FOCO NA REGIÃO

Turquia: o país que une culturas e continentes

Neste especial de três partes, a Revista Digital traz a você informações sobre este país que é o 6º mais visitado do mundo, e tudo por causa da sua abertura cultural e atrativa mistura de civilizações. Confira abaixo a primeira parte, dedicada a encantar você com os aspectos culturais e gerais desse destino turístico fascinante.

Por que a Turquia é tão importante para a História?

A Turquia é o país que já abrigou civilizações antiquíssimas. Estamos falando de culturas que sedimentaram a humanidade, como os helênicos (hititas e gregos antigos), persas, romanos, bizantinos e otomanos. Estes últimos tiveram importante impacto na história da humanidade, pois o Império Bizantino, potência na Idade Média, chegou a ser sede da Igreja Romana; e o Império Otomano, potência na Era Moderna até 1922, também desempenhou papeis estratégicos no rumo tanto da Europa Ocidental quanto do Oriente Médio e Rússia.

O país, e em especial a cidade de Istambul, é um ponto estratégico no mapa. Fica entre quatro mares (Mediterrâneo, Negro, Egeu e Mármara), liga dois continentes e fica próximo da África. Além de tudo isso, esta cidade, que já foi chamada Constantinopla e também Bizâncio, era parte de uma rota comercial muito antiga, tanto para quem vinha pelo mar  — da Rússia pelo Mar Negro até o Mediterrâneo, que divide África de Europa — quanto por terra, num caminho desde o Danúbio, nos Balcãs, até a Ásia Menor, Síria e Mesopotâmia, antigo trajeto para seguir à Pérsia por terra, ou às Índias por mar.

Ou seja, um destino muitas vezes obrigatório para as caravanas mercantis, o que garantiu importância política e poder econômico aos mandantes que dominavam a região, devido aos impostos cobrados pela travessia. Sua importância é tão grande que a tomada de Constantinopla, no século XV, marca não somente a queda do Império Bizantino, como o fim da Idade Média. Isso sem contar as Cruzadas e também a importância estratégia nas guerras do século XIX e XX que definiram a geopolítica da região ao longo dos séculos.

Por causa disso, os sultões, reis e imperadores que por ali passaram tomaram uma importante decisão de fortificar a cidade e garantir sua preservação. Isso não só garantiu a segurança do trecho, como ainda permitiu conservar aspectos culturais ancestrais, como documentos e escrituras da Antiguidade. Os pensadores e universidades na era do Renascimento, por exemplo, tiveram acesso à cultura grega muito por causa dos registros guardados na região onde hoje é Istambul, a cidade mais cosmopolita da Turquia.

O turismo na Turquia reflete sua abertura

A Turquia nas últimas décadas investiu pesado no turismo, que hoje é importante parcela do PIB turco. É o 6º país mais visitado do mundo, bem alinhado com a União Europeia e com vôos diretos pela Turkish Airlines para importantes cidades fora do eixo europeu, como São Paulo.

O brasileiro, por exemplo, quando chega pelo aeroporto, não precisa de visto (por até 90 dias), nem vacinas especiais, nem de taxas extras; observação: o mesmo não se pode dizer das fronteiras por terra, abertas, porém menos alinhadas sobre os acordos internacionais. Nosso CNH muitas vezes é aceito pelas estradas, e por isso diversos turistas alugam carros para descobrir as praias pelo mar Egeu.

É um país aberto em todos os sentidos. Mesmo que sua população seja 97% muçulmana, a Turquia tem estado laico, sistema parlamentarista, e permite liberdade religiosa. Seu islamismo é progressista, ou seja, adaptado a um mundo multicultural.

Tem leis que são duras aos turcos, mas brandas aos turistas. Por exemplo, a burca é proibida, mas mulheres muçulmanas de outros países são livres para usá-las; o álcool não é consumido no mundo islâmico, mas turistas muitas vezes são flagrados com cerveja pelas ruas (em todo caso, evite confusão). Sem contar que os turcos possuem sua bebida alcoólica branda, o raki, um destilado diluído de anis. Mas fique atento: em seu planejamento de viagem evite as datas do Ramadã, a não ser que você esteja lá justamente para conferir o evento.

Os moradores locais são receptivos, perguntadores, e até convidam turistas para jantar com suas famílias — é normal. Os garçons se sentem à vontade para sentar à mesa, às vezes perguntando até mesmo quanto você ganha; mas eles esperam sempre por gorjeta, entre 10 a 20% do valor da conta. Reserve.

Donos de lojas, especialmente as tradicionais, recebem os clientes servindo o tradicional chá turco, uma espécie de chá preto. O wifi, mesmo fechado, é liberado em muitos estabelecimentos, mesmo a não clientes, bastando perguntar ao dono da loja ou restaurante. Só não se deve aceitar simpatia demais, como ofertas de bebidas, especialmente se fvocê for o turista solitário, geralmente mais suscetível a golpes.

É um país seguro para turistas. As crises do Oriente Médio não afetam o país mesmo sendo vizinho; não confundir com os ataques recentes na Tunísia, que não é Turquia, mas têm bandeiras muito parecidas. Cigarro e narguilê são permitidos, mas o consumo de drogas é proibido e punido com prisão, sem exceção.

Curiosidades culturais da Turquia

Não se deixe enganar pelo nome: o “banheiro turco” (buraco no chão com dois apoios para o pé) é raridade. A maioria dos estabelecimentos conta com os tradicionais vasos sanitários. Mas o “banho turco”, este sim você deve encontrar (e experimentar) por lá. Trata-se praticamente de um spa, onde os clientes, separados por sexo, usufruem de serviços como saunas, esfoliação e massagem.

Uma lei curiosa proíbe que artigos de antiguidade sejam levados da Turquia. Ou seja, caso você passe por algum sítio arqueológico, como em Éfeso, ou adquira algum tapete, o vendedor terá que dar um certificado dizendo que o objeto não é um item antigo.

Por falar em tapetes, falemos de compras. Se você gosta de trazer itens da cultura local, reserve um espaço para tapetes de kilins, cerâmicas otomanas de Avanos, narguilês, artigos de couro de Malatya, peças de vitrais em mosaico e, é claro, temperos e doces, muito clássicos na Turquia.

Última dica: se você aprecia artes performáticas, ou manifestações religiosas típicas, ou ambos, não deixe de ver uma dança dos Dervishes. É um espetáculo de cores e espiritualidade. Trata-se de uma dança cerimonial sufi em que bailarinos/devotos giram sem parar até atingir um êxtase controlado. O melhor local para conferir a atração é em Galata Mevlevihanesi.

No próximo artigo você vai saber não só sobre os mercados e bazares famosos na Turquia para essas compras, como os locais religiosos, culturais e naturais que você deve conhecer. Isso e muito mais informações sobre as cidades e pontos turísticos da Turquia você confere no próximo post que o blog da Spicy preparou. Até lá!

Fontes:

http://essemundoenosso.com.br/

http://opentravel.com/

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