DICAS E TÉCNICAS · FOCO NO INGREDIENTE · JANTAR

Dicas rápidas para a harmonização de vinhos com comida

Para muitos, apreciar um bons vinhos são uma arte, e harmonizá-los com o prato certo, o ápice do bom gosto. Mas será que é muito difícil a harmonização de vinhos com uma receita culinária? Continue lendo “Dicas rápidas para a harmonização de vinhos com comida”

CAFÉ DA MANHÃ · RECEITAS RÁPIDAS

Torrada Francesa com Frutas Vermelhas e Mel

INGREDIENTES

2 fatias de pão brioche
2 xícaras de leite integral
2 ovos inteiros
½ colher de sopa de manteiga sem sal
1 xicara de açúcar
1 pitada de canela
Frutas vermelhas variadas
4 colheres de sopa de mel
1 colher de sopa de açúcar de confeiteiro

 

MODO DE PREPARO

Num prato, misture os ovos com o leite, e passe as fatias. Coloque um pouco de manteiga sobre o grill pré-aquecido e coloque o pão para dourar.
Num prato fundo, misture o açúcar com a canela, e passe por ele as fatias de pão já dourados. Recheie com as frutas vermelhas, jogue um pouco de mel e finalize o lanche com o açúcar de confeiteiro passado por uma peneira.

FOCO NO INGREDIENTE

Espaguetes de verdura – Os novos (e super saudáveis) “carboidratos”

Alerta foody. Existe um novo fenômeno nutricional – petencializadíssimo pelo efeito das redes sociais, claro – que promete dar muito o que falar. Bom, na verdade ele já deu, mas agora é que começou a viver seu momento de glória. Os zoodles, ou seja, as verduras espiralizadasespaguetes de cenoura, abobrinha, beterraba ou similares – são uma opção que deve ser levada em consideração na hora de tentar uma dieta equilibrada. Os motivos?  São uma maneira super atrativa (e rica) de comer verduras e uma alternativa perfeita para reduzir o consumo da pasta tradicional.

No mais, o aparato (espiralizador) que consegue dar forma de espaguete ou fideo chino a uma verdura inteira, revolucionou as vendas online quase da mesma maneira que a comida em questão. E como existem vários modelos dessa ferramenta e várias marcas explorando o seu potencial, é possível encontrar diversas versões, desde as mais sofisticadas, até as mais simples.

“Descobri essa técnica há um ano, através da internet, no canal FullyRaw Kristina. Em seguida, comprei um espiralizador. Desde então, não deixei mais de usá-lo, sobre tudo para espiralizar abobrinha. Fica delicioso!”, nos conta Rocio Graves (@letitbecosy), autora do blog Let It Be Cosy e amante confessa da técnica. “Minhas verduras preferidas para espiralizar são a abobrinha, a cenoura e a beterraba. Recomendo que experimente e descubra a que mais gosta”, acrescenta com devoção.

Chamar os zoodles de “novos carboidratos” não é acidental, pois além da semelhança estética com a massa tradicional, o sabor e a maneira de cozinhar os convertem na alternativa perfeita para massas – o que não significa que a substitua: “uma dieta equilibrada tem que conter cereais, ou seja, não devemos substituir a pasta por completo, a não ser que queiramos perder peso”, afirma Leticia Carrera, diretora e nutricionista do Centro Médico Felicidad Carrera. Mas é uma boa alternativa para diminuir o consumo do macarrão tradicional ou, em dietas de amagrecimento, “saciar a vontade”. “Me parece uma boa opção para começar uma reeducação alimentar para aqueles que costumam comer muita massa. Redescobrindo e elaborando as verduras dessa forma, é possível diminuir a quantidade de massa através do sabor das verduras”, explica Itziar Digón, psiconutrionista de Tacha.

Dito isso – e que uma dieta equilibrada deve conter semanalmente ao menos uma porção de pasta (se possível na sua versão integral), uma de arroz, duas de legumes, e duas de vegetais (uma cozida e outra crua) – agora só resta falar sobre os benefícios e possibilidades dos zoodles. “As verduras são muito ricas em água”, explica Carrera. E também são uma forma de reduzir a ingestão de calorias de forma saborosa. “Mas, energeticamente falando, um prato de espaguete de abobrinha com salada de tomate, alho, azeite e hortelã não é a mesma coisa que um espaguete ao molho branco com queijo”, explica Itziar Digón. Além disso, também é importante lembrar que as massas tem mais fibra e, sendo assim, um maior efeito saciante.

E para quem ainda tem dúvidas se vai gostar ou não, além de espiralizador, Rocío Graves nos da outra opção para as verduras: utilizar um descascador para fazer tiras. “Dessa maneira, se consegue um efeito muito parecido, ainda que menos crocante”, afirma a autora de Let It Be Cosy, que recomenda comê-los crús para manter o maior valor nutricional, ou cozinhá-los ligeiramente em água fervendo durante muito pouco tempo. Ainda assim, no caso de se espiralizar, não existem limites, afinal, além da abobrinha, cenoura ou beterraba, também é possível utilizar batata, pimenta, e até maçãs ou peras.

No mais, agora é só questão de experimentar!

 

Via Vogue Espanha (http://www.vogue.es/belleza/nutricion-dietas/articulos/beneficios-y-recetas-de-las-verduras-espiralizadas-espaguetis-de-verduras-zoodles/22883)

VERÃO

Leves e frescos: os pratos que são a cara do verão.

O Projeto Verão da Spïcy traz muitas ideias de pratos que combinam com a estação mais quente do ano. Confira saladas refrescantes, pratos que aproveitam os alimentos da época e dicas de smoothies para você saborear em casa gastando pouco tempo.

As primeiras semanas da primavera já mostraram que o verão que vem por aí não vai estar pra brincadeira. Nesta matéria da Revista Digital você vai conferir dicas da Spïcy para sua nutrição, ideias saborosas e nutritivas para a a estação que vem por aí, além de um guia rápido para você fazer smoothies em casa. Vamos lá?

Água, frutas e alimentos fotoprotetores

O calor do verão pede atenção à hidratação. A regrinha de ingerir dois litros de água ao longo do dia continua valendo, mas, se você transpira bem, vale a pena aumentar a dose de líquidos. Não precisa ser só em água: chás (exceto o preto) e sucos podem ser os protagonistas ao longo do dia, desde que você tome cuidado com o açúcar. Na praia, os picolés de frutas também ajudam a combater a sede sem exagerar nas calorias.

O Brasil é abençoado com os mais variados tipos de frutas, muitas delas recheadas de água e de sabor. É por isso que abacaxi, melancia, melão, uva e laranja devem entrar no cardápio da estação. Pode escolher a hora: no café da manhã, na sobremesa ou nos snacks entre refeições. Mamão também é boa pedida, porque traz muitos benefícios ao intestino…. Imagine uma boa dentada em uma dessas frutas logo depois de tirar da geladeira? Só de pensar já refresca.

Alimentos fotoprotetores também devem ser escalados todo dia. Trata-se de tudo aquilo que possui substâncias que previnem o envelhecimento da pele causado pelos raios solares: vitamina C, vitamina E, betacaroteno, licopeno e flavonoides. Frutas cítricas, laranjas e vermelhas contém tudo isso; legumes amarelos, laranjas e vermelhos também; além de nozes, chá-verde e soja.

E os vinhos? Eles são sempre uma boa pedida, se soubermos pedir bem. Os espumantes gelados são os mais recomendados na estação. Por exemplo, os espumantes brut combinam com aperitivos na praia; os proseccos são os clássicos entre os vinhos refrescantes; e os espumantes brancos ‘tranquilos’ fecham o time entre os vinhos com a cara do verão. Mas se você nunca dispensa um tinto, aposte nos vinhos jovens, com pouco tanino.

Ideias de verão: pratos leves, frescos e muito saudáveis

Elas são o templo dos nutrientes e, se bem feitas, são uma explosão de sabores. Estamos falando da salada, a protagonista da estação. A criatividade faz toda a diferença na hora de tornar este prato apetitoso a todos da família. Então, além das folhas escuras e folhas crocantes, inclua na salada legumes crus, uma fruta cítrica, carnes frias ou grelhadas, queijos leves como o de cabra, além de um molho leve e refrescante à base de limão, iogurte ou hortelã, por exemplo, ou de mostarda e mel. Veja algumas combinações de saladas para você testar:

  •   *Salada de Nice: folhas, tomates, ovos cozidos, atum em conservas ou o peixe do dia.
  •   *Salada com frango grelhado: o frango grelhado em tiras fica bem se for acompanhado de salada de rúcula, pimentões, cebola vermelha, laranja e azeite.
  •   *Salada de quinoa: combine com pepino, cebola roxa, pimenta, azeite, limão, abacate e hortelã. A salada de quinoa também fica ótima se tiver predominância de uma mistura com feijão e damasco.
  •   *Experimente um mix de folhas com carpaccio, queijo de cabra e molho mostarda e mel.
  •   *Salada “carioca”: alface americana, pepino, broto de feijão, cenoura ralada, maçã verde, peito de frango desfiado ou em tiras, molho de limão e farofa de castanha-do-pará.
  •   *Tabule: a combinação de triguilho, salsinha, hortelã, cebolinha, pepino e tomate são prova de que a cozinha árabe sabe muito bem como se refrescar. Experimente comer a mistura num wrap de alface americana ou com coalhada.

Quanto às carnes, prefira sempre as grelhadas, assadas ou cozidas. As brancas são a melhor pedida na estação, uma vez que são mais leves e combinam com outros pratos do verão.  Confira alguns exemplos de como incluir carnes brancas em pratos saudáveis:

  •   *Wrap de frango: utilize fatias de frango pré-cozido e temperado e, na hora de enrolar o wrap, inclua legumes de sua preferência, brotos e um molho refrescante.
  •   *Hambúrguer de salmão: para preparar o seu, faça a mistura do salmão fresco com cebola picadinha, tempero e clara de ovos. Frite por 3min de cada lado, sempre moderando no óleo, e sirva com focaccia
  •   *Peixe grelhado com molho de manga e coentro. A dica, no peixe, é escolher uma peça fresca e caprichar no molho e na combinação do arroz.
  •   *Espetinhos: as carnes magras ficam ótimas com espetinhos que também levam vegetais. Sirva com arroz ou wrap.
  •   *Sushi: escolha um peixe fresco ou defumado, aprenda a montar sushis e surpreenda os amigos no jantar.
  •   *Ceviche: prepare com um peixe, tempero, frutas tropicais e sirva com tortilhas.

Os vegetais são por si muito versáteis. A cozinha vegetariana, cada vez mais rica, é prova disso. Inspire-se nela para servir pratos diferentes e cheios de sabor neste verão. Confira algumas sugestões:

  •   *Hamburguer vegetariano. A mistura pode ser a seu critério. Os legumes mais utilizados são a beterraba, edamame, cenoura ralada, cogumelos e feijão. Experimente servir no pão com ciabatta com repolho e salada.
  •   *Guacamole: o típico prato mexicano é leve e vai muito bem com trotilhas. Misture abacate, tomate, cebola roxa, azeite e suco de limão. Como estamos falando de pratos leves, a pimenta vai a gosto.

Por fim, o que beber? Além de sucos naturais e água de côco, a estação pede novidades refrescantes e nutritivas, como um milkshake de manga, gengibre e hortelã. Mas a dica da Spïcy para você nesta estação é criar seu próprio smoothie.

Smoothie: quatro passos pra criar o seu

Smoothies são uma espécie de shakes feitos para saciar a sua fome e carregar você com nutrientes e antioxidantes. São bebidas versáteis, pois você pode incluir o que quiser, como proteínas para turbinar seu treino pré ou pós-academia. As receitas existem na razão da sua criatividade, mas existem algumas regrinhas básicas que você deve seguir:

  •   *Passo 1: base líquida. Escolha um líquido para permitir a mistura no liquidificador ou mixer. Pode ser água, água de côco, suco de fruta, chá verde ou leite (desnatado ou de amêndoa/soja/arroz/côco)
  •   *Passo 2: a fruta principal. As cítricas e/ou doces são as melhores opções: morango, abacazi, berries, manga, maçã… escolha a sua ou faça uma combinação razoável. Uma dica é utilizar frutas congeladas, pois isso evita o uso de gelo na hora de bater, o que realça o sabor do smoothie.
  •   *Passo 3: dê consistência. Engrosse a bebida com iogurte de baixo teor de gordura, pasta de amendoim ou mesmo uma banana congelada, um dos maiores truques para dar cremosidade à bebida e atenuar a acidez da fruta escolhida para a base.
  •   *Passo 4: toque especial. Dê um toque especial com folhas de sabor, como alecrim e hortelã. Canela; gotas de baunilha ou nozes também valem a pena. Para adoçar a bebida, evite açúcar branco e invista em mel, nectar, agave, stevia ou açúcar mascavo.
  • Extra: se você estiver seguindo uma dieta de treino e quiser explorar ainda mais o potencial do smoothie, coloque algumas colheres de whey protein. Já se você quer fazer um smoothie detox, coloque folhas verdes como couve ou espinafre. Utilize-os com moderação, pois o sabor desses ingredientes não pode prevalecer ao das frutas.

A proporção ideal do smoothie é: uma parte de base líquida, uma parte de fruta, duas partes de consistência, além de extras a gosto.

Exemplos de smoothies criativos:

  • *Smoothie de banana com blueberry: com iogurte sem lactose para engrossar, suco de blueberry como base líquida, uma banana inteira e gelo para dar consistência.
  • *Smoothie de chá verde: utilize chá verde já pronto, suco de um limão, um kiwi, com folhas de hortelã e uma fatiazinha de gengibre.
  • *Smoothie de manga e abacate: uma parte de manga, outra parte de abacate com iogurte natural, com suco de um limão e mais mel para adoçar.

E aí? Vai testar alguma delas? Continue acompanhando o blog da Spïcy para mais dicas sobre viagens, gastronomia e muito mais, e comece já a se preparar para o verão com as dias da Revista Digital.

Fontes:

http://www.healthysmoothiehq.com/

www.dicasdemulher.com.br/

http://www.ehow.com.br/

http://guia.uol.com.br/

FOCO NA REGIÃO

Grécia: sem crise para o turismo

A Revista Digital está ciente do momento delicado pelo qual a Grécia passa, e também das dúvidas que todo turista tem tido na hora de marcar sua viagem. Mas a crise por lá é de ordem financeira, e não política, portanto o turismo não foi afetado. Ao contrário: está mais barato, e houve um aumento médio de 20% na procura em cias. aéreas, hotéis etc.

Sim, caros leitores, a Grécia mais do que nunca está de braços abertos aos turistas, que, visitando e consumindo, só têm a contribuir à economia local. A gratidão inclusive é bastante notada, visto que o povo grego recebe o turista com efusividade, como se agradecessem por termos escolhido a Grécia neste momento. Portanto, em mais um especial turístico, o blog da Spicy traz informações para você que se interessa por conhecer o berço da civilização ocidental. Vamos lá?

Como a crise afetou o turismo

Nas ilhotas, principal destino turístico na Grécia, a crise não afeta. Seria o mesmo que esperar que a crise no Brasil afetasse Canoa Quebrada, no Ceará. O principal resultado está nos valores cobrados nas viagens e pacotes: está quase tudo mais barato. De estadias a passagens aéreas, passando pelo comércio. Hora de pechinchar!

Mas a mudança mais instrutiva se dá nas cidades. Relatos de viajantes que estiveram na Grécia recentemente mostram que há algo especial pelos ares de Atenas. O turista vai notar que só se fala na crise e na saída da Zona do Euro.

Quer dizer que o clima está pesado? Nem tanto. Relembre que, há pouco tempo, em referendo popular, a população grega foi contra os interesses da União Europeia. Este é um fato histórico para o bloco, pois colocou em cheque aquilo que alemães e franceses estavam chamando de democracia; que, aliás, tem raiz grega: poder (ou lei) que emana da população.

Ou seja, o principal aspecto que o turista vai notar é que a viagem acaba se tornando uma aula de cidadania e participação popular nas decisões governamentais. O que, convenhamos, seria muito útil por aqui.

E se a Grécia sair da Zona do Euro, não será de uma hora para a outra. O viajante não vai perder viagem. No entanto, é válido lembrar que muitos estabelecimentos não aceitam determinados cartões. Isso não tem nada a ver com a crise, pois já acontecia antes e também acontece em outros locais na Europa. Dinheiro em espécie vai evitar dores de cabeça. Como os bancos gregos já reabriram isso também não deverá ser grande problema.

Atenas: uma aula viva de história, só que modernizada.

Atenas é a capital grega e dentre as cidades é a mais visitada. É lá onde fica a Acrópole, que pode ser vista de qualquer ponto da cidade. Na Acrópole você vai conferir monumentos que são testemunhas da civilização helênica: o Parthenon, o Templo de Athena Nike (a deusa, não a marca) e o Teatro de Dionísio.

O metrô ateniense é bem moderno graças às Olimpíadas de 2004 e se torna uma atração em si. Algumas estações, como a Syntagma, são literalmente museus, expondo aos passantes peças de descobertas arqueológicas relevantes para a História. O milenar estádio Panatenaico e o Monte Lykavittos, que oferece o melhor panorama da capital, são outras atrações imperdíveis.

Quer mais da cultura local? Em Atenas você conhecerá as legítimas cantinas gregas, provando pratos consagrados como a moussaka, keftedes (almôndegas) e a salada grega, sempre bem servida em queijo feta. A bebida típica a se experimentar é a ouzo, à base de anis.

Se você quer mais História e agito, visite Thessaloniki. É uma cidade com vida bastante agitada, especialmente à noite, tornando-se a capital cultural grega. Lá se notam resquícios da civilização bizantina, como na Muralha Branca, nos banhos turcos, nos mercados e nos bares, que aqui podem ser tanto clubes noturnos quanto verdadeiras tavernas.

Ainda perto de lá fica Halkidiki, uma península com três partes: a vida noturna de Kassandra, as praias de Sithonia e a comunidade monástica de Athos (aberta somente a peregrinos do sexo masculino).

Bate-volta de Atenas: alguns passeios de barco visitam ilhas famosas ou outros sítios arqueológicos, mas menores. Algumas delas são as seguir:

  • o Cabo Sounion e seu Templo de Poseidon, deus dos mares na mitologia grega;
  • o Peloponeso, península que ainda abriga templos gregos, fortalezas, igrejas bizantinas, palácios e as ruínas de Olímpia, onde a primeira Olimpíada foi sediada;
  • o sítio arqueológico de Delphi, o segundo mais importante do país, ao lado do Monte Parnaso, e famoso pelos oráculos que orientavam governantes em suas decisões políticas e militares;
  • e Meteora, no centro do país, onde duas vilas estão suspensas em um rochedo de mais de mil metros de altura, criada para monges que buscavam isolamento e iluminação.

Ilhas gregas: Creta, Santorini e muito mais

Se não for pela história, o principal motivo que leva o turista à Grécia são suas ilhas e praias. Verdadeiros retiros mediterrâneos, elas muitas vezes oferecem passeios a sítios arqueológicos, praias inesquecíveis e paisagens muito charmosas. As principais são estas:

Santorini — É o cartão postal grego, com suas casinhas brancas em encostas de frente ao mais belo pôr do sol do Mar Egeu. Fica na ilha de Oia, local de uma cratera de um vulcão submerso. A cidadezinha é um labirinto de ruas estreitinhas. Mas não é só isso que a ilha oferece. As praias mais famosas são Perissa e Perivolos, além da Red Beach, que, ao pé de falésias, parece uma paisagem de Marte. Há também na região um sítio arqueológico de uma cidade minóica, destruída por um vulcão há 3.500 anos, mas parcialmente preservada.

Creta — Uma costa bastante bonita que abriga cidades cosmopolitas, mas que abarca vilas bem tranquilas entre campos de olivais. A ilha também oferece uma experiência cultural que mistura as inúmeras civilizações que habitaram no local.

Naxos — Estradinhas pelo interior da ilha vão revelar igrejas ortodoxas, campos de lavanda, um Templo de Apolo e moradores muito simpáticos, apesar de não falarem o inglês. Quem ficar pelas praias verá o interessante movimento do porto.

Paros — A Praia de Santa Maria e os polvos a secar são lembranças comuns do viajante. Mas as calçadas de pedra, suas casinhas impecavelmente brancas e o centrinho (Lefkes) também merecem seu precioso tempo.

Mikonos — Uma sociedade moderna, cosmopolita, mas que ainda mantém os traços de suas casas brancas e ruas em formato de labirinto.

Rhodes — Popular por suas praias e suas importâncias históricas.

Grécia e a civilização ocidental

A relevância grega na História é algo que dispensa apresentações. Os helênicos, em sua era clássica, foram os genitores de ideias e conceitos que são a base da civilização ocidental, vide Sócrates, Aristóteles, Platão, Pitágoras, a lei áurea, a mitologia grega, a política… Conhecimentos que foram reconhecidos posteriormente, como no Império Romano e no Renascimento, e que até hoje são consultados.

Uma das suas maiores influências é na arquitetura. O que primeiramente vêm à mente são os famosos pilares, os tetos triangulares, a escadaria, a porta de entrada… Seja na Casa Branca, na Fontana di Trevi ou nos Palácios da Justiça, os pilares de mármore são um importante legado da arquitetura grega. Mas está longe de ser só isso. Os princípios de simplicidade, proporção, perspectiva e harmonia entre as estruturas de uma construção já eram discutidos há mais de dois mil anos e meio nas pólis gregas. Os mesmos princípios são encontrados nos estádios de futebol, que seguem os preceitos dos stadium gregos, ou dos anfiteatros, com acústica perfeita.

Esse é o lado clássico da influência grega na arquitetura, sempre a principal referência quando se pensa em elegância é uma dose de ostentação. Já quem pensa na Grécia pelo lado rústico, tem nas paredes brancas e na decoração de madeira outra imagem bastante corriqueira. Além de aproveitar a luz do sol, essa combinação remete à tranquilidade das cidades costeiras nas ilhas gregas. Ou seja, uma tendência para se pensar naquele seu retiro que você tanto gosta nos fins de semana e feriado.

É claro que não cabe no artigo da Revista Digital todo o peso da cultura helênica para as artes. É algo tão intrínseco na civilização que até se perde de vista. Para saber mais, nada como conferir isso pessoalmente. Portanto, se você já tinha desejo ou curiosidade de conhecer o país, deixe o medo de lado e mergulhe nesta viagem cinematográfica e edificante.

Fontes:

http://www.folha.uol.com.br/turismo/

http://oglobo.globo.com/boa-viagem/

http://www.360meridianos.com/

http://viajeaqui.abril.com.br/

http://www.ancient.eu/

http://www.houzz.com/

Touropia Travel Experts

FOCO NA REGIÃO

Marrakesh e a cozinha marroquina

Na primeira parte do especial sobre Marrocos, a Revista Digital falou sobre o país, seus principais contrastes, cuidados na viagem e as principais cidades que merecem a visita. Só faltou uma: Marrakesh, a mais incrível de todas pelos aspectos culturais e turísticos. Ainda neste artigo você conhece um pouco mais da cozinha marroquina. Prepare já o chá de menta.

A cidade de Marrakesh

Como toda cidade importante no Marrocos, Marrakesh possui uma medina com ruas tortuosas muito boas para se perder, uma mesquita principal, palácios, diversos minaretes que chamam os muçulmanos para a hora da oração, e, é claro, museus e outras atrações que preservam a história do país e sua tradição. O trânsito dentro da cidade antiga é bem caótico e chega a assustar, mas de alguma forma milagrosa poucos acidentes acontecem.

Dentre as principais atrações para deslumbre de seus olhos estão:

  • Museu de Marrakesh, com obras de arte árabe, joias, cerâmicas etc. No entanto, o maior atrativo mesmo é a arquitetura e decoração deste belíssimo local.
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  • Ben Youssef Madrasa é uma escola fechada para graduados muito qualificados. Outro exemplo em que a decoração será o motivo para pelo menos umas duas horas de caminhadas bem lentas, pois é tudo de mármore italiano, cedro, azulejos zellij etc. Só vendo pra entender.
  • Saadian Tumbs é uma necrópole criada para a família de um antigo sultão, e também é rica em detalhes na decoração. Para fechar a lista de locais de arquitetura impressionate, confira o Palácio Bahia.
  • Jardim Majorelle foi criada nos tempos em que Marrocos era protetorado francês, e fica portanto fora da medina. Trata-se do acervo de Louis Majorelle e sua coleção de plantas e árvores trazidas do mundo todo: China, Brasil, México etc. Um oásis que merece sua visita.
  • a própria medina. Sim, andar pela cidade vai fazer perceber como corre o dia-a-dia dos locais, e você ainda vai se encantar com os diversos tipos de vielas, portas, calçadas, janelas e fachadas típicas.

Bom de barganha? É aqui que você vai descobrir.

O povo árabe em geral tem o comércio no sangue e em Marrakesh isso fica bem evidente. Não só porque ela tem um grande souk com todos os tipos de produtos que você puder imaginar num filme do Alladin, como porque o principal cartão postal da cidade é uma grande praça onde todos se encontram para comprar e vender.

A Praça Jemaa El-Fna funciona a todo o vapor durante boa parte do dia e da noite. São inúmeras tendas e comerciantes que tentam o pão do dia vendendo seus produtos variados por ali. Durante o dia é o melhor momento para tomar um tradicional suco de laranja, comprar ervas, frutos secos e ver malabaristas, artistas de rua, encantadores de serpentes, mágicos e domadores de macacos (ainda que os pobres animais não recebam os melhores tratos). Um alerta: eles esperam receber gorjeta pelas fotos que você tirar, mesmo que seja à distância.

À noite o local fervilha. Parece que todos, de turistas a locais, vão para a praça fazer um social, comer churrasco e festejar. E olha que o muçulmano não ingere bebidas alcoólicas. Muitos restaurantes ficam às margens da praça, e o tempo da refeição é o bastante para observar o quanto que a praça é agitada.

El-Fna fica num ponto estratégico, pois muitas pousadas estão por perto, e a praça ainda liga dois pontos importantes da medina: as entradas dos souks (que aqui é um mercado que se desdobra por inúmeras ruelas semicobertas) e a avenida que leva até a mesquita Koutoubia — que, apesar de muito bela, só permite a entrada de muçulmanos.

Os souks são os mercados compostos por tendas, barracas, estabelecimentos de todos os tamanhos, e que formam um labirinto cheio de gente comprando e vendendo. Tem de tudo: frutas, frutas secas, ervas, especiarias, artesanato em madeira, em couro, em tecido, véus, narguilés, roupas típicas, sapatos, além de souvenires e muitos tipos de quinquilharias. Alguns artesãos confeccionam o produto na hora para provar a habilidade e oferecer um espetáculo a parte. Outra experiência interessante é conhecer uma das farmácias naturais e ter uma aula sobre o poder dos alimentos, ervas e óleos.

Como parte da cultura árabe, os vendedores tentam barganhar sempre, e eles são muito bons nisso, com diversas técnicas de persuasão. Eles vão te empurrar um preço mais alto, você põe um mais baixo, e então pela argumentação (se a comunicação acontecer) vocês vão chegando num preço que esteja justo; para eles, preço justo é o preço que ambos estão de acordo em pagar. É uma experiência divertida, no entanto é aconselhável só barganhar se você estiver mesmo afim de levar o produto. Se não quiser ser abordado por um vendedor negociante, nem perca tempo parado olhando os produtos à mostra.

Passeios extras saindo de Marrakesh

Você pode fazer um bate-volta até Essaouira, uma bela cidade que fica na costa oeste (Atlântico). É um grande atrativo, em especial pelas paisagens.

Uma viagem que nem todos conhecem é a aventura no Saara que parte de Marrakesh. Trata-se de uma excursão de dois dias e uma noite que algumas empresas organizam. O pacote inclui o trajeto de ida e volta e uma noite em plenas dunas do Saara, em tendas criadas por berberes para o evento. Isso inclui o jantar típico, o café da manhã com os nômades e o “transfer” de dromedário que leva os turistas, em 40 minutos, da última parada da van até as tendas no deserto.

São oito horas de viagem sem contar as paradas em cidades menores para as refeições. Os grupos são de 10 a 14 pessoas por van; no acampamento berber dormem de 40 a 50 pessoas. O trajeto passa por lugares incríveis, como:

  • os sets de filmagem de títulos famosos que se passam no deserto, como “Lawrence da Arábia”;
  • a antiga citadela de Ait-Ben-Haddou, feita toda de barro, onde foram gravadas algumas partes de Game of Thrones;
  • lojas de vendedores de tapetes;
  • povoados nômades;
  • e a cordilheira do Atlas, de dar frio na barriga, de tão próximas que as curvas são dos penhanscos.

Durante à noite, já no deserto, os berberes são atenciosos e fazem de tudo para você se sentir seguro e à vontade. Tudo é muito simples e honesto: servem chá verde e tajine no jantar, e à noite os anfitriões preparam uma roda de fogueira em volta da qual todos são convidados a sentar, contar histórias e cantar.

Mas o grande atrativo mesmo são as estrelas. Longe de qualquer civilização, o céu no Saara revela uma quantidade inimaginável de constelações. Ponto alto da viagem para quem tem a alma de poeta.

Todos dormem nas tendas e, logo cedinho, compartilham um café da manhã típico: pão, geleia de damasco, queijo e chá verde. Os turistas montam em seus dromedários novamente e vislumbram a paisagem do deserto com o sol raiando.

A cozinha marroquina

É na alimentação que se notam as influências culturais. No caso do Marrocos isso fico muito evidente, pois tudo é resultado de uma mistura de povos: nômades do deserto; mediterrâneos; árabes; ibéricos; e também os franceses. O resultado é uma culinária única, rica em perfumes e condimentos, numa mistura que não é agressiva, e com destaque para o açafrão, frutas secas (em especial o damasco) e a hortelã.

No café da manhã típico serve-se pão em formato de disco, como um sírio, mas mais grosso; geleias ou frutas em compotas; manteiga e chá de hortelã. O chá, inclusive, é servido em diversos outros momentos do dia, em especial quando a situação é de hospitalidade, como nas lojas de tapete. Fria ou quente, é a bebida mais consumida no país, e parte da tradição local. Uma dica: peça sem açúcar, porque no Marrocos o chá é sempre muito doce.

O tajine é o carro-chefe da sua cozinha. Trata-se de um guisado de frango, vaca, borrego, peixe ou mariscos, e que é servido com legumes cozidos e um fruto cítrico numa panela ou travessa feita de barro (chamada tajine). Existem inúmeras maneiras de preparar o tajine, assim como em Portugal há mil e uma maneiras de fazer bacalhau.

O cuscuz (couscous) é parecido e utiliza os mesmos ingredientes, no entanto não é um ensopado, e sim uma mistura de tudo aquilo com arroz fino, geralmente feito de semolina ou à base de cereais. Este arroz também serve de acompanhamento para a maioria das carnes, como o cordeiro e o frango.

Em geral as carnes são temperadas com mel, açafrão, frutas cítricas e outras especiarias, variando conforme a casa. Não estranhe se o condimento Ras Al Ranout, muito popular, for diferente em cada lugar. Isso porque a tradução literal é “seleção do lojista”, portanto cada um tem seu próprio estilo e receita. Um espetáculo de cheiros e sabores harmonizados numa cozinha bastante simples, mas muito rica.

As sopas também são tradicionais em Marrocos. As mais procuradas são a Harifa (lentilhas, grão-de-bico, cordeiro, tomate e vegetais) e a Bissara (ervilhas ou fava, azeite e muitas especiarias).

Quanto à sobremesas, além do mel, as frutas secas são bem comuns em qualquer hora do dia: amêndoas, castanhas, nozes, figos, ameixas e tâmaras.

Fica a dica da Revista Digital, o blog da Spicy, para sua próxima viagem. E reserve espaço na bagagem, pois você vai voltar cheio de compras do país.

Fontes:

https://viajologoexisto.wordpress.com/

http://www.revistaturismo.com.br/

FOCO NA REGIÃO

Marrocos: a exuberância árabe à beira do Saara

O Marrocos é um país africano, de etnia e língua árabe e que segue o Islã mais flexível (mas nem tanto quanto na Turquia de Istanbul). Mas não se engane com a ficção: a novela O Clone e o clássico dos cinemas Casablanca, de 1942, são mera ficção; o filme sequer foi rodado em Casablanca. O país é muito mais contrastante que o que se viu nas telonas e telinhas, e é um dos países do mundo árabe cujo turismo vale bem a pena. Portanto, embarque nesse artigo da Revista Digital e conheça mais sobre as exuberâncias do Marrocos.

Contrastes para todos os lados

Marrocos fica no extremo noroeste africano, na curva entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo. Pelo Estreito de Gibraltar partem barcas todos os dias indo e vindo da Espanha, num trecho que leva 60 ou 90 minutos de travessia.

Apesar de estar na costa, metade de seu território é parte do deserto do Saara, ao sul. Portanto, seu clima é árido e empoeirado, o que quer dizer que as melhores épocas para viajar por lá são as meias estações, pois no inverno vai chover e esfriar, estragando parte interessante da viagem, e no verão o calor será implacável.

Apesar disso, neva em Marrocos! Isso porque existem montanhas na geografia do país. A cordilheira do Atlas, de 2.000m de altura, e suas estradas estreitas, são um bom passeio para quem tem sangue aventureiro (você confere mais detalhes na parte II do especial).

Mas a geografia não é o único grande contraste que vai atrair sua atenção. A própria língua é outro: além de falar-se árabe, muitos falam o francês. O inglês geralmente é reservado para quem trabalha diretamente com turismo, como hotéis, restaurantes e guias.

É um país que esbanja riqueza em certos pontos e pobreza e muitos deles, em especial nos vilarejos afastados e nos becos da medina. No entanto, é um país potencialmente rico, com grandes reservas minerais e investimentos de famílias milionárias. A final do Mundial de Clubes da FIFA de 2013 aconteceu em Marrakesh, por exemplo, o que mostra o investimento que se faz por lá. Como o turismo tem crescido, pode-se dizer que Marrocos é seguro, um dos melhores nesse sentido entre os países árabes.

Questões culturais e cuidados na viagem

Outro exemplo de contraste é a honestidade do povo, em especial nos estabelecimentos. Não é raro encontrar hotéis, mesmo entre os baratos, que trocam dinheiro por taxas cambiais justas; além de funcionários que realmente se preocupam com seu bem-estar e que farão de tudo para deixar uma boa impressão — mesmo que para isso um atendente corra desesperadamente pela rua gritando em árabe atrás do seu táxi para avisar que você esqueceu seu óculo de sol na recepção.

E por que isso é contrastante? Porque apesar da honestidade dos estabelecimentos, cuidado: onde há turista, há malandro. Falsos guias vão te abordar constantemente, principalmente se você der “sinais de perdido” (e eles farejam bem esses sinais). Eles não vão te levar para becos para te assaltar (um crime punido severamente no islamismo), mas vão te levar a locais errados e tentar extrair uma boa gorjeta sua. Uma perda de tempo que pode ser estressante e cara. O que fazer para espantá-los? Basta na abordagem dizer com firmeza “la shukram”, que significa “não, obrigado”. Eles vão fazer cara feia, mas vão respeitar.

Na hora de pegar o táxi, exija que o motorista ligue o taxímetro, ou combine antes da viagem o preço que será cobrado. Assim você evita extorquimento. Mas não estranhe se, no trajeto, o taxista parar e pegar outra pessoa. Isso é bem comum, mas só acontece se o cliente extra estiver indo para o mesmo destino que o seu. Aliás, é bom que você saiba que o trânsito é caótico, com carros dividindo cruzamentos não sinalizados com pedestres, motos, carroças, bicicletas, charretes, caminhões, galinhas… Só Alá sabe como aquilo funciona.

Quanto ao choque cultural, um recado importante, em especial às mulheres. Os locais ainda estranham pessoas com a pele e corpo muito expostos, mesmo no calor. Seus assovios e secadas vão fazer os brutucus brasileiros parecerem Don Juans, mas pelo menos não chegam, pelos códigos religiosos, à indecência física e verbal que é mais comum no Brasil. Apesar das maiores cidades estarem acostumadas com o turismo, se você prefere evitar constrangimento será melhor andar acompanhada. Isso também vale para o homem, pois turista solitário é o maior atrativo para golpes e abordagens, como a dos falsos guias.

Atrativos comuns das cidades marroquinas

Medina nada mais é que a “cidade antiga”, presente nas principais cidades do país. Trata-se do centro comercial e residencial da cidade. Toda medina tem uma mesquita central, um palácio real, um mullah (bairro judeu), suqis (mercados onde a barganha impera) e medersas (escolas onde se ensina o Alcorão).

As medinas são urbanizadas como labirintos, com ruas tortuosas e bem estreitas. Apesar de serem um tormento para claustrofóbicos, andar pela medina é um dos grandes atrativos das cidades marroquinas, pois é nesse passeio que você terá os maiores e mais interessantes choques culturais. Se você tem bom senso de direção, pode arriscar andar sem guia (mas leve um cartão do hotel no bolso, em todo caso). No entanto, pelo menos no primeiro dia é aconselhável ter um ao lado.

As cidades consideradas estratégicas, próximas do Atlântico ou do Mediterrâneo, eram fortificadas e cercadas por muralhas de pedra para proteger contra invasores. Estas muralhas se chamam kasbahs, um legado dos povos berberes. Aquelas cidades foram também pintadas com cores distintas, para que navios pudessem de longe identificá-las. Casablanca é toda branca e Rabat é branca e azul. Marrakesh é a cidade vermelha, Fez é amarela e Meknes é verde.

Fez é a capital intelectual de Marrocos e uma cidade considerada patrimônio histórico pela UNESCO. Motivo: sua medina é a mais complexa. Um labirinto difícil de ser superado sem um guia. A cidade nova possui um palácio, mas o destaque fora da medina é visitar os tanques de tingimento, uma técnica preservada por seu valor cultural.

Casablanca não tem nada a ver com o cenário do filme de 1942. Ao contrário: Casablanca é uma cidade portuária e industrial, portanto mais moderna e dinâmica. Seu atrativo turístico é histórico: até 1755 era uma cidade bérber, e que foi destruída por um terremoto. Chama-se Casablanca (nome obviamente dado pelos espanhóis) porque, após a tragédia, a primeira casa construída era toda branca, o que serviu de inspiração simbólica para todas as outras que seguiram.

Meknes tem dois bons motivos para visita. A arquitetura de sua kasbah mostra a personalidade megalomaníaca de um antigo sultão, Moulay Ismail, que reinou por 55 anos e é considerado o eterno sultão da cidade devido às suas construções. Para ter uma ideia, a torre do kasbah é um esplendor, e ainda existe um aqueduto construído especialmente para regar os jardins palacianos e para banhar cada uma das suas 500 esposas. Por falar em aqueduto, o outro motivo é que Meknes fica próximo das ruínas de Volubilis, um dos últimos locais de testemunha arquitetônica da presença do Império Romano no norte da África.

Outros pontos interessantes no país:

  • Rabat, a capital, não costuma atrair o turismo, no entanto possui uma medina mais amigável, além de hotéis e restaurantes com gastronomia mais refinada.
  • Tânger é conhecido na literatura pela obra O céu que nos protege. Fica perto do estreito de Gibraltar, portanto muitos turistas europeus serão encontrados por lá. Além disso, a cidade leva a fama de ser aventureira, com mais estilo e menos dinheiro, e por isso atraiu muitos artistas décadas atrás.
  • Essaouira é a cidade litorânea onde muitos europeus vão passar o verão. Por fim, Merzouga é um dos poucos locais com resquícios dos povos nômades de tuaraque.

Marrakesh e sua grande feira de barganhas vai ficar para o próximo especial sobre o Marrocos. A Revista Digital também vai trazer as principais questões da cozinha marroquina e também um passeio imperdível para quem quer se aventurar nos desertos do Saara, com direito a passeio de dromedário e cenários literalmente de cinema. Até lá.

Fontes:

https://viajologoexisto.wordpress.com/

http://www.revistaturismo.com.br/

FOCO NO INGREDIENTE

O sal e suas histórias: 2ª parte

Ele foi o 1°mineral conscientemente usado pelo homem para reforçar a nutrição. Além disso, foi referência comercial, forma de pagamento e pretexto para diversas guerras. Conheça aqui as histórias que envolvem o sal na história da humanidade.

O sal tem um papel coadjuvante, porém muito importante na evolução da civilização humana. Seu uso, suas formas de extração e seu aproveitamento no dia-a-dia determinou mudanças cotidianas e até mesmo sociais em diversos momentos históricos, como na marcha promovida por Gandhi na Índia e a Revolução Francesa no século XVIII.

O sal e a civilização

Mas a participação do sal na nossa vida vem de muito antes. Os documentos mais antigos que mostram o uso do sal datam de sete a seis mil anos antes da era cristã, e foram encontrados na Índia e na China. São os primeiros relatos sobre a extração do sal a partir da evaporação da água marina. Peng Tzao Kan Um é o mais antigo tratado de farmacologia; ele data de 2.700 e descreve 40 tipos de sal e dois métodos de extração que, curiosamente, são um dos mesmos usados até hoje.

Intuitivamente, o homem primitivo já buscava o sal nas refeições; era por meio da gordura da caça que ele ingeria o mineral. Mais do que isso: o sal ajudou o homem a se estabelecer.  O cloreto de sódio inibe a proliferação de micro organismos nos alimentos e aumenta a vida útil dos perecíveis; portanto, foi um item essencial para guarnecer estoque de suprimentos, especialmente carnes, o que auxiliou o homem em superar o nomadismo.

Exemplos? Perto da gente, temos a própria tradição do sertão nordestino, a carne de sol, cujo preparo se fundamenta no uso do sal para preservar a carne seca numa região que há tempos é pobre em recursos naturais. Já mais longe, no Egito, o sal era usado como um dos métodos de mumificação, ou seja: preserva mesmo!

O sal e o comércio

Antes da era industrial, o sal sempre foi um item raro e, portanto, caro. Ele foi o primeiro item de transação internacional já registrado, e também foi usado como moeda e, portanto, como poder. O Império Romano pagava seu exército com punhados de sal. A palavra salário vem daí, bem como soldado, que tem raízes latinas derivadas de sal.

Diversas estradas foram construídas para ligar minas de sal a cidades ou portos; a estrada alemã Old Salt Route é um exemplo. A Via Salária, na Itália, é uma estrada que corta o país de leste a oeste e tem 242 Km de extensão; ela foi construída durante o Império Romano justamente para facilitar as trocas comerciais, cujas referências de preço eram o sal..

Muitos impérios, como o Português, exerceram controle dos estoques de sal de seus domínios. Uma tática dos imperadores era controlar os estoques de sal e distribuir à população em momentos estratégicos para acalmar os ânimos dos povos e ganhar sua simpatia — um dos mais antigos métodos da política de pão e circo.

No século XX, com a era da industrialização, a mineração subterrânea e a exploração de novas fontes minerais, o sal passou a ser extraído e produzido em larga escala. Com a globalização e seu barateamento, o sal finalmente chegou à mesa de famílias que antes não tinham acesso ao produto.

O sal e as revoluções

O controle excessivo sobre o sal e seu comércio levou à queda de alguns impérios e reinados. A gabelle, taxa sobre o sal, foi um dos motivos que levou o povo à irritação na Revolução Francesa. No entanto, nada é tão famoso como o que aconteceu em 1930 na Índia.

O Império Britânico, colono da Índia, impunha restritíssimas condições para extração e comércio de sal; como consequência, o item acabava sendo caro demais para o povo daquele país. Mahatma Gandhi rebelou-se: por que pagar tão caro num produto que se obtém da natureza?

Contra isso ele decidiu caminhar 400 Km a pé de sua cidade até o litoral para raspar sal à beira mar. Sua marcha pacífica iniciou com algumas dezenas de pessoas, e terminou com milhares. O episódio não só o colocou em destaque entre as grandes figuras revolucionárias não-violentas da história da humanidade, como preparou o terreno para, quase duas décadas depois, a Índia se ver independente de seus poderosos exploradores.

Expressões, curiosidades e turismo sobre o sal

Muito ouro, escravos e até noivas foram negociadas por sal. Portanto, além de soldado e salário, diversas expressões foram cunhadas em relação ao sal. Exemplos:

  • Na Grécia que surgiu a expressão “não vale o sal que come”;
  • A expressão “fulano é sal da terra” refere-se à confiabilidade da pessoa;
  • “Salgar a terra” se refere a um método usado para deixar um solo infértil;
  • Precisa mesmo explicar a expressão “preço salgado”?

Mas o sal tem muito mais curiosidades. No Budismo ele é utilizado em alguns rituais, pois acredita-se que o sal tem o poder de afastar o mal. No Xintoísmo e alguns rituais judaico-cristãos o sal é visto como um elemento de purificação. No Espiritismo, se uma casa guarda energias negativas, um copo com sal grosso atrás da porta vai ajudar a purificar o ambiente.

O Mar Morto e o Grande Lago Salgado em Utah são dois locais fascinantes. Os lagos salgados são regiões onde a água do mar por fatores geológicos acabou sendo isolada. Com a evaporação da água do lago, a salinidade de sua água aumenta, e por isso os corpos boiam, e somente algumas formas de vida, como fungos e bactérias resistentes, são capazes de sobreviver.

Quando o lago seca de vez, o que resta é uma região com sal por sobre a terra: o deserto de sal. Em Utah também existe um, mas um dos mais famosos do mundo está aqui mesmo na América do Sul, atingindo partes da Bolívia, Peru e Chile.

Por fim, se um dia vocês estiver passando pela região central da Europa, ou mais precisamente na Polônia, visite as minas de sal de Wieliczka, a poucos quilômetros de Cracóvia. Considerado um patrimônio da humanidade pela Unesco, é uma mina de sal construída no século XIII que tem mais de trezentos metros de profundidade e quase trezentos quilômetros de túneis.

O turista desce incontáveis lances de escada até começar o passeio, que desce por dezenas de salas, esculturas medievais, lagos e muito mais. O local é tão imenso que existe até mesmo uma capela, um salão cerimonial (todo feito de sal) e um restaurante para eventos. Uma das melhores partes do passeio é no salão, que contém uma versão do quadro A Última Ceia feita em sal, além de estátuas de sal cristalino a partir de imagens e ícones religiosos, como a Virgem Maria ou o papa João Paulo II, que era polonês. Um local imperdível que vale a visita.

Gostou da matéria? Então passe o sal. Ou melhor: compartilhe. E até a próxima matéria da Revista Digital, que vai trazer os sabores de Marrakesh. Aguarde.

Fontes:

http://www.fleury.com.br/

http://saberdosal.blogspot.com.br/

http://lazer.hsw.uol.com.br/sal5.htm

Sal: uma história do mundo — de Mark Kurlansky

FOCO NO INGREDIENTE

Passa o cloreto de sódio? Um especial sobre tipos de sal

Você entende mesmo de sal? Confira nesse especial da Spicy diversos tipos de sal disponíveis no mercado, além de curiosidades sobre as cores, regiões e outras informações da alta gastronomia sobre a substância que é muito mais que um realçador de sabor.

O avanço industrial, a globalização e diversos outros fatores no século XX causaram duas mudanças cruciais na forma como nos relacionamos com o sal de mesa: barateou o produto (aumentando assim seu acesso) e possibilitou a chegada de novos (ou antiquíssimos) tipos de sal às nossas cozinhas. Confira quais são eles nessa matéria comparativa que abre o Especial do Sal da Revista Digital.

Informações básicas

O sal é a substância cloreto de sódio (NaCl). Além de realçar o sabor dos alimentos, o sal tem um papel importante para o organismo, em especial na pressão arterial, trabalhando em níveis celulares. Tecnicamente falando, no entanto, quem é o responsável por essas funções no organismo é o sódio (Na), que corresponde a 40% do peso do cloreto de sódio. Ou seja, 1g de sal de mesa tem 400mg de sódio.

O mínimo que devemos consumir por dia é 500mG de sal. O máximo, segundo o que a estabeleceu a OMS (Organização Mundial da Saúde), é de 2g de sódio (ou, pelas contas acima, 5g de sal) — o que, traduzindo para a unidade do dia-a-dia, equivale a cinco colherzinhas bem rasinhas de café.

Parece pouco, e é mesmo. Altas quantidades de sódio afetam a pressão arterial, o que pode ser fatal para hipertensos. Aqui no país se consome em média 12g de cloreto de sódio por dia.

A nossa legislação exige que ao sal de cozinha seja acrescentado iodo, para assim evitar a sua carência na alimentação do brasileiro; por isso que, aqui, sal de cozinha e sal iodado é a mesma coisa.

Tipos de sal mais comuns à mesa

O sal de cozinha, ou o sal refinado, é o cloreto de sódio que passou por processos químicos para deixá-lo mais branco e mais fino. Relembrando, 1g de sal de cozinha contém 400mg de sódio.

O sal grosso se chama assim justamente porque não é refinado; tem os mesmos 400mg de sódio por grama, mas o sal grosso é utilizado para temperar carnes e salmouras porque ele evita o ressecamento.

E o sal light? Ele assim se chama porque metade do “sal” é cloreto de potássio (KCl), não de sódio. O potássio não retém a água, então o sal light não aumenta a pressão arterial como os tipos com mais sódio. Apesar de ter, de fato, a metade da quantidade do sódio que o sal de mesa (200mg por grama de sal light), este tipo deve ser evitado por quem tem problemas ou propensões a doenças renais.

O que está cada vez mais presente em cozinhas e restaurantes é o sal líquido. Ele é borrifado com spray, o que permite melhor distribuição do sal na superfície dos alimentos. O sal líquido é um sal muito puro que foi diluído em água mineral. Seu sabor, portanto, é mais suave, e o controle do sódio fica maior: cada 1ml do sal líquido possui 11mg de sódio.

Os sais coloridos e seus países de origem

Existem tipos de sal que carregam em seus cristais outros tipos de minerais e substâncias. É por isso que suas cores diferem, em especial em relação ao sal refinado, que é puramente branco. A cor depende, obviamente, da característica de cada região.

O sal rosa, por exemplo, é um sal extraído do Himalaia. Sal no Himalaia? Pois é. Há muitos, muitos, muitos anos atrás, nas regiões próximas ao que hoje é uma cordilheira, existiam mares. O sal depositado ficou lá até ser descoberto pelos humanos. O sal rosa é considerado um dos mais puros sais marinhos, e possui cerca de 80 minerais, como cálcio, magnésio, ferro etc., o que dá o tom rosado. Cada grama do sal rosa tem 230mg de sódio.

O sal do Peru também é famoso por motivos similares: e ceviche, que contém bastante umidade, é retirado do Vale Sagrado dos Incas, numa região que há dois mil anos também era oceano. A salina mais conhecida é a de Maras, porque fica numa altitude muito alta, um desafio para a lógica da geografia; pelos turistas, simplesmete é mágico. Seu sal é bastante forte, mas tem menos sódio: 250mg.

O sal do Havaí é bem mais avermelhado. Isso porque ele também não é refinado, e a região de onde é extraído está repleta de um certo tipo de argila comum nas ilhas do Pacífico, chamada Alaeca. A cor deve-se à presença do dióxido de ferro, e tem 390mg de sódio por grama.

O sal marinho é quase igual ao sal refinado, mas seus grãos são irregulares, mas nem tanto como os do sal grosso. Segundo especialistas da gastronomia, estes formatos ativam as papilas gustativas responsáveis por captar o salgado, o que eleva a percepção e realça melhor o sabor de diversos alimentos. No entanto, ele tem bastante sódio: 420mg por grama do produto.

O sal negro, ou Kala Namak, é retirado de uma região no centro da Índia. Sua cor e seu gosto são bem diferentes do nosso paladar: além de ser escuro, a presença de compostos de enxofre na substância faz o sabor lembrar a gema do ovo. Além de cloreto de sódio, tem cloreto de potássio e de ferro; pudera: são todas substâncias de origem vulcânica. Cada grama dessa iguaria possui 380mg de sódio.

Os tipos de sal mais incomuns

Diferentes culinárias pedem diferentes tipos de sal. Quando conhecemos as altas cozinhas, por exemplo, isso fica bem evidente.

A flor de sal, ou fler du sel, é uma versão hiper delicada, e por isso é usada somente após o preparo do alimento. É retirada das camadas superiores das salinas antes que o sal se deposite, portante é uma substância anterior à formação do sal marinho. Tem bastante magnésio, iodo e potássio, e a presença de finíssimos grãos de areia dá cor acinzentada ao grão e textura crocante ao alimento. Sua versão mais conhecida é da da região de Guèrande. Mas cuidado com o uso, pois o índice de sódio é alto: 450mg/g.

O sal defumado, famoso na França, é levemente adocicado e tem cor acinzentada. Até mesmo sua produção é digna de literatura. Pra começar, o fumè de sel é feito a partir dos cristais de flor. Eles são defumados lentamente em fumaça fria, resultante da queima de ripas de barris de carvalho usados no envelhecimento de vinho Chardonnay. Mais específico, impossível. Em resumo, o supra sumo da sutileza e refinação salina.

Outro sal defumado famoso é o dinamarquês, que, segundo se diz por lá, é inspirado em descobertas vikings. Após a evaporação da água do mar, o sal é secado em recipiente aberto sobre uma fogueira cheia de fumaça que vem da queima de madeiras aromáticas: carvalho e cerejeira são duas delas. Tanto o sal defumado francês quanto o dinamarquês possuem de 390 a 400mg de sódio por grama.

A cozinha judaica utiliza alimentos com certificação kosher; isso quer dizer que a produção é acompanhada por rabinos. É o caso do chamado sal kosher, que geralmente é produzido com cristais grossos, extraídos de minas ou do mar.  Muitos chefs de cozinha preferem o sal kocher porque sua granulação permite controlar melhor a salinidade. No entanto, sempre é bom conferir o sal e sua origem, pois o nome “kosher” se refere à certificação judaica, não ao tipo de sal ou à quantidade de sódio.

O gersal é uma mistura de uma pitada de sal com semente de gergelim tostados e moídos. O gergelim consegue realçar o sabor do sal, portanto auxilia no combate a exageros. O resultado da mistura é um sabor diferenciado, com acréscimo de cálcio, magnésio, vitamina E e fitoesteronas, por isso utilizado na cozinha macrobiótica. Atenção à quantidade de sódio: se preparado corretamente, tem apenas 5mg por grama de produto.

Outros tipos de sal que vale a pena um dia conhecer:

  • Sal Celta: semelhante ao sal rosa em propriedades, mas tem cor branquinha
  • Sal de bambu: conhecido na Coreia, é feito a partir do sal marinho que descansam em bambus; o sal, com isso, adquire sabor notável e muitos minerais e substâncias benéficas à saúde
  • Sal de Epsom: não é sal, mas parece. Na verdade é sulfato de magnésio, não cloreto de sódio. Deve ser utilizado com muita moderação, pois, além de ser laxante, ativa outras funções metabólicas no organismo. É utilizado em medicinas alternativas para tratar do fígado e da vesícula.
  • Sal orgânico: assim como no caso do sal kosher, refere-se à “certificação”, ou seja, ser orgânico significa ter certas maneiras de se produzir, mas não garante qualidade ou tipo de refino. Costuma não ter aditivos, e sua limpeza é feita naturalmente, como em mananciais.

Gostou da matéria? Aguarde na próxima semana a continuação do especial, que vai trazer a história do sal, seu papel ao lado do desenvolvimento da humanidade, e muitas outras curiosidades sobre o uso do cloreto de sódio.

Fontes:

http://www.minhavida.com.br/

http://www.noticiasnaturais.com/

 

FOCO NA REGIÃO

Turquia, uma das mais ricas cozinhas do mundo

Nesta série especial sobre a Turquia, você já pôde conhecer mais a fundo sobre a história da região, suas implicações culturais, e as diferentes atrações turísticas do país (confira aqui e aqui os textos anteriores). Agora você vai descobrir como é o lado prático gastronômico resultante dessa grande diversidade histórica.

Obviamente, há muito ecletismo na culinária turca. Isso porque, durante os mais ricos períodos dos Impérios Bizantino e Otomano, os reis e sultões permitiram que as cidades absorvessem o melhor da cultura das civilizações sob seu domínio; eles também facilitaram o intercâmbio de informações entre as caravanas mercantis que vinham de todos os cantos, da Europa Central, da Ásia, dos Balcãs, do Oriente Médio e da África. Não à toa a cozinha turca é considerada uma das melhores e mais ricas do mundo, ao lado da francesa e chinesa.

Assim, não é estranho que pratos típicos sejam feitos à base de peixes ou carnes; de legumes ou cereais. Por exemplo, as cozinhas das cidades mais próximas do Mediterrâneo são ricas em saladas (salada turca), peixes, frutos do mar com muito azeite de oliva, e temperos. Atenção especial aos temperos, pois as especiarias eram sempre um dos itens mais comercializados, e portanto mais agregado à cultura local.

Dentre as carnes, as mais utilizadas são o borrego (nome dado ao cordeiro com menos de um ano de idade), vitela e frango. Já dentre os vegetais, as leguminosas, como feijão branco e lentilha, são protagonistas; e os legumes, como beringela e abobrinha, também são muito comuns na cozinha local de diversas regiões turcas. Se em Portugal existem mil e uma maneiras de preparar o bacalhau, na Turquia existem mil e uma maneiras de preparar a beringela (confira o especial sobre cozinha portuguesa aqui).

Apesar de serem histórias cheias de controvérsia, os turcos alegam serem os inventores do iogurte, presente em diversos pratos, e também do café. O que é certo é que eles criaram a yufka, ou massa phyllo, que é a massa folhada fininha que deu origem ao strudel, ao doce mil-folhas, e a diversas receitas de sobremesas.

Kebab não é só fast-food

Na Turquia, kebab é o nome dado a qualquer cozido no espeto, seja de carne, de peixe, frango ou de legumes. O termo é bem genérico, portanto esqueça a noção que você tem deste prato. Na verdade, o que chamamos geralmente de kebab fast-food é, para eles, o döner kebab, ou seja, um wrap com carnes, legumes e vegetais que lembra o churrasco grego. A Grécia é sua vizinha, portanto, qualquer semelhança não é coincidência.

O kebab pode ser servido de diversas maneiras: em espetos (kebab de rua), em guisados (tas kebab), em rolinhinhos com pão sírio e salada (urfa kebab e adana kebab), e até cozidos no jarro, uma espécie de tajini marroquino, chamado na Anatólia de testi kebab, prato típico da região central da Turquia. Ou seja, kebab não é só comida rápida.

Portanto, se você quer saber como se chamam as comidas rápidas mais tradicionais da Turquia, além do döner kebab, procure por:

  • *símit, rosca de massa de pão com gergelim;
  • *dürüm, uma espécie irmã do döner kebab;
    ou tantuni, que é como uma tortilla, bem apimentada;
  • *balik-ekmek, sanduíches de peixe comuns à beira do mar;
  • *lahmacun: a pizza turca, no pão sírio com carne moída e muito bem temperada;
  • *midye dolma, espécie de ostra e molusco servido na concha com arroz;
  • *kokoreç, para os fortes, é o intestino de ovelha cozida no espeto com temperos (mas, neste caso, procure redes confiáveis, como a Şampiyon Kokoreç);
  • *kumpir, a batata assada cujas opções de recheio são infinitas;
  • *tavuk pilav, que parece um prato de restaurante (arroz com frango), mas que é muito comum ser vendido e consumido nas ruas;
  • *e börek, que nada mais é que uma massa com queijo, comida como snack.

Bebidas turcas

Dizem os turcos que o iogurte foi inventado por eles. O fato é que uma de suas principais bebidas geladas, o ayran, é feito à base de iogurte (ou coalhada), água e sal. É uma bebida bem refrescante no verão.

O raki, destilado de anis, é para muitos turcos a única bebida alcoólica permitida, já que no Islã o consumo é proibido.

Não se iniba diante dos vendedores de sucos que passam com tanques às costas. Os sucos de frutas geralmente são de boa qualidade, e frescos; o consumo dessas bebidas na rua é bastante comum.

Mas, de longe, a bebida mais consumida é o chá, ou çay. Trata-se do chá preto à moda turca, consumido em qualquer hora do dia, do café da manhã ao jantar, na entrada da refeição à recepção em lojas tradicionais.

Já o café tem uma história interessante. Ele foi disseminado na Europa em partes por causa do cerco otomano feito à Vienna (final do século XVII). Depois que os invasores abandonaram o posto, os vienenses descobriram sementes de café no local de acampamento inimigo. Foi a partir de seu cultivo e consumo que a vida intelectual da Europa Ocidental nunca mais foi a mesma.

Histórias à parte, o café turco tem uma forma interessante de ser consumido. O café é concentrado, vindo de uma moagem com consistência de farinha, algumas vezes misturado com cardamomo. Depois de servido, deve-se esperar um minuto, para que a borra decante no fundo do recipiente. Aliás, a leitura de borra é comum na Turquia, e o consumo de café também está ligado algumas práticas divinatórias. Nada mais exótico que um simples cafezinho no local que já foi um dos epicentros culturais do mundo.

Principais pratos turcos

Uma prova que a cozinha turca é diversificada é que os legumes, leguminosas e carnes frequentemente se misturam e são bastantes presentes nas refeições. A começar pelas entradas (mezes): além do pão pita, pode vir com lakerda (atum defumado e em finas fatias), queijos de cabra, legumes, verduras e azeitonas coloridas.

O prato nacional turco é o kurufasuliye, mistura de feijão branco, carne, pimentas secas, servido com pilav e tursu (picles). Um dos melhores locais para experimentar esse prato tradicionalíssimo é próximo ao Mosteiro Sulymaniye. Uma variação é o taze fasulye, cozido com molho de tomate, ou com tomate e cebolas.

Pilav é o nome dado ao arroz cozido com especiarias. Um prato típico de acompanhamento é o hamsi pilav, que é o arroz com anchovas, comum nas regiões mais próximas ao mar. Outros pratos de acompanhamento são:

  • *o pão pita, de massa fina e crocante (quando frio);
  • *bulgur pilav, que é como o pilav, mas em vez de arroz, é trigo cozido com cebolas, pimenta e hortelã (espécie de tabule);
  • *cacik, que são pepinos com iogurte, alho e hortelã;
  • *mükver, espécie de empanado de beringela, ovos e farinha;

Por falar nisso, a beringela recheada é outra figurinha comum por lá. Os recheios variam, mas geralmente são com arroz e especiarias, ou carnes e temperos, em espeacial a cebola. Seus nomes: imam bayildi e karniyarik, respectivamente. Duas das maiores delícias que você vai encontrar por lá, em termos de especialidade turca.

Outros pratos com base de vegetais são o yaprak sarma, que são rolinhos de folha de uva recheados com arroz, legumes e especiarias; o dolma, vegetais recheados, que são ou assados ou frescos; ou as sopas (çorba), também muito comuns, especialmente a de lentilha servidas com suco de limão, ou as de iogurte, outra especialidade turca.

Outros pratos que valem a pena:

  • *mantis, espécie de raviolis recheados com carne de carneiro, mas com uma massa diferente, à base mais de ovos que farinha, e que são fritos;
  • *kiremitte karides, um cozido feito com uma espécie de camarão comum naqueles mares;
  • *kuzu kaburga, assado feito com costelas de cordeiro;
  • *e as kaftas (köfte), bolinhos de carne picada servidas com arroz, legumes, lentilha ou bulgur (espécie de farelo seco de trigo).

Doces turcos: uma característica marcante

A Turquia é um dos países que contribuiu bastante para as receitas de doces, e eles são muito presentes no dia-a-dia da população em todas as classes sociais. Os turcos inventaram a massa phyllo (que vai no strudel, por exemplo) e outras delícias, como a baklava, que é uma massa folhada com recheio de pistache, nozes ou castanhas.

Já o lokum, ou as “turkish delight” (delícias turcas), são as balas de goma que eram feitas para o prazer dos sultões. São sobremesas de origem na realeza, o portanto muito ligadas ao orgulho nacional e à sua cultura exuberante. Elas podem levar recheio, mas por si só são uma delícia. Também conhecidas na cozinha síria.

O sorvete na Turquia (dondurna) é uma atração. Isso porque o atendente costuma fazer verdadeiros malabarismos com a massa antes de servir. Isso é possível porque o sorvete turco é mais pegajoso, já que é feito à base de leite de cabra. Não deixe de experimentar.

Outros doces que enriquecem a refeição turca:

  • *firin sütlaç, o arroz doce feito com passas (geralmente) de Corinto;
  • *güllaç, muito consumido no Ramadã, é doce de massa de amido, leite e nozes;
  • *kaymak é o manjar artesanal feito com nata de leite e mel turco.

Com tantas atrações gustativas, a cada refeição você terá uma surpresa. Este foi nosso especial de gastronomia turca, preparado especialmente para alimentar seus sonhos de viagem a este país tão rico em cultura. Até a próxima!

 

Fontes:

http://opentravel.com/

http://www.wittistanbul.com/

http://www.timeoutistanbul.com/

http://essemundoenosso.com.br/

FOCO NA REGIÃO

Istambul à Capadócia: os melhores lugares na Turquia

As atrações turísticas da Turquia se dividem em: Istanbul, Capadócia, Ancara, pontos históricos e turismo de natureza. Mas não se engane: em cada atração é possível se encantar com a riqueza cultural que a região tem à vista. Confira agora a segunda parte do especial Turquia da Revista Digital.

Ancara, a capital e seus museus

Com uma população e dimensão comparável a grandes metrópoles mundiais (só perde em tamanho para NY, Las Vegas e Chicago), Ancara é uma capital que reúne elementos da arquitetura de muitos povos: bizantinos, helênicos, hititas, otomanos, persas e romanos. Isso porque ela também fazia parte da rota que ia de Istanbul até o Mediterrâneo, mas com a diferença de ser localizado no centro da Turquia. Uma consequência dessa localização se reflete em seus atrativos: os museus ou atrações étnicas.

Como o Museu Etnográfico, o Museu de Arte e Escultura ou o Museu do Estado da Civilização Anatoliana, que são os principais para conhecer mais a fundo esse mosaico de civilizações que a Turquia representa. Este último é parte importante do castelo de Anatólia, nome dado à grande região turca que também se chamava de Ásia Menor.

O Mosteiro Kacatepe é um dos mais bonitos na Turquia, perdendo talvez somente para os imponentes localizados em Istanbul. Já o Mausoléu de Mustafa Atatürk é uma construção impressionante que leva o nome do primeiro presidente turco, um dos responsáveis pela fundação republicana da Turquia e por sua secularização, já no período entre as duas grandes Guerras Mundiais.

Vale também conhecer a Citadela de Anacara (Hisar). Trata-se de um complexo antiquíssimo de construções dentro de uma fortificação. As estruturas são mostras de como era a antiga arquitetura turca e gálata (povo conhecido biblicamente pela Epístola aos Gálatas).

Istambul, a cidade de dois continentes e mil nomes

Apesar de não ser a capital, Istambul é de longe a cidade com mais atrações na Turquia. Isso porque, como dito no primeiro post da série, lá foi a capital de dois opulentos impérios: o Bizantino (ou o Império Romano do Oriente) e o Otomano. Não é de se estranhar que nesta cidade, fundada no sec. VI a.C., tenha tantos palácios, mosteiros e mansões.

A cidade é justamente a parte turca dividida pelo Estreito de Bósforo, cruzada terrestre e marítima de antigas rotas comerciais, motivo de florescimento na cidade mil anos depois, no século VII D.C., com Bizâncio no poder, e novamente no Império Otomano, sob dois diferentes sultanatos.

O curioso na cidade é que o estreito também separa dois mundos: no lado europeu, a cidade é um centro cosmopolita, metrópole com agitada vida noturna; do outro, uma cidade tipicamente muçulmana, onde se ouvem os chamados para oração sempre às cinco horas da manhã e tarde.

As maiorias dos museus cobram taxa, mas uma parte turística bem considerável de Istanbul acontece de graça; e estas atrações já são suficientes para consumir uns quatro dias de estadia. Por exemplo, a caminhada que vai da Praça Taksim pela Avenida Istiklal até a Ponte de Gálata, uma grande torre medieval de pedra. O caminho é como uma viagem no tempo, passando por consulados, igrejas, vida noturna, vendedores ambulantes, cafés que colorem as ruas com suas músicas. No bairro antigo de Gálata fica o primeiro metrô turco (1875, construído, portanto ainda durante o Império Otomano).

Existem mesquitas e museus que são gratuitos. A Mesquita Sultanahmet (Mesquita Azul), a Mesquita Suleymaniye (construído pelo arquiteto Sinan, um dos mais importantes da história) e Mesquita Prestem Pasa (datada do século XVI, cheia de azulejos e florais). Mas também existem belas igrejas cristãs, como a Catedral de São Jorge e a Igreja de Santo Antônio de Pádua, no bairro Balat.

Outra caminhada é a do Estreito de Bósforo, pelo lado Europeu. Você terá panoramas incríveis de palácios otomanos, das yalis (mansões), do trecho divisório entre o Mar Negro e o Mar Mármara, além da vila Ortakoy, do Forte Rumelihisar e do Parque Bebek. Um dos palácios é o Topkapi, um local com inúmeras salas, saguões, quartos de sultões e, é claro, os locais dos famosos haréns.

Um importante retiro da cidade é a Ilha dos Príncipes, alcançável por balsa a um preço barato. Era um antigo local de exílio no Império Bizantino, e que oferece uma bela paisagem, um mergulho no passado. Lá você conhece o Monastério São Jorge (sec. XII), na Ilha Buyukada; o Monastério da Santíssima Trindade, em Heybehada; e as praias bonitas, mas de mar gelado, de Burgazark.Detalhe: o local não aceita veículos motorizados, portanto uma garantia de sossego.

Uma das principais atrações da Turquia como um todo é o Grande Bazar, ou Kapala Kasipi. Um verdadeiro labirinto com mais de 4.500 lojas em ruas e becos que mantém a grande tradição da cidade que foi rota mercantil mundial: o comércio. E a negociação de preços, claro. Ele começa na Praça Eminonu (sec. XVII) e também passa pela Praça Beyazit (sec. XV), que por si também são cartões postais. Os donos das lojas — que vendem de tapetes a azulejos, de doces a artesanato, de especiarias a roupas, enfim, talvez um dos shoppings mais antigos do mundo — recebem os turistas em até 15 línguas. A maioria das lojas de comida convida o turista a experimentar gratuitamente suas iguarias. Enfim, o lugar que vai render pra você uns quilos a mais em compras na bagagem de volta ao Brasil.

Dentre as atrações pagas, destacam-se o banho turco (Hamam), em Cermberlitas Hamam, e a cisterna subterrânea de Yerebatan Sarayi, mostradas no filme 007: From Russia with Love; são 336 colunas de mármore numa grande galeria subterrânea.

Já dentre os museus, confira o Museu Hagia Sophia, a maior catedral do mundo. Ela tem mais de mil anos, já foi basílica, já foi mosteiro, foi central nos dois grandes impérios, e mostra belíssimas peças de mármore e de caligrafia islâmica. Também vale a pena ir ao Museu de Arte Turca e Islâmica para conhecer tapetes, artesanato, azulejos e muitos artigos que traduzem interessantíssimas e históricas formas de arte.

Capadócia e o famoso passeio de balão

Capadócia é uma região conhecida por suas formações geológicas e as deformações causadas por antigas atividades vulcânicas. O Görene National Park é um local em que se pode apreciar esse tipo de paisagem, único no mundo.

O melhor lugar para se instalar na Capadócia é justamente na cidade de Göreme. Além de, dali mesmo, fornecer uma bela vista das formações geológicas da Anatólia (especialmente no pôr-do-sol), ela contém toda a infraestrutura que um turista pode precisar: hotéis para todos os bolsos, bares, restaurantes, cafés, lojas e empresas de viagens. Isso porque a cidade só tem seis mil habitantes!

O grande trunfo da cidade no turismo é o balonismo. A partir das 5h da manhã já se vêem balões subindo aos céus, que na grande temporada chega a ter dezenas deles voando ao mesmo tempo. O passeio dura em torno de 1h, podendo se estender de acordo com as condições dos ventos. A vista de cima é algo que você não vai ver em nenhum outro lugar, portanto, se vier para a Turquia, venha para a Capadócia e realize este sonho. Os passeios custam a partir de 100 euros por pessoa.

Tempo sobrando? Explore ainda mais.

Se você quer ver o país por todos os ângulos, confira outras atrações que valem a pena o investimento.

Na ala das paisagens e passeios:

 

  • Praias do Mar Egeu e Mediterrâneo. As prinipais são Bodrum, Marmaris, Fethiye e Kas. Existe um cruzeiro que vai de Bodrum a Antalya e passa por lindas baías, cidades antigas, portos agitados e praias famosas (Patara Beach), além do local de nascimento de Santo Nicolau (inspiração do papai Noel).
  • Piscinas termais em ParnuK Kale, em Hierápolis, com formações calcárias em águas que fazem bem à pele, olhos, e tratam asma e reumatismo.
  • O Rio Çoruh e o Monte Nomrut apresentam tanto belas paisagens quanto sítios arqueológicos, guardando, por exemplo, cabeças de gigantes estátuas da Antigüidade.
  • O famoso Monte Ararat é um vulcão inativo cuja vista do topo permite localizar locais de diversas civilizações antigas. Trekking é uma atividade constante (desde que em grupo), e a melhor data para o passeio é no verão, pois no inverno a neve impossibilita a ida, exceto para experientes.
  • Por fim, o Lago Van, um belo cenário que conjuga montanhas, platôs, lagos e muita natureza, com boa infraestrutura para o turista.

Já na categoria sítios históricos:

  • Éfeso, ou Kusadasi. Ali é tanto um local que guarda resquícios do Império Romano, como da civilização helênica: tem o Templo de Ártemis, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo). Também é conhecida pelas passagens do apóstolo Paulo.
  • Resort de Canakkale, em Dardanelos: local que envolveu as batalhas na Guerra de Troia e foi colocada na eternidade em Ilíada, de Homero. Inclusive o cavalo de madeira usado no filme Troia (2004) está lá para ser visto.
  • A península de Gallípoli foi palco de batalhas históricas. Além de belas vistas, está repleta de belos memoriais e cemitérios de guerra. O tour guiado geralmente leva 4 horas, com saídas de Canakkale e Istambul.
  • Amasya é uma cidade que abriga outras construções que mostram bem o que era a arquitetura otomana. Já Mamure Kalesi é um castelo fortificado construído em Anamara, ao sul do país, um ponto próximo ao Chipre, no século III.

Já está mais do que claro que viajar na Turquia é uma viagem no tempo de muitos tempos, passando por resquícios de diversas civilizações e momentos marcantes da história mundial. Agora só falta você saber o que tem de bom na gastronomia. Fique de olho no próximo post, que vai falar justamente sobre as delícias da cozinha turca. Até breve!

 

Fontes:

http://viajeaqui.abril.com.br/paises/turquia

http://essemundoenosso.com.br/

http://g1.globo.com/turismo-e-viagem/

http://opentravel.com/

http://www.wittistanbul.com/

FOCO NA REGIÃO

Turquia: o país que une culturas e continentes

Neste especial de três partes, a Revista Digital traz a você informações sobre este país que é o 6º mais visitado do mundo, e tudo por causa da sua abertura cultural e atrativa mistura de civilizações. Confira abaixo a primeira parte, dedicada a encantar você com os aspectos culturais e gerais desse destino turístico fascinante.

Por que a Turquia é tão importante para a História?

A Turquia é o país que já abrigou civilizações antiquíssimas. Estamos falando de culturas que sedimentaram a humanidade, como os helênicos (hititas e gregos antigos), persas, romanos, bizantinos e otomanos. Estes últimos tiveram importante impacto na história da humanidade, pois o Império Bizantino, potência na Idade Média, chegou a ser sede da Igreja Romana; e o Império Otomano, potência na Era Moderna até 1922, também desempenhou papeis estratégicos no rumo tanto da Europa Ocidental quanto do Oriente Médio e Rússia.

O país, e em especial a cidade de Istambul, é um ponto estratégico no mapa. Fica entre quatro mares (Mediterrâneo, Negro, Egeu e Mármara), liga dois continentes e fica próximo da África. Além de tudo isso, esta cidade, que já foi chamada Constantinopla e também Bizâncio, era parte de uma rota comercial muito antiga, tanto para quem vinha pelo mar  — da Rússia pelo Mar Negro até o Mediterrâneo, que divide África de Europa — quanto por terra, num caminho desde o Danúbio, nos Balcãs, até a Ásia Menor, Síria e Mesopotâmia, antigo trajeto para seguir à Pérsia por terra, ou às Índias por mar.

Ou seja, um destino muitas vezes obrigatório para as caravanas mercantis, o que garantiu importância política e poder econômico aos mandantes que dominavam a região, devido aos impostos cobrados pela travessia. Sua importância é tão grande que a tomada de Constantinopla, no século XV, marca não somente a queda do Império Bizantino, como o fim da Idade Média. Isso sem contar as Cruzadas e também a importância estratégia nas guerras do século XIX e XX que definiram a geopolítica da região ao longo dos séculos.

Por causa disso, os sultões, reis e imperadores que por ali passaram tomaram uma importante decisão de fortificar a cidade e garantir sua preservação. Isso não só garantiu a segurança do trecho, como ainda permitiu conservar aspectos culturais ancestrais, como documentos e escrituras da Antiguidade. Os pensadores e universidades na era do Renascimento, por exemplo, tiveram acesso à cultura grega muito por causa dos registros guardados na região onde hoje é Istambul, a cidade mais cosmopolita da Turquia.

O turismo na Turquia reflete sua abertura

A Turquia nas últimas décadas investiu pesado no turismo, que hoje é importante parcela do PIB turco. É o 6º país mais visitado do mundo, bem alinhado com a União Europeia e com vôos diretos pela Turkish Airlines para importantes cidades fora do eixo europeu, como São Paulo.

O brasileiro, por exemplo, quando chega pelo aeroporto, não precisa de visto (por até 90 dias), nem vacinas especiais, nem de taxas extras; observação: o mesmo não se pode dizer das fronteiras por terra, abertas, porém menos alinhadas sobre os acordos internacionais. Nosso CNH muitas vezes é aceito pelas estradas, e por isso diversos turistas alugam carros para descobrir as praias pelo mar Egeu.

É um país aberto em todos os sentidos. Mesmo que sua população seja 97% muçulmana, a Turquia tem estado laico, sistema parlamentarista, e permite liberdade religiosa. Seu islamismo é progressista, ou seja, adaptado a um mundo multicultural.

Tem leis que são duras aos turcos, mas brandas aos turistas. Por exemplo, a burca é proibida, mas mulheres muçulmanas de outros países são livres para usá-las; o álcool não é consumido no mundo islâmico, mas turistas muitas vezes são flagrados com cerveja pelas ruas (em todo caso, evite confusão). Sem contar que os turcos possuem sua bebida alcoólica branda, o raki, um destilado diluído de anis. Mas fique atento: em seu planejamento de viagem evite as datas do Ramadã, a não ser que você esteja lá justamente para conferir o evento.

Os moradores locais são receptivos, perguntadores, e até convidam turistas para jantar com suas famílias — é normal. Os garçons se sentem à vontade para sentar à mesa, às vezes perguntando até mesmo quanto você ganha; mas eles esperam sempre por gorjeta, entre 10 a 20% do valor da conta. Reserve.

Donos de lojas, especialmente as tradicionais, recebem os clientes servindo o tradicional chá turco, uma espécie de chá preto. O wifi, mesmo fechado, é liberado em muitos estabelecimentos, mesmo a não clientes, bastando perguntar ao dono da loja ou restaurante. Só não se deve aceitar simpatia demais, como ofertas de bebidas, especialmente se fvocê for o turista solitário, geralmente mais suscetível a golpes.

É um país seguro para turistas. As crises do Oriente Médio não afetam o país mesmo sendo vizinho; não confundir com os ataques recentes na Tunísia, que não é Turquia, mas têm bandeiras muito parecidas. Cigarro e narguilê são permitidos, mas o consumo de drogas é proibido e punido com prisão, sem exceção.

Curiosidades culturais da Turquia

Não se deixe enganar pelo nome: o “banheiro turco” (buraco no chão com dois apoios para o pé) é raridade. A maioria dos estabelecimentos conta com os tradicionais vasos sanitários. Mas o “banho turco”, este sim você deve encontrar (e experimentar) por lá. Trata-se praticamente de um spa, onde os clientes, separados por sexo, usufruem de serviços como saunas, esfoliação e massagem.

Uma lei curiosa proíbe que artigos de antiguidade sejam levados da Turquia. Ou seja, caso você passe por algum sítio arqueológico, como em Éfeso, ou adquira algum tapete, o vendedor terá que dar um certificado dizendo que o objeto não é um item antigo.

Por falar em tapetes, falemos de compras. Se você gosta de trazer itens da cultura local, reserve um espaço para tapetes de kilins, cerâmicas otomanas de Avanos, narguilês, artigos de couro de Malatya, peças de vitrais em mosaico e, é claro, temperos e doces, muito clássicos na Turquia.

Última dica: se você aprecia artes performáticas, ou manifestações religiosas típicas, ou ambos, não deixe de ver uma dança dos Dervishes. É um espetáculo de cores e espiritualidade. Trata-se de uma dança cerimonial sufi em que bailarinos/devotos giram sem parar até atingir um êxtase controlado. O melhor local para conferir a atração é em Galata Mevlevihanesi.

No próximo artigo você vai saber não só sobre os mercados e bazares famosos na Turquia para essas compras, como os locais religiosos, culturais e naturais que você deve conhecer. Isso e muito mais informações sobre as cidades e pontos turísticos da Turquia você confere no próximo post que o blog da Spicy preparou. Até lá!

Fontes:

http://essemundoenosso.com.br/

http://opentravel.com/