nicolau (inspiração do papai Noel).
  • Piscinas termais em ParnuK Kale, em Hierápolis, com formações calcárias em águas que fazem bem à pele, olhos, e tratam asma e reumatismo.
  • O Rio Çoruh e o Monte Nomrut apresentam tanto belas paisagens quanto sítios arqueológicos, guardando, por exemplo, cabeças de gigantes estátuas da Antigüidade.
  • O famoso Monte Ararat é um vulcão inativo cuja vista do topo permite localizar locais de diversas civilizações antigas. Trekking é uma atividade constante (desde que em grupo), e a melhor data para o passeio é no verão, pois no inverno a neve impossibilita a ida, exceto para experientes.
  • Por fim, o Lago Van, um belo cenário que conjuga montanhas, platôs, lagos e muita natureza, com boa infraestrutura para o turista.

Já na categoria sítios históricos:

  • Éfeso, ou Kusadasi. Ali é tanto um local que guarda resquícios do Império Romano, como da civilização helênica: tem o Templo de Ártemis, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo). Também é conhecida pelas passagens do apóstolo Paulo.
  • Resort de Canakkale, em Dardanelos: local que envolveu as batalhas na Guerra de Troia e foi colocada na eternidade em Ilíada, de Homero. Inclusive o cavalo de madeira usado no filme Troia (2004) está lá para ser visto.
  • A península de Gallípoli foi palco de batalhas históricas. Além de belas vistas, está repleta de belos memoriais e cemitérios de guerra. O tour guiado geralmente leva 4 horas, com saídas de Canakkale e Istambul.
  • Amasya é uma cidade que abriga outras construções que mostram bem o que era a arquitetura otomana. Já Mamure Kalesi é um castelo fortificado construído em Anamara, ao sul do país, um ponto próximo ao Chipre, no século III.

Já está mais do que claro que viajar na Turquia é uma viagem no tempo de muitos tempos, passando por resquícios de diversas civilizações e momentos marcantes da história mundial. Agora só falta você saber o que tem de bom na gastronomia. Fique de olho no próximo post, que vai falar justamente sobre as delícias da cozinha turca. Até breve!

 

Fontes:

http://viajeaqui.abril.com.br/paises/turquia

http://essemundoenosso.com.br/

http://g1.globo.com/turismo-e-viagem/

http://opentravel.com/

http://www.wittistanbul.com/

FOCO NA REGIÃO

Turquia: o país que une culturas e continentes

Neste especial de três partes, a Revista Digital traz a você informações sobre este país que é o 6º mais visitado do mundo, e tudo por causa da sua abertura cultural e atrativa mistura de civilizações. Confira abaixo a primeira parte, dedicada a encantar você com os aspectos culturais e gerais desse destino turístico fascinante.

Por que a Turquia é tão importante para a História?

A Turquia é o país que já abrigou civilizações antiquíssimas. Estamos falando de culturas que sedimentaram a humanidade, como os helênicos (hititas e gregos antigos), persas, romanos, bizantinos e otomanos. Estes últimos tiveram importante impacto na história da humanidade, pois o Império Bizantino, potência na Idade Média, chegou a ser sede da Igreja Romana; e o Império Otomano, potência na Era Moderna até 1922, também desempenhou papeis estratégicos no rumo tanto da Europa Ocidental quanto do Oriente Médio e Rússia.

O país, e em especial a cidade de Istambul, é um ponto estratégico no mapa. Fica entre quatro mares (Mediterrâneo, Negro, Egeu e Mármara), liga dois continentes e fica próximo da África. Além de tudo isso, esta cidade, que já foi chamada Constantinopla e também Bizâncio, era parte de uma rota comercial muito antiga, tanto para quem vinha pelo mar  — da Rússia pelo Mar Negro até o Mediterrâneo, que divide África de Europa — quanto por terra, num caminho desde o Danúbio, nos Balcãs, até a Ásia Menor, Síria e Mesopotâmia, antigo trajeto para seguir à Pérsia por terra, ou às Índias por mar.

Ou seja, um destino muitas vezes obrigatório para as caravanas mercantis, o que garantiu importância política e poder econômico aos mandantes que dominavam a região, devido aos impostos cobrados pela travessia. Sua importância é tão grande que a tomada de Constantinopla, no século XV, marca não somente a queda do Império Bizantino, como o fim da Idade Média. Isso sem contar as Cruzadas e também a importância estratégia nas guerras do século XIX e XX que definiram a geopolítica da região ao longo dos séculos.

Por causa disso, os sultões, reis e imperadores que por ali passaram tomaram uma importante decisão de fortificar a cidade e garantir sua preservação. Isso não só garantiu a segurança do trecho, como ainda permitiu conservar aspectos culturais ancestrais, como documentos e escrituras da Antiguidade. Os pensadores e universidades na era do Renascimento, por exemplo, tiveram acesso à cultura grega muito por causa dos registros guardados na região onde hoje é Istambul, a cidade mais cosmopolita da Turquia.

O turismo na Turquia reflete sua abertura

A Turquia nas últimas décadas investiu pesado no turismo, que hoje é importante parcela do PIB turco. É o 6º país mais visitado do mundo, bem alinhado com a União Europeia e com vôos diretos pela Turkish Airlines para importantes cidades fora do eixo europeu, como São Paulo.

O brasileiro, por exemplo, quando chega pelo aeroporto, não precisa de visto (por até 90 dias), nem vacinas especiais, nem de taxas extras; observação: o mesmo não se pode dizer das fronteiras por terra, abertas, porém menos alinhadas sobre os acordos internacionais. Nosso CNH muitas vezes é aceito pelas estradas, e por isso diversos turistas alugam carros para descobrir as praias pelo mar Egeu.

É um país aberto em todos os sentidos. Mesmo que sua população seja 97% muçulmana, a Turquia tem estado laico, sistema parlamentarista, e permite liberdade religiosa. Seu islamismo é progressista, ou seja, adaptado a um mundo multicultural.

Tem leis que são duras aos turcos, mas brandas aos turistas. Por exemplo, a burca é proibida, mas mulheres muçulmanas de outros países são livres para usá-las; o álcool não é consumido no mundo islâmico, mas turistas muitas vezes são flagrados com cerveja pelas ruas (em todo caso, evite confusão). Sem contar que os turcos possuem sua bebida alcoólica branda, o raki, um destilado diluído de anis. Mas fique atento: em seu planejamento de viagem evite as datas do Ramadã, a não ser que você esteja lá justamente para conferir o evento.

Os moradores locais são receptivos, perguntadores, e até convidam turistas para jantar com suas famílias — é normal. Os garçons se sentem à vontade para sentar à mesa, às vezes perguntando até mesmo quanto você ganha; mas eles esperam sempre por gorjeta, entre 10 a 20% do valor da conta. Reserve.

Donos de lojas, especialmente as tradicionais, recebem os clientes servindo o tradicional chá turco, uma espécie de chá preto. O wifi, mesmo fechado, é liberado em muitos estabelecimentos, mesmo a não clientes, bastando perguntar ao dono da loja ou restaurante. Só não se deve aceitar simpatia demais, como ofertas de bebidas, especialmente se fvocê for o turista solitário, geralmente mais suscetível a golpes.

É um país seguro para turistas. As crises do Oriente Médio não afetam o país mesmo sendo vizinho; não confundir com os ataques recentes na Tunísia, que não é Turquia, mas têm bandeiras muito parecidas. Cigarro e narguilê são permitidos, mas o consumo de drogas é proibido e punido com prisão, sem exceção.

Curiosidades culturais da Turquia

Não se deixe enganar pelo nome: o “banheiro turco” (buraco no chão com dois apoios para o pé) é raridade. A maioria dos estabelecimentos conta com os tradicionais vasos sanitários. Mas o “banho turco”, este sim você deve encontrar (e experimentar) por lá. Trata-se praticamente de um spa, onde os clientes, separados por sexo, usufruem de serviços como saunas, esfoliação e massagem.

Uma lei curiosa proíbe que artigos de antiguidade sejam levados da Turquia. Ou seja, caso você passe por algum sítio arqueológico, como em Éfeso, ou adquira algum tapete, o vendedor terá que dar um certificado dizendo que o objeto não é um item antigo.

Por falar em tapetes, falemos de compras. Se você gosta de trazer itens da cultura local, reserve um espaço para tapetes de kilins, cerâmicas otomanas de Avanos, narguilês, artigos de couro de Malatya, peças de vitrais em mosaico e, é claro, temperos e doces, muito clássicos na Turquia.

Última dica: se você aprecia artes performáticas, ou manifestações religiosas típicas, ou ambos, não deixe de ver uma dança dos Dervishes. É um espetáculo de cores e espiritualidade. Trata-se de uma dança cerimonial sufi em que bailarinos/devotos giram sem parar até atingir um êxtase controlado. O melhor local para conferir a atração é em Galata Mevlevihanesi.

No próximo artigo você vai saber não só sobre os mercados e bazares famosos na Turquia para essas compras, como os locais religiosos, culturais e naturais que você deve conhecer. Isso e muito mais informações sobre as cidades e pontos turísticos da Turquia você confere no próximo post que o blog da Spicy preparou. Até lá!

Fontes:

http://essemundoenosso.com.br/

http://opentravel.com/

FOCO NA REGIÃO

Portugal: os melhores destinos na pátria-mãe

Se Portugal para os europeus é um país cheio de atrações exclusivas, imagine para nós, brasileiros, que temos laços com a pátria-mãe. O pequeno país é repleto de pontos turísticos de todos os tipos: praias, penhascos e vinículas; castelos, palácios e fortalezas medievais; arquitetura romana, moura e gótica; cidades portuárias, metrópoles e até vilarejos com muita vida noturna; isso sem falar das referências culturais que com certeza vão tocar o coração do brasileiro apaixonado por história. Confira agora o especial da Revista Digital da Spïcy pelas cidades portuguesas.

O centro com Lisboa, Cintra, Évora e arredores

A capital portuguesa foi estabelecida na região da foz do Rio Tagus e entre sete montes e morros, o que faz com que a cidade seja vista de diversos ângulos e paisagens. O Castelo São Jorge, por exemplo, fica no topo de um morro e é visto por quase toda a cidade. A construção possui 18 torres e muralhas que passaram por importantes momentos históricos, como a reconstrução moura do século X, a retomada na 2ª Cruzada (sec. XII) e a morada do rei Alfonso III.

Mas Lisboa é muito mais que história. Seus bairros coloridos, o tradicional fado, os becos charmosos, as lojas típicas e os azulejos azuis da decoração das casas dão as tonalidades da cidade. Além disso, a região tem catedrais góticas, pontes impressionantes e uma série de locais de referência à religião católica (ex.: Mosteiro dos Jerônimos) e à era das Grandes Navegações, como o Museu Marítimo, o Padrão dos Descobrimentos e a Torre de Belém — construída em 1515 para defender a cidade com um bastião de 17 canhões; a torre possui uma famosa estátua da Nossa Senhora do Bom Sucesso e é considerada patrimônio da humanidade pela Unesco.

A cidade de Évora guarda muito da arquitetura Romana, pois foi um centro promissor há mais de dois milênios. É uma pequena cidade fundada próxima ao rio Alentejo, e seu centro antigo e cercanias guardam mais de 4.000 estruturas históricas, como as muralhas e o templo, construídos durante o Império Romano. A principal atração é a Capela de Ossos, parte da Igreja Gótica de São Francisco. Paredes, chão e teto são decorados com mais de cinco mil esqueletos, entre eles crânios. A curiosa construção foi a solução encontrada pelos locais no século XVI para a questão dos muitos cemitérios que existiam em Évora.

Cintra, ao pé da montanha homônima da costa lisboeta, possui belos montes verdes e muitas vilazinhas. É um local de realeza, e seus principais pontos turísticos o ilustram bem: o Palácio Nacional de Cintra, o Palácio de Monserrate, o Castelo de Mouros, todos considerados patrimônios da humanidade. Isso sem falar da Quinta de Regaleira e do Palácio Nacional de Pera, cuja arquitetura (moura e manuelina) faz pensar que ele foi criado num conto de fadas.

Para os católicos mais fieis, Fátima é um destino obrigatório. A cidade, a um bate-volta de Lisboa, é o principal santuário católico português e atrai todo ano mais de 4 milhões de fieis. Isso porque em 1917 três crianças observaram aparições da Virgem Maria. Além de beatificadas, houve grande reconhecimento pelo próprio papa João Paulo II, reverente da ordem dos Marianos. A maior visitação acontece em maio, em outubro, e nos dias 13.

Olbidos é uma cidade que fica no alto de morros. Possui uma fortaleza e um castelo de muitos séculos: foram os mouros que ergueram a construção no século VIII, que depois foi reformada em XIV e, recentemente, transformado numa luxuosa pousada. Suas ruas são um labirinto de tempos antiquíssimos, e todo mês de julho acontece uma feira para simular como eram os mercados medievais.

Por falar em luxo, a vila pesqueira de Cascais fica a 32 Km de Lisboa e costumava atrair muitos artistas em décadas passadas. Hoje é um reduto da alta sociedade, com serviços para quem busca uma estadia de luxo.

O norte com Porto, Coimbra e Aveiro

Porto, a cidade localizada na foz do Rio Douro, é famosa mundialmente principalmente pelo vinho do Porto. Logo, uma das principais atrações são as adegas, facilmente encontradas nos locais de fácil acesso. Outra aspecto da cidade refere-se ao próprio nome: a cidade é portuária, e isso é seu principal cartão postal. A alma da cidade está no distrito Cais do Ribeira, com sua famosa zona pedestre de ruas medievais repletas de restaurantes, cafés, bares e típicos vendedores de rua — motivos para a Unesco tomar o distrito como patrimônio.

Mas Porto também é uma cidade ativa, pois se enriqueceu graças à indústria. O que não quer dizer que você possa desfrutar de horas folgadas, como na Igreja São Francisco ou no principal destino de quem quer conhecer muitas adegas: a Vila Nova de Gaia, atravessando a Ponte Dom Luís (outro cartão postal).

A nordeste de Porto fica Guimarães. É uma cidade motivo de orgulho aos portugueses, pois além de também ser tombada pela Unesco, é considerada uma das capitais culturais europeias. Foi lá que Alfonso Henriques travou uma importante batalha para a história da Europa, e sua vitória culminou na fundação do império português em 1153. Além do Castelo Medieval (séc. X) e do Palácio e Museu Ducal (sec. XV), Guimarães possui uma famosa rua, a Rua de Santa Maria, que preserva seus ares medievais de estreitas ruas.

Já a cidade de Coimbra, às margens do rio Mondego, é uma pequena, charmosa e histórica localidade no interior do país. Lá, o fado também é um aspecto cultural bastante presente. Sua principal atração é a Universidade de Coimbra, de estilo barroco, construída em 1290 e uma das mais antigas de toda a Europa. Dentro dela, atrações à parte são a Biblioteca Joanina e a Sala dos Capelos, onde os doutores recebem a titulação no salão do trono.

Coimbra possui um dos dois mais importantes monastérios do país, o Monastério de Santa Cruz. O outro fica a uma curta distância, em Alcobaça, que fica entre Lisboa e Coimbra. O Monastério de Alcobaça manifesta aspectos da cultura do Império Romano e da Igreja Católica (arquitetura gótica). Ele foi fundado em justamente pelo primeiro rei português, Alfonso Henriques, em 1153, ano de início de seu bem sucedido império.

Por fim, Aveiro é uma cidade litorânea que é chamada de “Veneza portuguesa”. Isso porque seus belos canais, suas pontes charmosas, suas gôndolas e casas coloridas são o ponto de encontro dos turistas que frequentam as belas praias da região. É também um local cheio de pontos históricos, e possui uma gastronomia típica.

Algarve, o lado mais Mediterrâneo de Portugal

Ao sul do país fica a região de Algarve, famosa pelas praias, pelo Mar Mediterrâneo, pelos inúmeros vilarejos pitorescos e, sobretudo, pela sua gastronomia. Sua costa, cheia de penhascos, falésias e escarpas, tem ótimos ventos e constantemente sedia eventos de windsurf e iatismo. A Praia da Marinha é uma das mais belas de toda Europa, com águas azuis, praias de areia fina e muitos corais (ótima oportunidade para praticar snorkel).

Sagres, a ponta mais isolada de Portugal, chama atenção por causa de suas praias, penhascos, seu belíssimo pôr-do-sol atlântico-mediterrâneo, além de estruturas históricas, como a Fortaleza de Sagres (sec. XV), a Capela de Sagres (sec. XIV) e o Cabo São Vicente.

Completando a região temos Albuferia, com mais de vinte praias de todos os tipos; Lagos, a melhor cena noturna da região; e Portimão, famoso por seu autódromo internacional e por sua culinária, pois lá é sediado um importante evento gastronômico, o anual Festival de Sardinhas.

As ilhas portuguesas de Madeira e Açores

A Ilha de Madeira é considerada um oásis no meio do Atlântico. Possui pastos verdejantes, restaurantes de culinária local, igrejas históricas e uma sempre bela vista do oceano. Sua capital, Funchal, enriqueceu graças à produção de açúcar. Hoje ela recebe o turista sempre de forma alegre, com muitos resorts à disposição do viajante.

Na costa sulina de Madeira está Cabo Girão, um local com um dos maiores penhascos da Europa. A vista amedrontadora hoje possui até uma plataforma de vidro transparente, para os corajosos que desafiam a vertigem de olhar para baixo e ver o oceano a quase dois mil metros de altura.

Açores é um arquipélago bastante afastado do continente (fica às 4h de vôo de Boston, EUA). São nove ilhas vulcânicas a mais de 1500 Km de Lisboa. O destino é bastante requisitado para amantes da natureza, pois lá é um dos melhores locais do mundo para observar baleias de diversos tipos. Mas os banhos de água mineral e as cidadezinhas isoladas no imenso azul atlântico são também motivos dignos de visita.

Apesar do tamanho do país, o que não falta é atração. E isso porque o blog da Spïcy ainda nem falou dos vinhos e da gastronomia local. Acompanhe os posts deste mês e fique por dentro do que Portugal tem a oferecer para o seu turismo gastronômico. Até breve, ora pois!

 

Fontes:

http://www.touropia.com/

http://www.neverstoptraveling.com/

http://www.tripadvisor.com/

FOCO NA REGIÃO

Áustria: uma joia no coração da Europa

Se você leu o post sobre a Áustria (clique aqui e relembre) e ficou interessado em mais informações, chegou a hora de saber um pouco mais sobre o país que é uma verdadeira joia no centro da Europa. Além de reunir o que há de melhor na cultura clássica, especialmente na música, a Áustria também oferece experiências para esportistas de inverno e amantes da história mundial. Acompanhe agora nossa seleção de atrações, divididas por três temas: a capital Viena, as montanhas alpinas e as paradas históricas.

Vienna: a capital que respira música clássica

Mozart, Strauss, Brahms, Beethoven, Schubert. Familiar com esses nomes? A cidade de Viena é pura música clássica, e conta até com a Mozart House para os curiosos pela vida do famosíssimo compositor. Apreciadores do erudito vão se encantar com tudo aquilo.

A Vienna State Opera é a casa de ópera mais celebrada de todos os tempos, e sua orquestra está entre as melhores do planeta. A instituição oferece com bastante frequência versões clássicas e modernas de ballets. E, apesar da cidade ter um alto custo de visita, os preços para vivenciar um concerto ou ballet não são caros.

Isso sem falar das artes plásticas, pois Viena tem uma das maiores coleções de arte do mundo, como as dos museus Albertina e Kunsthistorisches. E, entre uma galeria e um concerto, pare e descanse num dos coffeehouses que compõem a fama da cidade. São dezenas deles, cada um com um estilo, mas todos com cafés e bolos deliciosos para você experimentar.

Conheça o Hofburg Imperial Palace, que, como o nome diz, é onde moraram os imperadores do ex-Império Austro-Húngaro, como os da dinastia Habsburg. Hoje, é residência do presidente austríaco.

Por fim, o palácio Schonbrunn, pertinho do centro. Sua imponência, que data desde o século XVII, é vista de longe. São 1441 aposentos, já foi casa de verão de imperadores, e é um edifício comparável com o palácio de Versailles. O local fica ainda mais bonito na primavera, graças a seu jardim, ao seu labirinto ao ar livre, à sua casa de verão de mármore, e também ao Prevy Garden, o zoológico mais antigo do mundo.

Montanhas de atrações pelos Alpes

Tirol, divisa com a Itália, é o nome da região onde você vai encontrar atrações de ski e esportes de inverno, com muitas opções de rotas tirolesas — aliás, vem daí o nome “tirolesa” e as tradições relacionadas.

Em St. Anton am Arlberg, por exemplo, além de pistas de ski de todas as dificuldades, existem trilhas (especialmente no verão) para os amantes das caminhadas e belas paisagens. Afinal, o local fica num vale belíssimo.

Innsbruck (literalmente “ponte sobre a pousada”), também em Tirol, é um bom local para se hospedar. Além de diversas opções de pistas de ski e esportes na neve pela região, a cidade possui catedrais, museus e muita história para ser contada. Como, por exemplo, a de seu famoso sino, que há mais de quatro séculos dá suas badaladas.

Seefeld, ainda em Tirol, é um centro de ski localizado numa reserva natural simplesmente espetacular. Se você quer praticar suas habilidades na neve e ser premiado com um tratamento de alto padrão, é ali onde ficam alguns dos mais luxuosos resorts austríacos.

Worthersee é um dos locais mais desejados pelos turistas na Áustria. Esportistas vão se aventurar nas canoas de seu grande lago, ou nas caminhadas por suas cavernas. Mas a cidade é mais do que isso. As catedrais quase milenares também são atrativos para todo tipo de visitantes. Para quem curte carros, a cidade ainda possui atrações com modelos de luxo em estradas feitas para conhecer como é dirigir as máquinas mais desejadas do mundo.

E por falar em carros, vale a pena alugar um automóvel e se aventurar pela bela estrada Grossglockner Alpine Road. É pedagiada, mas o preço compensa: o passeio levará você a paisagens incríveis e ao centro de visitas Kaiser Franz Joseph Höhe, com uma vista privilegiada dos Alpes. Mas a estrada só abre de maio a  outubro, devido ao mau tempo do inverno nos meses restantes.

Já se seu orçamento para viagem não permite altos luxos, experimente ficar em Bad Gastein, na região de Salzburg, num vale e vila que são encantadores (foto). Além de opções mais em conta para pistas de ski, você pode descansar os músculos numa de suas casas de banho quente, atração local.

Apaixonados por História

Graz é a segunda maior cidade austríaca, e é um destino ideal se você tem a mente aberta e se identifica com a energia jovial das universidades. A cidade tem seis delas, com 44.000 universitários perambulando por suas ruas, cafés e museus.

Graz é conhecida como “City of Culinary Delights”, ou seja, também é uma parada obrigatória para ter experiências gastronômicas de primeiro mundo. Aproveite e compre comidas sazonais, que movimentam bastante os seus mercados: óleo de semente de abóbora, salsichas artesanais, além de guloseimas feitas com as famosas styrian apples (maçãs de Styria, região de Graz conhecida por ser rica em diversos sais minerais).

Continuando nossa viagem histórica, a abadia de Melk, na cidade de Melk, se localiza às margens do rio Danúbio. Este é um dos mais famosos monastérios do mundo, residência de Leopoldo II (século XI) e com estilo barroco na arquitetura. Localizado no topo de um morro, oferece ainda uma bela vista da paisagem.

Não longe dali, ainda pelo rio Danúbio, fica o Vale de Wachau, uma parada para apaixonados por vinhos. Ricardo Coração de Leão e o Duque Leopoldo V têm passagens memoráveis no local, e a cidade faz questão de lembrar deles em uma de suas centenas de referências históricas.

Salzburg é outra cidade que merece sua visita. Também tem muito de música clássica, pois a é berço de Wolfgang Amadeus Mozart, orgulho da nação. Faça o tour “The Sound of Music” e apaixone-se por este local cercado pelos Alpes. Além disso, possui um centro histórico apaixonante e uma fortaleza medieval no alto de uma encosta que pode ser vista de qualquer canto da cidade.

Ainda em Salzburg, conheça o castelo medieval de Hohensalzburg, um dos mais bonitos da Europa. Além de uma bela vista das montanhas, possui uma atração especial: o Salzburg Bull, órgão construído com mais de dois mil tubos. Haja percepção musical para tanto som.

Por fim, uma curiosidade: Salzburg significa “fortaleza do sal”. Isso porque a região enriqueceu graças às suas minas de sal, que, à  época medieval, era um dos produtos mais caros do mundo. Uma sugestão de estadia para Salzburg é um resort em  Salzkammergut, cercado de montanhas e lagos que darão à sua viagem uma memória inesquecível.

E não deixe de visitar o vilarejo de Hallstatt, também em Salzkammergut, pois é um local mágico. Sua glamourosa arquitetura barroca, às margens de seus lagos e ao pé das montanhas, dá ao local uma cara de cenário de um filme de época. Possui, além da vista de cair o queixo, uma caverna subterrânea pré-histórica, que é uma das atrações turísticas de maior orgulho para o país.

E a Revista Digital faz questão de terminar o post da Áustria com essa menção porque um especial que vem aí é justamente sobre… o sal! Escreveremos sobre a história do ingrediente, como ele transformou as relações humanas, além de curiosidades a respeito. Fique de olho nos próximos posts, e até a próxima!

 

Fontes:

http://www.touropia.com/

http://www.roughguides.com/

FOCO NA REGIÃO

Suíça: Esportes de Inverno e Seleção de Resorts

No verão, as cidades lotam; no outono as folhas caem com os preços dos hotéis; na primavera, vemos as mais lindas paisagens; no inverno, muita neve e o melhor do esporte no gelo. Em resumo, esta é a Suíça, país que foi tema de alguns posts na Revista Digital da Spïcy em abril. Neste último texto você confere os melhores destinos para praticar esqui, snowboard, outras atividades exclusivas das montanhas alpinas, e algumas curiosidades sobre os esportes populares do país.

Esqui, snow e hóquei: três paixões nacionais

O esqui na Suíça é como o futebol para os brasileiros. Desde cedo — estamos falando de três, quatro anos de idade — os nativos aprendem a esquiar nas centenas de opções de pistas que o país possui. O esporte é também parte da cultura local, pois é uma atividade relacionada à história do país, à consciência nacional e ao mito das montanhas.

As cidades de Zermatt, Verbier, Davos, Laax e St. Moritz são as mais procuradas por visitantes. Nos cantões de Valais e Grisões, onde existem a maioria dos resorts de inverno, o esqui chega a ser importante componente econômico da região.

Os primeiros clubes de esqui surgiram entre 1893 e 1901. Na década de 50, com o advento dos transportes, que passaram a ligar estações de esqui, regiões montanhosas e diversos pontos estratégicos, o esporte se popularizou mundialmente, e o país então passou a ser muito visitado por causa disso.

O snowboard é outra modalidade bastante popular, principalmente entre os jovens. A Suíça possui vários campeões mundiais e medalhistas na modalidade. Pudera: com tantas pistas de treino, não poderia ser diferente.

O hóquei no gelo é outro esporte que mexe com os helvéticos. Seu time mais conhecido é o HC Davos. Existem mais de 1.200 clubes, que disputam em torno de 16.000 jogos por ano, com média de público de 6.600 pagantes. O time de Berna possui um ginásio cuja média de público é de 16.000 pessoas por jogo. Muitos jogadores profissionais suíços jogam na liga de hóquei dos EUA, a NHL.

Outro esporte popular, mas não de inverno, é o tênis. Isso porque Roger Federer popularizou a modalidade graças às suas conquistas. O tenista é o embaixador da Jura, empresa especializada em produzir máquinas de café espresso, como este micro modelo que produz cafés com qualidade de barista. Deu água na boca? Então aproveite a deixa para tomar seu cafezinho, porque agora o que vai dar é a adrenalina nas veias.

Os principais destinos para quem curte as emoções da neve

Abaixo seguem onze dos principais resorts para os turistas de inverno. A maioria se localiza nos cantões de Valais (sul, fronteira com Itália) e Grisões (leste, fronteira com Áustria). Todas as opções oferecem pistas de esqui, portanto listamos apenas aquelas que se destacam também por outros quesitos além das pistas. Confira:

Arosa (Grisões): extensa área montanhosa; no verão é o paraíso das trilhas e, no inverno, dos esportes invernais, com 225 Km de pistas. Bate bastante sol e é livre de ventos fortes, o que faz dela uma estância famosa há mais de um século. Uma vantagem de Arosa é o cartão All-Included exclusivo da cidade, que dá acesso a todas as atividades por preço único.

St. Moritz (Grisões): uma das estâncias mais conhecidas e visitadas. Além de berço de turismo alpino em 1864, o local é estância de águas termais há três milênios, possui uma ótima infraestrutura (como o parque de lazer de inverno) e uma gastronomia de alta qualidade. St. Moritz já foi sede de duas edições dos Jogos Olímpicos de Inverno, o que quer dizer que todas, todas as modalidades de esporte na neve ou gelo serão supridas em sua visita.

Silvaplana (Grisões): por localizar-se num platô, possui estruturas como um completo ginásio de esportes de gelo, pistas de caminhada, acesso a St. Moritz, longos tobogãs de neve e atividades especiais, como a Semana da Noruega, o Festival da Raquete de Neve e a Coppa Romana (evento de curling), todas entre dezembro e janeiro.

Pontresina (Grisões): casais aventureiros e/ou esportistas vão se encantar com esta vila construída no estilo Belle Époque e cercada de paisagens pinheirais típicas de cenário de filme. Lá fica uma das descidas com maior inclinação dos Grisões (86%). Também conta com um parque aquático, atividades de arvorismo e uma montanha panorâmica com uma jacuzzi a 3.000 m de altitude.

Samnaun (Grisões, literalmente fronteira com Áustria): é uma região propícia para trilhas e montain bike, ou seja, vale a pena visitar no verão. Mas é popular também por conta de sua isenção de impostos, o que faz dela um paraíso de compras, inclusive de artigos de esqui e snowboard no inverno.

Aletsch Arena/Riederalp (Valais): snowboard, esqui e esqui nórdico são todos contemplados nessa região com cara de imenso parque temático e próxima a uma famosa geleira. São 35 teleféricos e pistas de todos os níveis de dificuldade, sendo algumas das pistas trajetos que levam diretamente até sua pousada. É o 1º Patrimônio da Humanidade da UNESCO localizada nos Alpes.

St-Luc (Valais): o resort está localizado numa encosta que recebe muito sol e proporciona panoramas espetaculares. Experimente o bungee-jump nessa região e não se arrependa. Tem até um observatório astronômico, e fica próximo de uma vila medieval chamada Fang.

Thyon (Valais): um resort adequado tanto às famílias, por causa dos diversos cursos de esqui destinado às crianças, quanto para os esquiadores, pois a região, que é porta de acesso aos  famosos Quatro Vales, possui mais de 400 Km de pistas e 90 teleféricos. Só Thyon tem dez deles, com alguns que acabam diretamente na vila onde os turistas se hospedam.

Blatten-Belalp (Valais): esta é para quem busca uma opção que agrade tanto à adrenalina quanto aos olhos. Seus vales férteis e o apego dos locais aos costumes e tradições fazem com que a região pareça ser concebida por um artista — e isso inclui seus restaurantes e a bela iluminação noturna das pistas.

Saas-Fee (Valais): outra opção para toda a família, pois possui tobogã noturno, parques temáticos, um famoso restaurante circular, desfiladeiros e centenas de quilômetros de pistas em todos os níveis de dificuldade. Este, que é conhecido como “a pérola dos Alpes”, é um dos quatro vilarejos de Saas, que é cercado por 13 picos com mais de 4 mil metros de altura.

Melchsee Frutt (Lucerna): um resort próprio para famílias, pois fica num local livre de trânsito, à beira de um lago de montanha, e com atrações divertidas para crianças, como o trenó na neve e o carrossel de esqui.

É impossível não se interessar por uma viagem a este país tão organizado e cheio de atrações que vão além do esporte de inverno. Cada local tem uma surpresa, e cada surpresa vai deixar rastros inesquecíveis na sua memória. Continue acompanhando o blog da Spïcy, a Revista Digital, para saber mais destinos inspiradores pelo mundo afora. Até o próximo post!

 

Fontes:

http://www.myswitzerland.com/pt/

https://www.eda.admin.ch/

FOCO NA REGIÃO

Cidades e roteiros: a Suíça apaixonante

A Suíça é um país charmoso, belo e muito civilizado. Duas de suas melhores cidades são Zurique e Geneva, que de tão humanizadas estão na lista das cinco melhores cidades para se viver, segundo ranking de 2013. Mas a Suíça ainda tem muito mais. Embarque nesse especial e confira os locais que mais valem a pena de se visitar em sua viagem ao país helvético.

(Este post dá continuidade à série sobre a Suíça. Confira os textos anteriores aqui [link do 1º texto] e aqui.)

Trens: tudo (e somente) o que você vai querer para se locomover

O trem é a principal forma de transporte na Suíça. Impecáveis, pontuais e confortáveis, eles cobrem mais de 5 mil quilômetros de trilhos, o que faz com que a Suíça tenha a segunda maior malha ferroviária do mundo, em proporções relativas ao tamanho do país e área abrangida.

Mas para o turista, o principal atrativo dentre os trens são as rotas cênicas. Alguns passam por vales, pastos ou contornando lagos; outros sobem as montanhas, e é nos trechos mais íngremes que as cremalheiras (rodas dentadas) entram em cena. Uma aventura e tanto, mas sempre segura. Listamos sete trechos abaixo para você considerar em seu roteiro quando for de uma cidade a outra.

  • Glacier Express: o mais famoso, vai de Zermatt a St. Morits (8 horas de viagem)
  • Bernina Express: de Chur a Tirano (4 horas)
  • Golden Pass Line: de Montreux a Lucerna (5 horas)
  • Guilherme Tell Express: de Lucerna a Lugano (5 horas)
  • Palm Express: de St. moritz a Lugano (3 horas e meia)
  • Pre Alpine Express: de St. Gallen a Lucerna (2 horas)
  • Regio Express Lötschberger: de Berna a Brig (2 horas)

Parte Francesa

Geneva (ou Genebra) é famosa por ter, em seu lago, a maior fonte de água do mundo. Mas a charmosa cidade, de arquitetura romanesca, também atrai atenção pelos restaurantes, museus e cena artística. No centro antigo, visite a Catedral de São Pedro e tenha, do alto de uma de suas torres, uma bela vista da cidade, das montanhas e de seu belo lago glacial. Outras atrações: Museu Etnográfico, Museu do Relógio; Grande Teatro de Geneva; Jardin Anglais; e a Fábrica de Relógios (Watch Industry).

Não longe dali, a apenas um cruzeiro de lago de distância, está Montreux, que, como dito no post anterior, tem em suas proximidades o Castelo de Chillon. A pequena cidade atrai muita gente tanto em julho, durante o seu conhecido Festival de Jazz, quanto em dezembro, para os eventos de Natal (Montreux Noel Christmas).

Em Lausane você deve visitar o Museu Olímpico, a Catedral de Lausanne, o Palácio de Runine e o Teatro da Cidade. Ainda na parte francesa, há alguns festivais locais bem animados, como o Marches Folkloriques, em Vevey, e o Foire de Martigny, na região de Valais.

Basileia (ou Basel) é a cidade mais acessível para quem vem de trem pela França. Estando lá, aproveite para conhecer a universidade antiga e o urbanismo da cidade que tem um importante papel mercantil na história da Europa. Basileia tem bastante inspiração artística (vá ao Art Museum), em especial na primavera, quando acontecem feiras de arte ao ar livre. Conheça também: o Museu da Música; a Ponte Mittlere; o Museu de Arte Antiga; o Zoológico; a Catedral da Basileia; e o festival Fasnatcht, carnaval que atrai milhares de pessoas festejando em fantasias na segunda-feira após a quarta de Cinzas.

Berna é uma cidade mais central, e portanto é destino de muitos roteiros que cruzam a Suíça. E mesmo se não fosse próxima, ainda teria motivos: a cidade é uma das preferidas pelos turistas pois além de ter sido construída em tempos medievais (século XI), suas ruas arcadas são belíssimas, consideradas patrimônio histórico pela Unesco. Seu principal apelo é histórico, pois suas maiores atrações são museus: o Museu Histórico; o Museu de História Nacional; o Museu de Belas Artes; o Museu Alpino Suíço; e a Casa de Einstein.

Parte Alemã

Zurique é a maior cidade suíça. Seu estilo arquitetônico gótico é bem interessante de ser apreciado nesta cidade tão cheia de civilidade. Um dos melhores passeios dela é a caminhada em torno do lago da cidade, além de Lindenhof, que oferece uma bela vista da cidade. Visite o centro antigo e sua catedral (Grossmünster), o Museu de História Nacional, o jardim botânico e, se for um apreciador das artes, o museu de arte contemporânea (Kunsthaus).

St. Gallen é uma cidade antiga que possui um centro com ares bastante medievais. Sua catedral, sua arquitetura e os afrescos de diversas construções são uma verdadeira imersão no tempo. A Abbey Library é famosa pelo estilo rococó e foi tombada pela Unesco. Uma das partes mais interessantes no norte do país.

Parte Italiana

Ticino é uma das cidades “italianas” da Suíça mais visitadas. Lugano e Locarno também têm seu próprio charme, mas é em Bellinzona que você vai apreciar uma verdadeira experiência ítalo-suíça: o festival de risotos e salsichas, que acontece em fevereiro. A parte italiana é a menos acessível do país, no entanto vale a pena conhecer esta faceta se você dispõe de tempo para visitar a região.

Sugestão de roteiro

Segundo o site de dicas turísticas Viaje na Viagem, a receita simples para quem quer conhecer a Suíça em poucos dias é: 1) uma cidade de beira de lago, como Geneva e Zurique; 2) um vilarejo de montanha; 3)Berna; 4) e o trajeto deve ser feito de trem panorâmico ou de trem de montanha, para que o percurso também seja a atração principal da viagem. Tendo tempo para mais uma cidade, prefira conhecer uma que seja de regiões diferentes (uma da parte francesa, e outra alemã, por exemplo).

Outra sugestão, e do site Segredos de Viagem, é uma viagem que começa em Basiléia (1 dia), vai a Zurique (3 dias, um dedicado a St. Gallen), depois Lucerna (2 dias, um dedicado ao Monte Pilatos), depois passando por Interlaken (dois dias de vistas maravilhosas), voltando para Berna (1 dia) e finalizando em Geneva (3 dias, sendo um para conhecer Montreux de barco).

Observação: o uso do Swiss Pass, que é um bilhete que serve para trem, bonde, ônibus, barco e transporte público, só vale a pena dependendo da quantidade de dias e pessoas que viajarem com você. A conta na ponta do lápis é complexa e tem muitas variáveis, como a época do ano e a antecedência da compra, mas existe uma matéria dedicada só para isso. Confira abaixo um link externo que leva para uma página com informações completíssimas sobre as vantagens da aquisição.

No próximo artigo da Revista Digital você conhecerá as principais atrações de inverno para quem quer ir à Suíça praticar esqui e outros esportes de neve. Aguarde!

 

Fontes:

http://segredosdeviagem.com.br/

http://www.viajenaviagem.com/

http://www.viajenaviagem.com/2013/09/roteiros-trem-suica-swiss-pass/

FOCO NA REGIÃO

Muito mais sobre a Suíça

Relógio suíço, chocolate suíço, queijo suíço, banco suíço. O país pode até ser pequeno, mas, onde a Suíça vira especialista, deixa sua marca registrada. O país helvético, porém, reserva diversas atrações para o turista que pretende visitá-lo na próxima viagem. Com tantos lagos, montanhas e vida cultural, existem razões de sobra para você encher seu roteiro de atividades, não importa se você vai sozinho, a dois ou com crianças em família. Quer saber mais? Continue a leitura.

Suíça: linda de natureza

Há exatamente um ano a Revista Digital fazia um especial sobre a Suíça, sua geografia, estilo de vida, cultura e os segredos de seu famoso chocolate (confira artigo aqui). Uma das principais características do país localizado na região dos Alpes é a paisagem. Se você ainda não se convenceu de que a mãe natureza é fantástica, é na Suíça que você se converterá. Qualquer trecho entre cidades, ou mesmo qualquer resort, vai proporcionar vistas incríveis de lagos, montanhas nevadas, pastos e vilazinhas.

As fotos que você vai tirar dispensam filtros; e seus pulmões vão se sentir renovados com a qualidade do ar fresco dos vales e montanhas. Com tanta paisagem bonita na Suíça, os passeios ao ar livre, como caminhadas e trilhas, não devem ser subestimados nem pelos turistas mais jovens e noturnos. Experimente a trilha do lago Zermatt, Graubunden ou a trilha histórica do lago Lucerna. Amantes da natureza devem conhecer o Swiss National Park, que, além de reunir lindas montanhas, lagos, florestas e pastagens, ainda chama atenção pela vida selvagem preservada.

Outra opção mais expressa para conhecer tanto deslumbre é pegar um trem que cruze certos trechos do país. Como dito antes, qualquer um deles renderá vistas inesquecíveis. Mas se você quer mesmo se surpreender, pegue um Glacier Express ou Bernina Express. Estas companhias oferecem trens com janelas panorâmicas e retardam o passeio justamente para dar tempo de você esgotar seu cartão de memória da câmera.

As montanhas alpinas são outro forte atrativo, mesmo que você não esteja lá para esquiar, como boa parte dos turistas. Existem opções para passeios de trenzinhos, teleféricos e até escaladas de todas as dificuldades. Uma das montanhas de neve mais populares e versáteis em termos de oferta de atividades é a do Monte Pilates (2.120m). Já para os mais ousados, o Matterhorn, em Zermatt, é o pico mais alto dos Alpes (4.478m); ele também possui um teleférico, atividades com ou sem esqui, além de reservar dois motivos extra para a visita: a cidade não possui carros, e a vida noturna é movimentada.

A maior queda d’água da Europa fica na Suíça. São as Rhine Falls. Além da vista estonteante das cachoeiras de água glacial, existem outras opções que pegam carona no atrativo da paisagem: trilhas, tours, e também a visita ao castelo local, em Schaffhausen.

Os lagos glaciais são outra delícia do país. Existem diversas companhias que oferecem o passeio de barco, então não tenha medo de tomar um mini-cruzeiro. O lago Geneva é um dos locais com maior oferta de cruzeiros. Você pode inclusive fazer parte do trajeto por meio dos lagos, como indo de Geneva a Montreux. Existem opções customizadas, que podem incluir roteiros históricos, como a viagem de Guilherme Tell em Lucerna, ou com paradas gastronômicas com as visitas a vinículas que margeiam os lagos.

Um dos principais passeios do lago Geneva é a visita ao Castelo de Chillon. Além de ter um visual imponente, vale a pena passar o dia descobrindo, em seus tours específicos, os afrescos, a arquitetura, a decoração, a mobília e até os calabouços do castelo.

Retiros e spas

O forte contato com a natureza faz com que a Suíça possua uma grande oferta de spas e resorts. Um dos retiros mais conhecidos é o da menor cidade suíça: a vila Chateau d’Oex, próximo ao lago Geneva. É o repouso ideal para almas que gostam de atividades outdoor e também balonismo, que é praticado na região. Outras opções de retiros: Wengen, Murren e Gandria.

O viajante que dispõe de mais recursos poderá esbanjar luxo em St. Moritz. Este é um verdadeiro “playground”, um resort que oferece todo tipo de atividade que você pode esperar na Suíça: esqui, esportes de inverno, banhos em águas minerais glaciais, terapias com lama das montanhas, spas, além de restaurantes finos e vida noturna agitada. Prepare a carteira.

Queijos e vinhos: conheça o país com gastronomia no pacote

Anote essa dica: a Suíça possui muitas boas e ótimas vinículas locais, com rolhas que não são exportadas. Aproveite, em especial as que margeiam os lagos, como em Ticino, Valais, Vaud e ao longo do lago Geneva.

E por falar em experiências gastronômicas, a Suíça faz bom proveito de seus atrativos. É claro que você vai provar uma das especialidades do país, que é o foundue. Se você passar por Friburgo, não deixe de provar a variação do prato: o queijo é feito num mágico amálgama entre gruyére local, vinho, toques de outros queijos, além de temperos, como o alho macerado, que libera sabores mais delicados da especiaria. (Confira neste link um espremedor de alho importado de marca suíça feito para atender à mais alta qualidade das receitas típicas, sem ter que descascar o dente de alho, ou seja, sempre útil ter no seu rol de utensílios de cozinha.)

Para quem quer imergir numa experiência chocólatra, este é o país ideal, pois só na Suíça o chocolate business é levado a sério, seguindo uma receita que chega a ser arte. A visita mais conhecida é na fábrica da Nestlé (Calier Factory), mas as chocolaterias Sprungli e Teuscher (Zurique), Poyet (Vevey) e Martel (Geneva) vão oferecer uma experiência mais gourmet. Mas fica o alerta: depois de um chocolate suíço, só um belga para fazer páreo.

Vai viajar com crianças? Então visite uma das fazendas e leve-as para conhecer as vaquinhas mais bem-de-vida do mundo: elas são bem alimentadas e tratadas para produzir o melhor leite possível. Muitas fazendas, mesmo pequenas, agendam visitas e tours guiados. Uma simpatia para os pequenos viajantes.

Outro atrativo do país é a facilidade de encontrar museus, galerias e opções para fruir da arte contemporânea. Mas esse é um assunto para o próximo post, onde a Revista Digital fará uma descrição mais detalhada das cidades e seus altos pontos turísticos. Se você quer saber mais sobre a Suíça, incluindo seus esportes de inverno, continue acompanhando o blog da Spïcy nesse mês da Páscoa. Fique de olho nas atualizações das próximas semanas!

Fontes:

http://www.fodors.com/

http://www.expatica.com/

http://www.worldtravelguide.net/

http://www.timeout.com/