FOCO NA REGIÃO

Grécia: sem crise para o turismo

A Revista Digital está ciente do momento delicado pelo qual a Grécia passa, e também das dúvidas que todo turista tem tido na hora de marcar sua viagem. Mas a crise por lá é de ordem financeira, e não política, portanto o turismo não foi afetado. Ao contrário: está mais barato, e houve um aumento médio de 20% na procura em cias. aéreas, hotéis etc.

Sim, caros leitores, a Grécia mais do que nunca está de braços abertos aos turistas, que, visitando e consumindo, só têm a contribuir à economia local. A gratidão inclusive é bastante notada, visto que o povo grego recebe o turista com efusividade, como se agradecessem por termos escolhido a Grécia neste momento. Portanto, em mais um especial turístico, o blog da Spicy traz informações para você que se interessa por conhecer o berço da civilização ocidental. Vamos lá?

Como a crise afetou o turismo

Nas ilhotas, principal destino turístico na Grécia, a crise não afeta. Seria o mesmo que esperar que a crise no Brasil afetasse Canoa Quebrada, no Ceará. O principal resultado está nos valores cobrados nas viagens e pacotes: está quase tudo mais barato. De estadias a passagens aéreas, passando pelo comércio. Hora de pechinchar!

Mas a mudança mais instrutiva se dá nas cidades. Relatos de viajantes que estiveram na Grécia recentemente mostram que há algo especial pelos ares de Atenas. O turista vai notar que só se fala na crise e na saída da Zona do Euro.

Quer dizer que o clima está pesado? Nem tanto. Relembre que, há pouco tempo, em referendo popular, a população grega foi contra os interesses da União Europeia. Este é um fato histórico para o bloco, pois colocou em cheque aquilo que alemães e franceses estavam chamando de democracia; que, aliás, tem raiz grega: poder (ou lei) que emana da população.

Ou seja, o principal aspecto que o turista vai notar é que a viagem acaba se tornando uma aula de cidadania e participação popular nas decisões governamentais. O que, convenhamos, seria muito útil por aqui.

E se a Grécia sair da Zona do Euro, não será de uma hora para a outra. O viajante não vai perder viagem. No entanto, é válido lembrar que muitos estabelecimentos não aceitam determinados cartões. Isso não tem nada a ver com a crise, pois já acontecia antes e também acontece em outros locais na Europa. Dinheiro em espécie vai evitar dores de cabeça. Como os bancos gregos já reabriram isso também não deverá ser grande problema.

Atenas: uma aula viva de história, só que modernizada.

Atenas é a capital grega e dentre as cidades é a mais visitada. É lá onde fica a Acrópole, que pode ser vista de qualquer ponto da cidade. Na Acrópole você vai conferir monumentos que são testemunhas da civilização helênica: o Parthenon, o Templo de Athena Nike (a deusa, não a marca) e o Teatro de Dionísio.

O metrô ateniense é bem moderno graças às Olimpíadas de 2004 e se torna uma atração em si. Algumas estações, como a Syntagma, são literalmente museus, expondo aos passantes peças de descobertas arqueológicas relevantes para a História. O milenar estádio Panatenaico e o Monte Lykavittos, que oferece o melhor panorama da capital, são outras atrações imperdíveis.

Quer mais da cultura local? Em Atenas você conhecerá as legítimas cantinas gregas, provando pratos consagrados como a moussaka, keftedes (almôndegas) e a salada grega, sempre bem servida em queijo feta. A bebida típica a se experimentar é a ouzo, à base de anis.

Se você quer mais História e agito, visite Thessaloniki. É uma cidade com vida bastante agitada, especialmente à noite, tornando-se a capital cultural grega. Lá se notam resquícios da civilização bizantina, como na Muralha Branca, nos banhos turcos, nos mercados e nos bares, que aqui podem ser tanto clubes noturnos quanto verdadeiras tavernas.

Ainda perto de lá fica Halkidiki, uma península com três partes: a vida noturna de Kassandra, as praias de Sithonia e a comunidade monástica de Athos (aberta somente a peregrinos do sexo masculino).

Bate-volta de Atenas: alguns passeios de barco visitam ilhas famosas ou outros sítios arqueológicos, mas menores. Algumas delas são as seguir:

  • o Cabo Sounion e seu Templo de Poseidon, deus dos mares na mitologia grega;
  • o Peloponeso, península que ainda abriga templos gregos, fortalezas, igrejas bizantinas, palácios e as ruínas de Olímpia, onde a primeira Olimpíada foi sediada;
  • o sítio arqueológico de Delphi, o segundo mais importante do país, ao lado do Monte Parnaso, e famoso pelos oráculos que orientavam governantes em suas decisões políticas e militares;
  • e Meteora, no centro do país, onde duas vilas estão suspensas em um rochedo de mais de mil metros de altura, criada para monges que buscavam isolamento e iluminação.

Ilhas gregas: Creta, Santorini e muito mais

Se não for pela história, o principal motivo que leva o turista à Grécia são suas ilhas e praias. Verdadeiros retiros mediterrâneos, elas muitas vezes oferecem passeios a sítios arqueológicos, praias inesquecíveis e paisagens muito charmosas. As principais são estas:

Santorini — É o cartão postal grego, com suas casinhas brancas em encostas de frente ao mais belo pôr do sol do Mar Egeu. Fica na ilha de Oia, local de uma cratera de um vulcão submerso. A cidadezinha é um labirinto de ruas estreitinhas. Mas não é só isso que a ilha oferece. As praias mais famosas são Perissa e Perivolos, além da Red Beach, que, ao pé de falésias, parece uma paisagem de Marte. Há também na região um sítio arqueológico de uma cidade minóica, destruída por um vulcão há 3.500 anos, mas parcialmente preservada.

Creta — Uma costa bastante bonita que abriga cidades cosmopolitas, mas que abarca vilas bem tranquilas entre campos de olivais. A ilha também oferece uma experiência cultural que mistura as inúmeras civilizações que habitaram no local.

Naxos — Estradinhas pelo interior da ilha vão revelar igrejas ortodoxas, campos de lavanda, um Templo de Apolo e moradores muito simpáticos, apesar de não falarem o inglês. Quem ficar pelas praias verá o interessante movimento do porto.

Paros — A Praia de Santa Maria e os polvos a secar são lembranças comuns do viajante. Mas as calçadas de pedra, suas casinhas impecavelmente brancas e o centrinho (Lefkes) também merecem seu precioso tempo.

Mikonos — Uma sociedade moderna, cosmopolita, mas que ainda mantém os traços de suas casas brancas e ruas em formato de labirinto.

Rhodes — Popular por suas praias e suas importâncias históricas.

Grécia e a civilização ocidental

A relevância grega na História é algo que dispensa apresentações. Os helênicos, em sua era clássica, foram os genitores de ideias e conceitos que são a base da civilização ocidental, vide Sócrates, Aristóteles, Platão, Pitágoras, a lei áurea, a mitologia grega, a política… Conhecimentos que foram reconhecidos posteriormente, como no Império Romano e no Renascimento, e que até hoje são consultados.

Uma das suas maiores influências é na arquitetura. O que primeiramente vêm à mente são os famosos pilares, os tetos triangulares, a escadaria, a porta de entrada… Seja na Casa Branca, na Fontana di Trevi ou nos Palácios da Justiça, os pilares de mármore são um importante legado da arquitetura grega. Mas está longe de ser só isso. Os princípios de simplicidade, proporção, perspectiva e harmonia entre as estruturas de uma construção já eram discutidos há mais de dois mil anos e meio nas pólis gregas. Os mesmos princípios são encontrados nos estádios de futebol, que seguem os preceitos dos stadium gregos, ou dos anfiteatros, com acústica perfeita.

Esse é o lado clássico da influência grega na arquitetura, sempre a principal referência quando se pensa em elegância é uma dose de ostentação. Já quem pensa na Grécia pelo lado rústico, tem nas paredes brancas e na decoração de madeira outra imagem bastante corriqueira. Além de aproveitar a luz do sol, essa combinação remete à tranquilidade das cidades costeiras nas ilhas gregas. Ou seja, uma tendência para se pensar naquele seu retiro que você tanto gosta nos fins de semana e feriado.

É claro que não cabe no artigo da Revista Digital todo o peso da cultura helênica para as artes. É algo tão intrínseco na civilização que até se perde de vista. Para saber mais, nada como conferir isso pessoalmente. Portanto, se você já tinha desejo ou curiosidade de conhecer o país, deixe o medo de lado e mergulhe nesta viagem cinematográfica e edificante.

Fontes:

http://www.folha.uol.com.br/turismo/

http://oglobo.globo.com/boa-viagem/

http://www.360meridianos.com/

http://viajeaqui.abril.com.br/

http://www.ancient.eu/

http://www.houzz.com/

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